Movimento dos astros orienta cultivo da terra
Escrito por
Redação
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Há mais de quatro mil anos, egípcios e hebreus já consideravam o movimento dos astros para o cultivo da terra
Fortaleza. Já pensou em podar, realizar transplantes de vegetais e plantar sementes seguindo os movimentos da Lua, do Sol, da Terra e dos outros planetas do sistema solar? Por mais que a idéia pareça um pouco absurda, esta é mais uma das inúmeras práticas milenares relacionadas à agricultura e utilizadas pelos homens do campo e por pesquisadores do Brasil e do exterior, principalmente da Alemanha.
No Ceará, os estudos que consideram a relação entre astronomia e agricultura são desenvolvidos no âmbito do projeto de pesquisa “Astronomia Agrícola aplicada à Agricultura Orgânica”, sob coordenação do professor-doutor em Bioquímica Vegetal, da Universidade Federal do Ceará (UFC), João Batista Freitas.
Por mais que seja uma prática antiga, ainda não se tem registros precisos sobre o início do uso da astronomia na agricultura. Mas o professor conta que esta técnica teria surgido com os egípcios e hebreus há mais de quatro mil anos. Esses povos consideraram os deslocamentos das estrelas para cultivar a terra. Segundo o professor Batista, as estrelas podem ser fixas e não-fixas. “Nesta última classificação estão os planetas do sistema solar”. Assim, ele explica que é possível verificar, com os movimentos dos astros, as mudanças e os movimentos que influenciam o desenvolvimento dos vegetais.
“As plantas sempre estiveram sob a influência dos astros”, diz o professor. Utilizar a técnica astronômica consiste, basicamente, em fixar os olhos no céu e as mãos na terra e acompanhar o desenvolvimento das plantas. Para cada movimento dos astros, é possível adequar uma prática da agricultura, tais como podação, plantio, colheitas e transplantes. Um dos outros objetivos do uso da Astronomia Agrícola consiste em evitar anomalias nos vegetais e ter uma maior resistência ao ataque de pragas naturais como formigas.
Segundo o professor, quando um agricultor planta em qualquer momento e fase da Lua, sem um acompanhamento do uso da Astronomia, pode verificar diversas alterações nas plantas, podendo variar a quantidade de folhas, frutos, altura do vegetal e na dificuldade de fixação da planta ao solo. A explicação para esta influência consiste na aproximação e nos movimentos feitos pela Lua. O Sol e a Terra levam um ano para completar o movimento de translação. Já a Lua, faz esse mesmo movimento numa média de 28 dias.
O resultado é a interferência deste astro de uma forma mais intensa sobre as plantas. Nesse movimento, a Lua tende a se aproximar e se afastar da Terra gradativamente e isso implica em mudanças no vegetal. “Essa aproximação da Lua repercute negativamente na agricultura. Qualquer tipo de atividade nessa época é problemática. Se eu vou fazer transplantes, a raiz não se fixa muito bem no solo. Mas, se eu fizer esse mesmo transplante em outro momento, quando a Lua estiver longe, a raiz estará muito bem fixada”, explica Batista.
O professor conta ainda que, a partir da observação dos períodos descendente e ascendente da Lua (quando a Lua fica mais perto e longe da Terra, respectivamente) é possível se estruturar para que as plantas tenham desenvolvimentos regulares, além de proporcionar maior resistência ao ataque de pragas, sem uso de inseticidas.
Horta escolar
O uso da Astronomia Agrícola não é restrita apenas à agricultura em larga escala. O conhecimento pode ser utilizado com as plantas em casa e, também, por alunos interessados em possuir uma horta escolar. Estudantes e professores da Escola de Ensino Fundamental Narcisa Borges, vinculada ao Estado, visitaram as unidades de horticultura do Centro de Ciências Agrárias da UFC para, posteriormente, instalar uma horta.
“A proposta é interessante e os alunos devem repassar esses conhecimentos para outros colegas”, disse a professora que acompanhou o grupo.
Estações
Segundo Batista, a Astronomia Agrícola é um processo natural conhecido como uma atividade cíclica que acompanha o desenvolvimento dos vegetais. As quatro estações do ano são recorrentes e alteram a estabilidade das plantas. No laboratório e na horticultura da UFC, onde são desenvolvidas as pesquisas de plantio de acordo com a Astronomia, as plantas são sempre podadas quando a Lua está na fase minguante. Segundo Batista, os períodos de apogeu (Lua perto da Terra) e perigeu (Lua longe da Terra) regem o calendário de plantio, poda e colheita das hortas. Segundo Batista, agricultores podem utilizar constantemente a movimentação dos astros para o plantio e colheita.
APRENDIZADO
"A troca de informações sobre as influências dos astros são imprescindíveis para o projeto".
"O interesse da minha participação consiste no que posso aprender e repassar ao professor".
Othon de Carvalho
Astrólogo e voluntário do projeto
BENEFÍCIOS
"As plantas sempre estiveram sob a influência dos astros. É a lei da natureza em ação".
