Membro de facção preso planejava ataque à Arena Castelão

'Irmão 37' era um integrante de um grupo, dentro da organização criminosa, especializado em atuar em ações de risco. Em uma delas, 16 veículos que estavam estacionados em uma concessionária foram totalmente destruídos

Escrito por Redação ,
Legenda: Ataque à concessionária na Capital causou prejuízo de cerca de R$ 2 milhões, em setembro do ano passado
Foto: Foto: Camila Lima

A prisão de José Mário Acelino de Lima, o 'Irmão 37', de 24 anos, realizada pela Polícia Civil na última quinta-feira (30) e divulgada ontem, é mais uma baixa na facção criminosa Guardiões do Estado (GDE). Ele era considerado integrante do grupo Elite da GDE - formação que atua em ações criminosas de risco - e planejava atacar a Arena Castelão, em Fortaleza, durante uma festa.

Conforme investigações da Polícia Federal (PF) e do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), do Ministério Público do Ceará (MPCE), 'Irmão 37' participou dos ataques a bens públicos e privados, no Estado, em setembro do ano passado, sob as ordens de um dos líderes da GDE, Ednal Braz da Silva, o 'Siciliano'.

'Irmão 37' teria participado diretamente de um incêndio a veículos de uma concessionária localizada na Avenida Santos Dumont, em Fortaleza, na manhã de 24 de setembro último. De acordo com o gerente da empresa, 16 veículos com valores de até R$ 150 mil foram totalmente destruídos. O prejuízo total seria de cerca de R$ 2 milhões.

Através do aparelho celular apreendido com 'Siciliano' em um presídio em Pernambuco - de onde dava as ordens para os crimes -, a PF e o Gaeco, com autorização judicial, chegaram aos planos criminosos da facção. Em um grupo do aplicativo WhatsApp, 'Irmão 37' postou um vídeo com a narração do incêndio aos veículos da concessionária.

"Mais tarde é o Castelão", comentou o suspeito, logo em seguida, fazendo referência ao estádio. Em seguida, ele pediu a um comparsa "a resolução do carro para a ação" e disse que "as costas dele (referindo-se a algum estabelecimento) fica vizinho ao Castelão". "Jogando uns coquetéis toca fogo em tudo... Mas tem que dar uma olhada à noite, pra saber como vão dar o pino (sic)", concluiu, segundo a denúncia do Gaeco.

A advogada Elisângela Maria Mororó também foi denunciada pelo Gaeco por participar do grupo criminoso, junto de 'Siciliano' e 'Irmão 37'', em 28 de fevereiro deste ano. No último dia 14 de abril, os três e mais 20 acusados se tornaram réus no processo. Em uma das conversas interceptadas pela Justiça, com o chefe da facção, a advogada enaltece a ideia do ataque à Arena Castelão e diz que o crime renderia grande repercussão internacional.

Prisão

O 'Irmão 37' foi preso por uma equipe da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD), na Avenida Trajano de Medeiros, bairro Vicente Pinzón, em Fortaleza, na tarde da última quinta-feira (30). Ele tinha um mandado de prisão preventiva em aberto.

O suspeito foi levado à sede da DCTD, no Bairro de Fátima, para ser autuado, e agora está à disposição da Justiça. Ele irá responder pelos crimes de organização criminosa, incêndio e dano.

Líderes

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que seis líderes da GDE ligados aos ataques criminosos ocorridos no ano passado já foram detidos, em ações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP); do Gaeco; e da Polícia Federal.

Além de 'Siciliano', foram presos Deijair de Souza Silva, o 'De Deus'; Marcos André Silva Ferreira, o 'Branquinho'; Yago Steferson Alves dos Santos, o 'Yago Gordão'; Francisco de Assis Fernandes da Silva, o 'Barrinha'; e Francisco Tiago Alves do Nascimento, o 'Tiago Magão'.

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