"Me deu raiva, me deu tristeza, me deu angústia". O misto de sentimentos ruins que invadiram a nutricionista Larissa Duarte, 25, dentro do elevador de um prédio comercial na Aldeota, em Fortaleza, no último 15 de fevereiro, quando ela teve suas partes íntimas apalpadas por um homem, é semelhante ao que passa grande parte das mulheres vítimas de importunação sexual. Contudo, embora a sensação de impotência tenha amortecido a vítima por um instante, ela levou adiante a denúncia e aguarda que o caso seja elucidado pela Polícia.
O relato da mulher foi feito à imprensa na manhã desta quarta-feira (20), na presença do advogado dela, Raphael Bandeira. Segundo ele, as informações sobre o inquérito ainda são sigilosas, mas a expectativa da defesa é de ter um retorno da Polícia até o fim da próxima semana.
"A gente acredita que, até o fim da próxima semana, a gente deve estar tendo uma resposta, para que seja dado seguimento. [...] A gente espera que, enfim, após ser aberta vista ao Ministério Público, certamente que ele [agressor] seja enquadrado no crime de importunação sexual. Mas, obviamente, são cenas dos próximos capítulos", afirmou o advogado.
O Diário do Nordeste apurou que a Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza, à frente do caso, já intimou o suspeito e aguarda que a defesa o apresente nos próximos dias. O nome do suspeito não foi divulgado.
'Não temos que ter vergonha'
À imprensa, Larissa disse que não esperava que o caso tivesse tido uma repercussão tão grande, mas que ficou contente com os comentários de encorajamento que tem recebido de várias mulheres.
"Muitas passaram por situações parecidas, mas não tiveram coragem, realmente, de lutar, de expor. Eu estou recebendo mensagens de mulheres que se inspiram no meu caso e eu quero que isso sirva de exemplo para outras, para não terem medo de expor porque, afinal, somos vítimas, e não culpadas", afirmou.
A nutricionista ainda encorajou que as vítimas denunciem as agressões sofridas. "Nós não temos que ter vergonha. A gente só quer trabalhar e ser respeitada. Eu acho que isso é o mínimo", pontuou.