Chefe de facção criminosa é preso suspeito de comprar votos para candidato a vereador, em Redenção

O ex-fuzileiro naval e acadêmico de Direito estava na lista dos mais procurados da Polícia Civil

Escrito por Redação , seguranca@svm.com.br

Legenda: Foram apreendidos com o homem um carro, R$ 2,2 mil, cartões de créditos de terceiros e dois aparelhos celulares.
Foto: Reprodução

Um ex-fuzileiro naval, identificado como Bruno Rafael Nascimento Leandro, 30, o 'Fininho' foi preso, no último domingo (15), suspeito de comprar votos para um candidato a vereador, em Redenção, no interior do estado do Ceará. Na ocasião, ele foi autuado em flagrante por integrar associação criminosa e por crime eleitoral. A Polícia Civil aponta o homem como líder do Comando Vermelho (CV) no Maciço de Baturité e informa que ele já respondia por homicídio, roubo a banco, associação criminosa, porte e posse ilegal de arma de fogo. Foram apreendidos com o homem um carro, R$ 2,2 mil, cartões de créditos de terceiros e dois aparelhos celulares.  

Segundo o Secretário da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), Sandro Carón, o homem tinha grande treinamento para lidar com as armas de fogo. Com a prisão do suspeito, afirma, a Polícia Civil cumpre o objetivo de descapitalizar e "asfixiar" a facção criminosa em um modo geral. "Com a captura das lideranças, damos um golpe nas facções criminosas do Ceará, enfraquecendo-as e diminuindo o número de homicídios no Estado". 

Formação militar

O delegado geral da Polícia Civil, Marcus Rattacaso, o alvo da ofensiva representa uma importante prisão para a Polícia Civil, já que ele estava sendo procurado há mais de cinco anos. "Ele tem uma formação militar, que é importante. Foram repassadas a ele técnicas operacionais de combate, de guerra, então ele sempre estava no nosso holofote. Nossa preocupação é com as vinculações. Um academico de Direito que ele tem, imagine o potencial criminoso que ele pode ter ao colar grau e atuar como advogado", diz.

Para o titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Harley Filho, no último domingo (15), a Polícia Civil recebeu informações sobre a localização do 'Fininho', que já era investigado devido porque havia uma versão de que ele liderava o Comando Vermelho na região do Maciço de Baturité, nos municípios de Acarape, Barreira, Rendenção, Guaiuba, Aracoiaba, e realizou a prisão.  "Ele é uma pessoa extremamente articulada. Nós trabalhamos em cima das 'zonas quentes', onde há mais registros de crimes em um modo geral. Tentamos identificar as lideranças para capturá-las e, assim, arrefecer o número de homicídios", pontuou o titular da Draco. 

Segundo o delegado adjunto da Draco, Kléver Faria, a equipe, na última semana, a Polícia Civil recebeu informações de que Bruno Rafael estaria ameaçando pessoas no Maciço de Baturité, no sentido de favorecer determinados candidatos a vereador na região. As equipes da Draco foram ao local e fizeram levantamentos, e conseguiram identificar o carro que era objeto da denúncia.

"Fizemos o acompanhamendo do carro e observamos que ele rondava nas localidades próximas com uma movimentação bem suspeita. Ele parava e conversava com as pessoas dentro do automóvel, mesmo que rápido. À tarde, ele saiu do automóvel, e nós efetuamos a abordagem. Tinha uma segunda pessoa, que também foi autuado com ele", destacou o delegado adjunto.

Legenda: O dinheiro apreendido seria utilizado para comprar votos para um vereador, segundo a Polícia Civil
Foto: Divulgação/Polícia Civil

Apreensões

Em 2017, Bruno Rafael  foi apontado pela Polícia Civil como um dos mentores de um ataque a banco em Redenção, enquanto estava preso em Pernambuco. Um paiol (depósito de armas) que seria usado na ação foi descoberto em fevereiro do mesmo ano.

O criminoso já foi detido em 2013 na mesma localidade, região de Boa Fé, em Redenção. O motivo da prisão foi o mesmo: por roubos a bancos. Junto com ele, foram capturadas mais sete pessoas e um arsenal de armas, que era composto por um fuzil, escopeta, carabina e revólver. 

Na ocasião, a polícia apreendeu parte do arsenal do bando, que era composta por um fuzil de calibre 7.62; três escopetas (calibre 12), três carabinas (calibre 38), quatro revólveres 38, uma pistola de calibre .40, além de muita munição de reserva, cordões detonadores de explosivos, drogas, roupas camufladas e capuzes usados nos ataques a bancos.

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