"Os homens do campo sabem muito bem como utilizar esses conhecimentos da Astronomia".
João Batista Freitas
Doutor em Bioquímica Vegetal
MAURÍCIO VIEIRA
Repórter
TROCA DE INFORMAÇÕES
Astrólogo torna-se voluntário no projeto
Fortaleza. A contribuição da Astronomia é reforçada pelo voluntário do projeto da UFC e também astrólogo, Othon Carvalho. De acordo com ele, é preciso conciliar os dois campos do conhecimento para se obter bons resultados na pesquisa. “O interesse da minha participação consiste no que posso aprender e repassar ao professor. A troca de informações astrológicas, sobre o zodíaco, as influências dos astros são imprescindíveis para a continuidade do projeto”, diz Othon, que integra o projeto de pesquisa há pouco mais de nove meses.
Atividade agrícola
Um exemplo do que é possível fazer apenas com o conhecimento dos astros — e isso pode ser estendido à agricultura em grande escala, hortas residenciais e escolares — é saber o momento ideal para realizar estaca (porção de um ramo que se planta para reproduzir a árvore ou o arbusto de origem) e poda. “Quando a Lua se afasta, é um bom momento para realizar a poda das plantas, porque o poder gravitacional da Lua, ao se afastar da Terra, faz com que a planta cresça ainda mais. A poda deve ser realizada na Lua minguante”, diz João Batista. O transplante deve ser realizado quando a Lua está na fase descendente. De acordo com o professor, a contribuição da Astronomia para o manejo da terra é imprescindível, uma vez que países estão empenhados em contribuir com mais pesquisas de divulgação e melhoria da agricultura orgânica. Um exemplo é o caso da Alemanha, considerado o país onde se estuda mais a Astronomia Agrícola. Atualmente, o país desenvolve um calendário anual em que pesquisadores e agricultores podem se basear para o trabalho no campo. Dependendo do dia e do movimento da Lua, é possível saber os momentos certos para a colheita e para as plantações.
A influência da Lua sobre as plantas acontece porque, segundo João Batista Freitas, a Lua possui sete impulsos. Estes impulsos são definidos de acordo com as sete fases da Lua: nova, crescente, minguante, cheia, ascendente, descendente e a fase em que a Lua se encontra em torno do zodíaco. O movimento realizado pelo satélite, num tempo estimado de 28 dias, é o responsável por boas plantações, colheitas, transplantes e diminuição de pragas. Diferente do Sol e da Terra, a Lua dispõe de menos tempo para realizar o mesmo movimento feito pelos outros astros.
Sabedoria popular
“Os homens do campo sabem muito bem como utilizar esses conhecimentos da astronomia. Eles têm o costume de observar a Lua e as influências dela sobre o campo. Eu aprendi esta técnica com a ajuda deles também”, diz, se referindo aos profetas das chuvas. Batista conta que seu interesse pela Astronomia Agrícola começou há mais de 40 anos, após ler artigo sobre o tema em revista especializada em agricultura.
SAIBA MAIS
Astronomia Agrícola
Ciência que estuda o comportamento dos astros em relação ao desenvolvimento das plantas. A influência que os planetas e a Lua desempenham nos vegetais.
Paleolítico
Durante o Paleolítico (Idade da Pedra Lascada), os povos antepassados já utilizavam a posição e o movimento dos corpos celestes para se orientar em relação aos pontos cardeais, estudar a duração do dia e da noite, marcar as estações do ano e o tempo.
Neolítico
Na Idade da Pedra Polida, a astronomia se presta à determinação da melhor época para as práticas agrícolas e, ainda, para a navegação.
Mais informações:
Astronomia Agrícola aplicada à Agricultura Orgânica
Professor João Batista Freitas
(85) 3366.9613 / 3366.9713
batistola@oi.com.br
Fortaleza. Já pensou em podar, realizar transplantes de vegetais e plantar sementes seguindo os movimentos da Lua, do Sol, da Terra e dos outros planetas do sistema solar? Por mais que a idéia pareça um pouco absurda, esta é mais uma das inúmeras práticas milenares relacionadas à agricultura e utilizadas pelos homens do campo e por pesquisadores do Brasil e do exterior, principalmente da Alemanha.
No Ceará, os estudos que consideram a relação entre astronomia e agricultura são desenvolvidos no âmbito do projeto de pesquisa “Astronomia Agrícola aplicada à Agricultura Orgânica”, sob coordenação do professor-doutor em Bioquímica Vegetal, da Universidade Federal do Ceará (UFC), João Batista Freitas.
Por mais que seja uma prática antiga, ainda não se tem registros precisos sobre o início do uso da astronomia na agricultura. Mas o professor conta que esta técnica teria surgido com os egípcios e hebreus há mais de quatro mil anos. Esses povos consideraram os deslocamentos das estrelas para cultivar a terra. Segundo o professor Batista, as estrelas podem ser fixas e não-fixas. “Nesta última classificação estão os planetas do sistema solar”. Assim, ele explica que é possível verificar, com os movimentos dos astros, as mudanças e os movimentos que influenciam o desenvolvimento dos vegetais.
