'Eles atiraram sem ter alvo, foram mais de 50 tiros', diz tia de criança morta em ataque no Barroso

Além do menino, uma mulher morreu na tentativa de chacina

Escrito por Emanoela Campelo de Melo , emanoela.campelo@svm.com.br
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Legenda: 'Danielzinho' tinha 10 anos e morreu ainda no local da tentativa de chacina

"A ficha não caiu de tudo o que aconteceu". Três dias após a tentativa de chacina que deixou dois mortos e oito feridos no Barroso, Bruna Brandão, tia do menino de 10 anos, assassinado a tiros, diz que a família segue "muito abalada" e "tentando digerir o que aconteceu".

Bruna estava nos arredores do local do crime, acompanhada do filho de cinco anos. Ela contou ter presenciado uma "cena de terror" e que havia falado com o sobrinho Daniel Levi Cardoso Gomes, o 'Danielzinho', minutos antes do ataque da última sexta-feira (21).

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"Foi muito repentino, rápido. Eles atiraram sem ter alvo, foram mais de 50 tiros. Peguei meu filho e corri. Quando cheguei lá e vi, parecia cena de terror. Vi o Danielzinho no chão. Era muito sangue, ele já não respondia mais, já não estava mais respirando", conta Bruna.

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Além do menino, uma mulher morreu na tentativa de chacina. Testemunhas contam que a vítima foi alvejada enquanto tentava defender as crianças. Outras oito crianças e adolescentes também ficaram feridos e foram socorridos.

"PEDI QUE ELE TIVESSE CUIDADO"

Bruna falou com o sobrinho ao vê-lo na areninha. Ela diz que foi a última da família a conversar com o menino e que ele pediu a benção a ela.

"Eu tinha acabado de ver ele sorrindo e no outro ele estava no caixão. A ficha não caiu de tudo o que aconteceu"
Tia de Daniel, criança morta na tentativa de chacina

A mulher diz que as famílias das vítimas vêm prestando apoio umas às outras e que as crianças baleadas eram amigas. Algumas delas ainda não sabem da morte de 'Danielzinho'.

"Ele era tão bom, sempre me pedia um abraço", disse Bruna.

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ALVO DA TENTATIVA DE CHACINA

Nesse domingo (23) aconteceu coletiva de imprensa para que a Polícia Civil informasse acerca do andamento da investigação do crime. 

O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Ricardo Pinheiro, afirmou que o alvo do grupo criminoso teria deixado o local pouco tempo antes do crime.

Até o momento, dois homens e um adolescente foram capturados por suspeita de participarem diretamente da ação. O último deles foi preso neste domingo, no bairro Jardim das Oliveiras, enquanto os outros dois foram detidos na região da Grande Messejana, no sábado. Todos já respondiam a outros crimes.

"A gente já conseguiu pontuar que havia um indivíduo, o alvo deles, que havia um interesse de facção, e esse indivíduo se evadiu, teria deixado o local momentos antes", ressaltou o delegado.

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