Seminário São José, em Crato, deve sediar curso de Medicina da Urca até 2022

A Instituição prevê a criação da nova graduação em um ano e meio

Escrito por Antonio Rodrigues , regiao@svm.com.br
Legenda: O prédio foi construído na segunda metade do século XIX
Foto: Antonio Rodrigues

O Seminário São José deve ser o local escolhido para receber o curso de Medicina da Universidade Regional do Cariri (Urca), em Crato, previsto para começar em até um ano e meio. O prédio, construído na segunda metade do século XIX, recebeu visita técnica na última semana da Comissão Especial de Criação do Curso, formada por professores e pesquisadores. O objetivo era conhecer a estrutura do espaço que pode receber um centro de atendimento.  

Conforme avaliação do presidente da Comissão, professor Galberto Martins, a agenda da última semana, que incluiu visita a estrutura atual da instituição e ao prédio do Seminário, causou um "impacto muito positivo". 

“Foi uma possibilidade de entender melhor o projeto, com as visitas na UFCA, e toda a infraestrutura de um curso de medicina. Em relação ao Seminário, foi importante para termos um o dimensionamento do projeto de fato, e isso fortaleceu a equipe e consolidou o local onde o curso irá acontecer”, afirma.  

Os cálculos necessários para o projeto, no que se refere à questão das despesas, além do suporte que a URCA já vem oferecendo, na hora que ela começa a integrar alguns cursos, como Enfermagem e Educação Física e Química Biológica, já foram feitos. “Vai haver um fortalecimento maior da área de saúde da Urca”, avalia Galberto.  

O impacto positivo também é social, na avaliação do presidente da Comissão, porque vai desenvolver o Crato e o Cariri, até mesmo com a criação de um grande centro de atenção básica, resolutivo e que possa estar disponível para toda a população. Esse equipamento vai servir de amparo para outros cursos de Medicina como o da UFCA e da Estácio, para que os alunos possam fazer estágios. 

Histórico 

A criação de um curso de Medicina na cidade do Crato é debatido por gestores e vereadores que ocuparam sua casa legislativa há mais de uma década. O surgimento da Universidade Federal do Cariri (UFCA), em 2013, trouxe esperança aos cratenses. Porém, a portaria 328, de 5 de abril de 2018, do Ministério da Educação, que suspendeu a política de expansão desta graduação na rede federal interrompeu este desejo.  

A Urca, no entanto, retomou o debate e vê com boas possibilidades a abertura desta nova formação acadêmica em um ano e meio. O trabalho começou há dois anos com o diálogo com os próprios governos municipal e estadual e um estudo de prospecção para avaliar as condições de abrir o curso. 

“A gente vê uma deficiência de médicos no Estado. Indicadores mostram que o número por 100 mil habitantes é abaixo de um em alguns municípios de abrangência da Urca”, explicou o professor Lima Júnior, reitor da URCA.

 “Não pode criar apenas por criar. Tem que analisar a demanda e a oferta de vagas. O perfil do profissional. Fizemos isso com o Ceará e o Nordeste. A viabilidade aponta para a criação. Com a portaria do MEC, também há normativa”, completa.  

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