Foragido do Amazonas fez cirurgias plásticas para se esconder da Polícia, mas é preso em Caucaia
Lenon Oliveira ostentava uma vida de luxo com a família no Ceará. Ele foi preso enquanto visitava uma nova propriedade, uma casa de alto padrão na Praia do Icaraí. É o terceiro foragido do Amazonas preso na RMF em menos de 30 dias
Um homem, procurado no Amazonas por condenações que somam mais de 60 anos de prisão, foi preso no último sábado (17) em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Lenon Oliveira do Carmo, de 39 anos, havia mudado de identidade para se esconder da Polícia e chegou a passar por cirurgias plásticas no rosto para mudar de aparência. Conforme a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), ele é o terceiro foragido do Amazonas preso na RMF em menos de 30 dias.
De acordo com a SSP-AM, Lenon Oliveira havia mudado de identidade, passando a se chamar Aylon Soares Cardoso. Foragido, a última prisão contra ele foi realizada no início de 2018, quando quando o suspeito foi transferido do sistema prisional do estado amazonense para uma unidade em Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Ao retornar para o Amazonas, contudo, o foragido obteve da Justiça o direito à prisão domiciliar, com uso de tornozeleira eletrônica. Após destruir o equipamento, ele fugiu do estado.
Residindo no Ceará, de acordo com a SSP-AM, Lenon Oliveira ostentava uma vida de luxo com a família. A captura do suspeito, por exemplo, aconteceu enquanto o foragido visitava sua nova moradia, uma casa de alto padrão localizada a poucos metros da Praia do Icaraí, em Caucaia. Os policiais ficaram dois dias em campana para prendê-lo.
A operação da SSP-AM teve apoio do Departamento de Investigação sobre Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil, e da Polícia Civil do Ceará. As investigações que culminaram na recaptura do condenado vinham se desenvolvendo há cerca de três meses.
Participação em Massacre e outros crimes
De acordo com a SSP-AM, Lenon é apontado como autor de vários homicídios relacionados ao tráfico de drogas que aconteceram em Manaus, capital do Estado do Amazonas. O homem é suspeito ainda de ter participado de um massacre no Estado.
Conforme a SSP-AM, o massacre aconteceu em janeiro de 2017, no Complexo Penitenciário Antônio Jobim (Compaj), localizado em Manaus. Na matança, 56 detentos foram brutalmente assassinados.
Segundo a Pasta, Lenon era integrante de uma facção criminosa que atuava no Amazonas, porém, há cerca de dois anos, mudou de grupo criminoso, passando a fazer parte de uma organização de origem do Rio de Janeiro, na qual ocupava um posto de comando.
O foragido era considerado uma espécie de executivo do presidiário Gelson Carnaúba, conhecido como "Mano G", chefe do grupo criminoso oriundo do Rio de Janeiro.
Com diversos registros policiais em Manaus, Lenon já foi preso por tráfico de drogas, associação para o tráfico, homicídios e crimes ambientais. Conforme a SSP-AM, o foragido comandava o tráfico de drogas em diversos bairros da capital amazonense. Ele fazia o transporte das drogas por meio das orlas fluviais da cidade.
Lenon, conforme o Órgão, comandava, ainda, invasões de terras em Manaus e liderava uma milícia armada "responsável pela propagação do tráfico de drogas". Em uma das empreitadas, um local foi invadido e, nele, foi criado um clube de lazer para traficantes, onde o foragido chegou a desviar o curso de um rio para ter o próprio balneário natural.
A SSP-AM informou ainda que a Polícia suspeita que o clube serviria como uma espécie de bunker, onde os criminosos montariam estratégias para o planejamento de fugas de traficantes presos em regime fechado no sistema prisional.