Família diz que jovem foi agredido por PMs do Raio por causa de foto segurando arma
Segundo o familiar, a abordagem violenta ocorreu após os policias verem uma foto do suspeito apontando uma arma para si
Um parente do jovem que foi agredido por policiais militares (PMs) com tapas, socos e "mata-leão" durante abordagem dentro de sua casa em Jardim, no Interior do Ceará, afirmou que a violência ocorreu por conta de uma foto dele segurando uma arma, tirada "há três anos". Em entrevista à TV Verdes Mares nesta quarta-feira (31), a pessoa disse que os agentes foram à residência do suspeito, que foi preso, à procura do armamento em questão.
"Como não encontraram a arma, bateram nele e vasculharam a casa dele por completo", disse o parente, que prefere não se identificar por motivos de segurança. A pessoa disse, ainda, que na imagem o jovem apontava a arma para sua cabeça.
O episódio de agressão se deu por parte de uma composição de quatro PMs do Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio). As imagens foram divulgadas nas redes sociais nesta semana, mas a violência ocorreu no dia 7 de dezembro de 2023.
O suspeito é alvo de tapas no rosto e socos na barriga por um dos policiais, enquanto é estrangulado por outro.
Enquanto os agentes realizam buscas na casa, um policial militar pergunta ao suspeito se ele "tá pensando que tem menino aqui?", em meio às agressões. "Tu tá pensando que a gente vai dar viagem perdida aqui? Tá pensando que nós estamos brincando aqui?", questiona o militar, com mais dois tapas no rosto do suspeito.
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PMs foram afastados
Em nota enviada nesta quarta, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), informou que o PMs envolvidos foram afastados de suas funções.
A CGD informou, em nota, que, "ao tomar conhecimento da ocorrência, determinou imediata instauração de processo disciplinar em desfavor dos policiais militares para apuração na seara administrativa, estando este em trâmite. A Controladoria estabeleceu, ainda, o afastamento dos militares das funções. A ocorrência também é investigada pela Coordenadoria de Polícia Judiciária Militar (CPJM) da Polícia Militar por meio de Inquérito Policial Militar (IPM)".
A Polícia Militar do Ceará (PMCE) informou não compactuar com "desvios de condutas por parte de seus integrantes" e disse que "repudia qualquer ação que vá de encontro aos valores e deveres da Corporação".