Cão leva cinco tiros no Jangurussu, sobrevive, mas precisa de cirurgia
Animal foi atingido na cabeça, tórax e chegou a perder um olho .
Um caso grave de violência contra um animal doméstico mobilizou a Sociedade Protetora Ambiental no Ceará (SPA-CE), no bairro Jangurussu, em Fortaleza (CE). Na quarta-feira (12), um cão da raça pitbull, de pelagem branca com marrom e cerca de cinco anos, foi baleado cinco vezes por homens em diferentes veículos após o animal sair para a calçada da residência da tutora.
Atualmente, o animal se encontra em uma clínica aguardando tratamento contra infecção para poder ser liberado e fazer uma cirurgia. Márcio Sousa, coordenador de operação da SPA-CE, acompanhou a dona do animal para fazer Boletim de Ocorrência (B.O) sobre o caso.
Veja atendimento médico ao animal:
Conforme registrado em documento, o animal escapou de casa pouco depois das 9h30, quando a tutora abriu o portão para receber uma encomenda. Na calçada, o pit bull teria se envolvido em uma briga com um cachorro que estava na rua.
Durante a tentativa de separar os animais, um motorista que passava no local parou o carro, sacou uma arma e efetuou três disparos. Os tiros atingiram a cabeça e o tórax do pitbull, quebrando também uma das patas traseiras.
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Ferido, o animal correu pela via, mas foi novamente alvejado por outros dois tiros disparados por um motociclista ainda não identificado. A tutora encontrou dois projéteis deflagrados de pistola calibre .40 na entrada da própria residência.
PM foi acionada ao caso
A Polícia Militar foi acionada ao local do crime e três viaturas compareceram ao endereço, mas os suspeitos não foram localizados.
Em nota, a Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE) informou que apura uma denúncia de maus-tratos a animais, no Jangurussu. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) é a unidade especializada que apura o caso.
Marcio Sousa relatou que encontrou grande quantidade de sangue na calçada ao chegar no local do ocorrido e que policiais tentaram verificar se o cão ainda estava vivo.
O animal foi socorrido e encaminhado à Clínica Veterinária Jacó, no bairro Itaperi, onde recebeu atendimento.
Vaquinha para cirurgia
Stefani Rodrigues, fundadora da Ong Anjos da Proteção Animal (APA), afirma que a instituição assumiu os cuidados com o animal após ser acionada pela veterinária que inicialmente atendeu o animal.
“Nossa instituição acolheu porque o animal foi mandado pela veterinária para morrer em casa. Internamos e estamos dando todo o suporte com recursos próprios, mas ainda não conseguimos nem R$ 100 para pagar o caução da clínica", declarou a protetora animal.
Segundo Stefani, dois ortopedistas consultados avaliaram que o cão tem possibilidade de salvar a pata, evitando amputação, mas o procedimento é caro. “A cirurgia custa aproximadamente R$ 10 mil. Ele também terá que passar por outro procedimento para retirar um dos olhos, devido à lesão provocada por uma pancada de ferro na cabeça".
A ONG informou que o pitbull ainda não pode ser operado devido ao quadro de infecção. O animal precisa passar por um ciclo de antibióticos antes da intervenção. A entidade planeja abrir uma campanha de arrecadação, uma vaquinha virtual, para cobrir os custos de cirurgia, internação prolongada e sessões de fisioterapia.