Criminosos tentam desviar R$ 9 milhões em salários de 600 servidores do Ceará em ataque cibernético

Os suspeitos invadiram o sistema da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Ceará (Seplag) por meio de ataques cibernéticos

Escrito por Matheus Facundo e Messias Borges ,
Capturas de tela de vídeos da polícia civil sobre operação contra grupo criminoso que tentou desviar salários de servidores do governo do ceará
Legenda: Uma pessoa foi presa em Caldas Novas, Goiás, apontado como líder da operação criminosa
Foto: Reprodução/Polícia Civil

Um grupo criminoso suspeito de tentar desviar R$ 9 milhões em salários de 612 servidores do Governo do Ceará via ataques cibernéticos foi alvo de operação conjunta das polícias cearense, paraibana e goiana nessa quarta-feira (7). A quadrilha invadiu um sistema da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Ceará (Seplag), conforme as investigações policiais. 

De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), um total de quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos: dois em Fortaleza, um em Campina Grande (PB) e outro em Goiânia (GO). Os trabalhos policiais foram realizados pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), da Paraíba (PCPB) e de Goiás (PCGO).

O montante não foi retirado dos servidores, pois a Seplag notificou as autoridades logo após a atividade suspeita. 

Os servidores eram de diversas pastas da gestão estadual. Os crimes ocorreram entre abril e maio deste ano, segundo a Polícia Civil.  Um homem de 33 anos, apontado como principal alvo, foi preso em um hotel de alto padrão em Caldas Novas, Goiás.

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Ele é natural da Paraíba e especialista em Tecnologia da Informação e já havia trabalhado como analista desenvolvedor do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele é acusado de invasão de dispositivo de informática e tentativa de furto qualificado. 

A suspeita levantada pelas investigações é que o preso já havia praticado golpes semelhantes em várias regiões do país. Na força-tarefa, foi apreendido um carro de luxo da marca BMW, avaliado em R$ 250 mil. 

Uma outra pessoa, que mora na Paraíba, foi alvo da força-tarefa e é considerado foragido da Justiça, conforme Edivando França, diretor do Departamento de Inteligência da PCCE. 

'Futuro criminoso no ambiente cibernético' 

O líder do grupo criminoso havia saído de seu emprego fixo para focar nos ataques cibernéticos, segundo as investigações revelaram. Edivando França destaca que todos os suspeitos possuem "grande conhecimento cibernético" nesse âmbito. 

"Eles sabem que o futuro criminoso é no ambiente cibernético. O golpe que acontecia antes na rua, agora acontece muito no ambiente cibernético. Esse cara que foi preso não tinha mais emprego fixo, ele estava no nível que era freelancer, mas fazia esse tipo de ataque para ver o que podia dar de retorno para ele financeiramente", disse. 

O homem de 33 anos preso ostentava uma vida luxuosa, fruto de golpes cibernéticos anteriores em outros estados. 

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