Grupo é preso por movimentar R$ 23 mi em esquema de agiotagem e sonegação fiscal

Quadrilha tenha cerca de 80 imóveis, incluindo um parque aquático e uma igreja evangélica, crê Polícia.

Escrito por Redação ,

A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) desarticulou um esquema de lavagem de dinheiro, agiotagem e sonegação fiscal comandado por um gestor de Pacatuba. Conhecido como Bim Araújo, Antônio Fábio da Silva Araújo, 41 anos, secretário municipal de articulação política e ex-vereador, facilitava as ações criminosas do grupo, que movimentou mais de R$ 23 milhões.

Araújo e outras seis pessoas foram presas nesta sexta-feira (14). O grupo emprestava dinheiro a juros abusivos, o que caracteriza a prática ilegal de agiotagem, e o montante ganho era aplicado em compra de imóveis, sonegados e registrados em nome de "laranjas".

Legenda: Bim Araújo, Antônio Fábio da Silva Araújo, é atualmente secretário municipal de articulação política e ex-vereador em Pacatuba
Foto: Reprodução/YouTube

Operação Proprietarius: a investigação e os bens em 6 municípios

As investigações começaram há seis meses. De 2008 a 2016, a evolução patrimonial de Bim chegou a 2.000% no período, de acordo com o delegado adjunto Alisson Gomes. A Polícia acredita que a quadrilha tenha cerca de 80 imóveis nos municípios de Pacatuba, Maracanaú, Fortaleza, Cascavel, Pindoretama e Russas. 

A operação intitulada “Proprietarius” terminou com a apreensão de 51 imóveis e 52 veículos, incluindo dois automóveis de luxo. Ainda segundo apuração da Polícia, cinco contas bancárias foram bloqueadas.

Dentre os imóveis confiscados estão:

  • casas
  • apartamentos
  • quitinete
  • salas comerciais
  • terrenos em loteamentos
  • espaços para eventos
  • parque aquático
  • óticas
  • concessionária de motos
  • salão de beleza
  • prédio de igreja evangélica
  • autoescola
  • um supermercado em construção

Movimentação financeira e empresas

Sessenta e três cadernos também foram apreendidos com toda movimentação financeira desde 2015.

De acordo com a Polícia, nem todos os imóveis estão registrados no nome de “Bim”, pelo fato de ele usar "laranjas". Bim utiliza seus perfis nas redes sociais para negociar os aluguéis desses espaços. O grupo criou três empresas para camuflar o dinheiro ilícito. 

Uma das empresas, de serviços de cobrança e locação de mão de obra, era responsável por reformas e benfeitorias nos imóveis comprados pelo grupo.

Outra empresa de venda de equipamentos era utilizada para fazer cobranças de pagamentos de empréstimos a terceiros e uma outra, no caso uma imobiliária, servia para administrar todos os imóveis da organização criminosa. A Polícia reforça que nenhum imóvel está no nome de Bim.

Sem resposta

O Sistema Verdes Mares entrou em contato com a Prefeitura de Pacatuba, mas as ligações não foram atendidas, nem houve resposta a e-mail enviado para a secretaria.

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