Corpos das 3 mulheres torturadas e mortas em Caucaia são encontrados em ilhota no Rio Ceará

Após buscas infrutíferas em mangue, polícia utiliza os próprios suspeitos para identificar o exato local onde os restos mortais estavam

Escrito por Redação ,

Os corpos das três mulheres torturadas, mutiladas e mortas na última sexta-feira (2), no bairro Parque Leblon, em Caucaia, finalmente foram encontrados pela polícia na manhã desta sexta-feira (9), em uma ilhota localizada no Rio Ceará, após os próprios suspeitos do crime terem sido levados até o local para apontarem o exato ponto em que abandonaram os corpos. A polícia já vinha tentando encontrar os restos mortais das vítimas há dias, mas as buscas haviam se mostrado infrutíferas até então.

Os trabalhos no local são realizados por equipes da Unidade Tática Operacional (UTO) da Divisão Antissequestro (DAS), da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), do 17º Distrito Policial (Vila Velha) e do 7º Distrito Policial (Pirambu), além de efetivo do Núcleo de Busca e Salvamento (NBS) do Corpo de Bombeiros Militar e da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce). A ação conta ainda com apoio da Polícia Militar, segundo nota no site da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE). 

"Primeiramente foram encontradas uma cabeça e um braço, mas, com o andamento das escavações, nossas equipes encontraram o resto dos corpos", informou o capitão do Corpo de Bombeiros, Manoel Sidney. Segundo ele, os restos mortais das vítimas estavam em uma cova rasa coberta com lama e folhagem. "Estavam em uma ilhota localizada cerca de 800 metros após às margens do Rio Ceará. O acesso é complicado porque a maré está cheia e o local fical em um manguezal com muita lama", explica.

Conforme o capitão, por terem sido encontrados uma semana após o crime, os corpos se encontravam em estado avançado de decomposição. "Há várias partes desfiguradas pelo adiantar dos dias. Os próprios seres vivos marítimos atacam e fazem estrago (nos restos mortais)", esclarece o capitão Manoel Sidney. Por volta de 12h30, os corpos foi recolhidos pela Pefoce, que confirmou a identidade das três vítimas. Segundo os peritos, as três mulheres estavam decapitadas e uma estava sem um braço.

Ao todo, participam do resgate dos corpos oito bombeiros e cinco guarda-vidas mergulhadores. Por terem sido encontrados em uma ilhota, os restos mortais das vítimas foram removidos do local através de botes.

Criminosos filmaram as mutilações

De acordo com as investigações, as vítimas, identificadas como Ingrid Teixeira Ferreira, Nara Lima e Darciele Anselmo de Alencar foram torturadas, mutiladas, assassinadas e decapitadas em uma área de mangue, no bairro Parque Leblon, em Caucaia, na última sexta-feira (2), mas só vieram à tona na terça-feira (6), após a prisão de quatro homens envolvidos no triplo homicídio.

Tendo acesso aos vídeos que expuseram a barbárie - incluindo a filmagem de membros das vítimas sendo cortados a golpes de facão, enquanto elas ainda estavam vivas -, a equipe de investigação do 7ºDP (Pirambu) chegou a três homens e a um adolescente, de 17 anos, no mesmo bairro em que ocorreram as torturas e assassinatos.

"A partir das imagens, nosso setor de análise deduziu o possível local do crime e equipes foram deslocadas para lá. Após diligências e algumas denúncias anônimas, chegamos ao nome de um dos presos, que aparece no vídeo em questão", revelou o titular do 7ºDP, delegado Marciliano Ribeiro.

Um envolvido ainda está foragido

Até o momento, a polícia já prendeu quatro pessoas envolvidas no triplo homicídio. Trata-se de Diego Alves Fernandes, que já tinha passagem por receptação e organização criminosa, Luis Alexandre Alves, de 23 anos, que já respondeu por roubo, Antônio Honorato dos Santos, de 42 anos, sem antecedentes criminais, e um menor de idade, de 17 anos, com passagem por ato infracional.

Além deles, a Polícia Civil informou que ainda há um suspeito foragido. Trata-se de Alison de Oliveira Borges, de 19 anos, que se evadiu do bairro Parque Leblon após ver a movimentação dos agentes de segurança.