Líder de facção criminosa preso em São Paulo é trazido ao Ceará
Paulo Diego da Silva Araújo, o 'Dino', é acusado por crimes como tráfico de drogas e organização criminosa. Conforme o Ministério Público, ele participou dos ataques ocorridos no Ceará em 2018 e 2019
Um homem apontado como líder de facção criminosa chegou à Fortaleza nesta terça-feira (1º). Paulo Diego da Silva Araújo, o 'Dino' foi transferido de São Paulo para o Ceará em um voo, sob escolta policial. 'Dino' ficou preso por quase nove meses no sudeste até ser recambiado ao seu estado natal.
Paulo Diego é acusado por crimes como tráfico de drogas e organização criminosa na Justiça Estadual do Ceará e já foi condenado a 24 anos de prisão pela Justiça Federal. No último mês de janeiro, o Diário do Nordeste divulgou matéria sobre as autoridades ainda não terem ido buscá-lo, mesmo a Justiça de São paulo já tendo autorizado o recambiamento desde julho de 2021.
Com a notícia da chegada do detento que até pouco tempo figurava no Programa de Recompensa da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS-CE), a reportagem questionou a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) se 'Dino' será mantido em cárcere na unidade de segurança máxima do Ceará. Até a publicação desta matéria, a Pasta não respondeu.
Em São Paulo, 'Dino' estava preso na Penitenciária de Presidente Venceslau 2. A Unidade Penitenciária é conhecida como sede da sintonia final da facção paulista, pois lá estão recolhidos os principais chefes do bando, que ainda não foram transferidos para presídios federais.
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QUEM É PAULO DIEGO
'Dino' é conhecido entre as autoridades devido a uma vasta ficha criminal. Ele é acusado de negociar, junto de advogados, a compra de habeas corpus em plantões do Tribunal de Justiça do Ceará. A descoberta foi feita no bojo da 'Operação Cardume' e gerou a 'Operação Expresso 150', também da Polícia Federal. Magistrados foram alvos de investigação e punidos.
Em uma sentença do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Paulo Diego da Silva Araújo foi condenado a quatro anos de prisão, por tentar pagar propina para o Judiciário para ser solto.
Conforme denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) do Ministério Público do Ceará (MPCE), 'Dino' tem ligação com os ataques criminosos a bens públicos e privados registrados nos anos de 2018 e 2019, no Ceará, e com o tráfico de drogas ocorrido no Estado.
No celular apreendido junto de um acusado, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), da Polícia Civil do Ceará (PCCE), encontrou uma lista com aproximadamente 400 membros da organização criminosa, dos quais 46 eram lideranças. Devido a esta apreensão, seu nome também foi apontado como responsável por ordenar uma morte dentro do 'Tribunal do Crime' de uma facção.
Antes disso, o nome de Paulo Diego já era ligado a ataques criminosos no Ceará. Conforme fontes da Inteligência da SSPDS, ele é o principal suspeito de colocar um carro-bomba próximo à Assembleia Legislativa do Ceará, em 5 de abril de 2016, por retaliação ao plano do Estado na época de instalar bloqueadores de sinais de telefonia móvel em volta dos presídios. Ele nega todas as acusações.