São João do Jaguaribe é a única cidade do Ceará com risco normal de transmissão da Covid-19

Entre 9 de fevereiro e 9 de março, o Município registrou 13 novos casos. A última morte por decorrência da Covid-19 aconteceu em 20 de dezembro do ano passado.

Escrito por André Costa , andre.costa@svm.com.br
Legenda: Os novos casos de infecção também apresentaram, ainda em 2021, tendência de queda
Foto: José Leomar

Sem óbito por decorrência da Covid-19 há quase três meses, a pequena cidade de São João do Jaguaribe é a única do Estado na classificação de nível 1 ("novo normal") para o risco de transmissão do novo coronavírus. A última morte ocorreu no dia 20 de dezembro do ano passado. Os novos casos de infecção também apresentaram, ainda em 2021, tendência de queda.

Em 9 de novembro passado, o Município tinha 196 infectados, conforme dados do IntegraSus, plataforma oficial da Secretaria da Saúde (Sesa) do Estado. Um mês depois, 10 novos casos foram registrados. No mês seguinte, isto é, em 9 de janeiro, a curva apresentou sensível evolução, acompanhando o cenário vivenciado em todo o Estado com a chegada da segunda onda. Em janeiro eram 260 e, em 9 de fevereiro, 336.

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No entanto, já no fim de fevereiro os casos se estabilizaram e a curva voltou a apontar para projeção de queda. Entre 9 de fevereiro e 9 de março, foram registrados 13 casos novos. A taxa de incidência de casos da Covid-19 para cada 100 mil habitantes atualmente é de apenas 25,3. Quase dez vezes menor que a média estadual, 243,8.

O prefeito do Município, Raimundo César Morais atribui à melhora no cenário "ao engajamento da população com as medidas sanitárias". 

"Não precisamos implantar barreria sanitária, nem lockdown. Nossa cidade é pequena, pacata. Usei os meios de comunicação para pedir a colaboração dos moradores e eles atenderam. A população sabia que se eu tivesse que fechar o comércio o impacto seria muito grande para nossa economia, então eles respeitaram".

Respeito às normas sanitárias

Para Caroline Gurgel, virologista, epidemiologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), "é normal que cidades menores enfrentem mais facilidade na hora de conscientizar a população, tendo como comparação os grandes centros". São justamente essas particularidades que fazem com que a especialista aprove o uso pontual de medidas, "levando sempre em consideração o cenário em que ela vai ser aplicada".

"Cada cidade tem sua especificidade. Não é necessário fechar um município pequeno para conter o avanço do vírus, assim como é indicado o lockdown para as grandes cidades. O mais importante é a população entender a gravidade do momento e respeitar as normas sanitárias", avalia.

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Em São João do Jaguaribe as recomendações têm sido atendidas. Desde o início da pandemia, Raimundo César ressalta que a Polícia só foi acionada uma única vez para encerrar uma festa particular com aglomeração. "Isso já faz mais de sete meses, nunca tivemos nada grave, nada que precisasse acionar novamente a polícia", completa. 

Bares, restaurantes e demais atividades econômicas estão sendo encerradas às 20 horas, conforme preconiza o decreto Estadual, no entanto, "não houve a adoção de toque de recolher, uma vez que nossa cidade não se encaixa na classificação de alto risco", conclui.

Essa tendência de baixa nos casos deve seguir nas próximas semanas. Atualmente, conforme o IntegraSus, há apenas 18 casos em investigação. "Claro que temos que esperar o resultado dos exames, mas posso antecipar que a maioria trata-se de quadros gripais corriqueiros para esta época do ano", aposta o gestor. 

Vacinação

A secretária da Saúde de São João do Jaguaribe, Mila Lopes, destaca que a imunização no Município avança "progressivamente". Conforme a titular da Pasta, todos os profissionais da linha de enfrentamento da Covid-19 já foram vacinados. "Já aplicamos 116 doses. Recebemos mais um lote nesta semana e destinaremos 30 imunizantes para os profissionais que atuam na rede privada", pontuou.

Aos idosos, foram aplicadas 124 doses no grupo prioritário - idosos acima de 75 acamados e idosos acima de 90 anos - e, cerca de 100 doses serão viabilizadas com o recebimento do novo lote. A Secretaria, no entanto, não informou qual era a representação percentual de idosos e profissionais da saúde.

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