Barbatanas de tubarão avaliadas em cerca de R$ 1,5 milhão são apreendidas em Fortaleza
Mercadoria é considerada um alimento nobre e símbolo de ostentação e poder, principalmente, em países asiáticos
Uma carga com 96 quilos de barbatanas de tubarão-azul foi interceptada e apreendida, nesta segunda-feira (23), no Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, pela Receita Federal em parceria com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O material, avaliado em cerca de R$ 1,5 milhão, é considerado um alimento nobre e símbolo de ostentação e poder, principalmente, em países asiáticos.
Provenientes de São Luís (MA), os cortes estavam desidratados e pronto para consumo. Escondidos em outras cargas e bagagens de passageiros, eles foram interceptados no Terminal de Cargas. O insumo tinha como destino o Aeroporto de Congonhas, na cidade de São Paulo. Segundo o órgão ligado ao Ministério da Fazenda, esse tipo de mercadoria é geralmente enviado para nações como China, Hong Kong, Malásia e Vietnã.
Nessas localidades, as barbatanas de tubarão-azul costumam ser usadas em sopas e outros tipos de preparo. Em restaurantes na Ásia, um prato individual pode chegar a custar até 500 dólares — cerca de R$ 2,7 mil —, e o valor do produto pode alcançar 3 mil dólares (R$ 16,5 mil) por quilo.
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Mais de 300 quilos apreendidos em setembro
Esta é a segunda carga de barbatana de tubarão apreendida em território cearense neste mês. Na última terça-feira (17), as autoridades apreenderam 230 quilos do insumo, numa transportadora no município de Cruz. Segundo as investigações, o insumo saíra de Vitória (ES) e estava sendo "esquentado" no Ceará para seguir para a China em bagagens de passageiros que sairiam do Aeroporto de Guarulhos (SP).
Somente em 2024, a Receita Federal já apreendeu quase meia tonelada do produto no Estado, sendo a maioria dele de espécies ameaçadas de extinção, com o tubarão-azul, cuja captura é proibida.
"A Receita Federal e o Ibama continuarão a intensificar suas ações de fiscalização e repressão, utilizando técnicas de análise de risco e inteligência para identificar e interceptar cargas ilegais. A colaboração entre as duas instituições é fundamental para garantir a eficácia das operações e a preservação do meio ambiente", diz o comunicado do órgão do Ministério da Fazenda.
Envolvidos em crimes de exportação ilegal de mercadorias, como a apreensão de barbatanas de tubarão-azul, podem enfrentar diversas penalidades no Brasil, desde aplicação de multas a prisão de um a três anos.