Vazio Sanitário do Algodão no Ceará começa na próxima quinta-feira (1º) e segue até dezembro

O produtor fica proibido de semear e manter o cultivo da planta por um período de 90 dias

Escrito por Rodrigo Rodrigues , rodrigo.rodrigues@svm.com.br
Legenda: O custo atual de um dia de trabalho no campo é de R$ 50
Foto: Ascom/Adagri

Como medida de segurança fitossanitária, o Vazio Sanitário do Algodão começa a partir de 1º de outubro, no Ceará. O objetivo é estabelecer medidas para prevenção e controle da praga do bicudo-do-algodoeiro. Segundo portaria da Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri), o produtor fica proibido de semear e manter o cultivo da planta por um período de 90 dias, válido até 31 de dezembro. 

Segundo a Adagri, o agricultor tem até 30 dias após a colheita para realizar a eliminação da planta.

Também é necessário eliminar os restos após a colheita e durante o vazio sanitário. O produtor Pedro Edmilson, da Fazendo Minadouro, em Brejo Santo, no Cariri, já se adiantou e eliminou a metade da plantação deste ano. “Tirei o gado de dentro da área ontem e daqui para o final da semana elimino o resto”, explica, ressaltando as vantagens de finalizar o processo o quanto antes.

“Liquidar o mais cedo possível é melhor caso ainda tenha algum bicudo na área. Quanto mais cedo eliminar, melhor pra gente, pois vai evitar de pintar algum inseto”. 

Edmilson lembra que, neste ano, a quantidade de bicudos aumentou, entre abril e maio, mas sem grandes problemas: "a gente já consegue ter o controle", explica. 

Segundo ele, a atual safra superou a do ano passado, na mesma área cultivada - em cerca de 26 hectares. Em 2019, o produtor colheu 55.000 kg de algodão, já neste ano o resultado subiu 10%, chegando aos 61.000 kg colhidos. Com os bons resultados, ele já projeta a próxima safra. “Já começo a plantar nas primeiras chuvas de janeiro próximo. É mais viável do que começar no fim de fevereiro”, destaca.

Adagri

Conforme a Portaria da Adagri, de 27 de fevereiro deste ano, o Vazio Sanitário diminui a incidência da praga do bicudo-do-algodoeiro na safra seguinte. Após o período determinado, os agricultores devem também cadastrar suas unidades de produção, em até 30 dias após o plantio, nos núcleos locais da Agência de Defesa. O não cumprimento da medida pode incorrer em penalidades.

A fiscalização do corpo técnico visa a garantia no cumprimento das medidas sanitárias. Mesmo antes do Vazio, os fiscais e agentes estaduais da Adagri estão realizando ações de fiscalização do processo de destruição dos restos culturais do algodão. O foco, conforme a Agência, são as principais regiões produtoras do Ceará: Cariri, Sertão Central e Chapada do Apodi

Segundo a diretora de Sanidade Vegetal, Neliane Borges, durante as visitas os agentes repassam informações como medidas de controle do bicudo e eliminação dos restos culturais ao final da colheita.

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