“As plantas sempre estiveram sob a influência dos astros”, diz o professor. Utilizar a técnica astronômica consiste, basicamente, em fixar os olhos no céu e as mãos na terra e acompanhar o desenvolvimento das plantas. Para cada movimento dos astros, é possível adequar uma prática da agricultura, tais como podação, plantio, colheitas e transplantes. Um dos outros objetivos do uso da Astronomia Agrícola consiste em evitar anomalias nos vegetais e ter uma maior resistência ao ataque de pragas naturais como formigas.
Segundo o professor, quando um agricultor planta em qualquer momento e fase da Lua, sem um acompanhamento do uso da Astronomia, pode verificar diversas alterações nas plantas, podendo variar a quantidade de folhas, frutos, altura do vegetal e na dificuldade de fixação da planta ao solo. A explicação para esta influência consiste na aproximação e nos movimentos feitos pela Lua. O Sol e a Terra levam um ano para completar o movimento de translação. Já a Lua, faz esse mesmo movimento numa média de 28 dias.
O resultado é a interferência deste astro de uma forma mais intensa sobre as plantas. Nesse movimento, a Lua tende a se aproximar e se afastar da Terra gradativamente e isso implica em mudanças no vegetal. “Essa aproximação da Lua repercute negativamente na agricultura. Qualquer tipo de atividade nessa época é problemática. Se eu vou fazer transplantes, a raiz não se fixa muito bem no solo. Mas, se eu fizer esse mesmo transplante em outro momento, quando a Lua estiver longe, a raiz estará muito bem fixada”, explica Batista.
O professor conta ainda que, a partir da observação dos períodos descendente e ascendente da Lua (quando a Lua fica mais perto e longe da Terra, respectivamente) é possível se estruturar para que as plantas tenham desenvolvimentos regulares, além de proporcionar maior resistência ao ataque de pragas, sem uso de inseticidas.
Horta escolar
O uso da Astronomia Agrícola não é restrita apenas à agricultura em larga escala. O conhecimento pode ser utilizado com as plantas em casa e, também, por alunos interessados em possuir uma horta escolar. Estudantes e professores da Escola de Ensino Fundamental Narcisa Borges, vinculada ao Estado, visitaram as unidades de horticultura do Centro de Ciências Agrárias da UFC para, posteriormente, instalar uma horta.
“A proposta é interessante e os alunos devem repassar esses conhecimentos para outros colegas”, disse a professora que acompanhou o grupo.
Estações
Segundo Batista, a Astronomia Agrícola é um processo natural conhecido como uma atividade cíclica que acompanha o desenvolvimento dos vegetais. As quatro estações do ano são recorrentes e alteram a estabilidade das plantas. No laboratório e na horticultura da UFC, onde são desenvolvidas as pesquisas de plantio de acordo com a Astronomia, as plantas são sempre podadas quando a Lua está na fase minguante. Segundo Batista, os períodos de apogeu (Lua perto da Terra) e perigeu (Lua longe da Terra) regem o calendário de plantio, poda e colheita das hortas. Segundo Batista, agricultores podem utilizar constantemente a movimentação dos astros para o plantio e colheita.
APRENDIZADO
"A troca de informações sobre as influências dos astros são imprescindíveis para o projeto".
"O interesse da minha participação consiste no que posso aprender e repassar ao professor".
Othon de Carvalho
Astrólogo e voluntário do projeto
BENEFÍCIOS
"As plantas sempre estiveram sob a influência dos astros. É a lei da natureza em ação".
"Os homens do campo sabem muito bem como utilizar esses conhecimentos da Astronomia".
João Batista Freitas
Doutor em Bioquímica Vegetal
MAURÍCIO VIEIRA
Repórter
TROCA DE INFORMAÇÕES
Astrólogo torna-se voluntário no projeto
Fortaleza. A contribuição da Astronomia é reforçada pelo voluntário do projeto da UFC e também astrólogo, Othon Carvalho. De acordo com ele, é preciso conciliar os dois campos do conhecimento para se obter bons resultados na pesquisa. “O interesse da minha participação consiste no que posso aprender e repassar ao professor. A troca de informações astrológicas, sobre o zodíaco, as influências dos astros são imprescindíveis para a continuidade do projeto”, diz Othon, que integra o projeto de pesquisa há pouco mais de nove meses.
Atividade agrícola
Um exemplo do que é possível fazer apenas com o conhecimento dos astros — e isso pode ser estendido à agricultura em grande escala, hortas residenciais e escolares — é saber o momento ideal para realizar estaca (porção de um ramo que se planta para reproduzir a árvore ou o arbusto de origem) e poda. “Quando a Lua se afasta, é um bom momento para realizar a poda das plantas, porque o poder gravitacional da Lua, ao se afastar da Terra, faz com que a planta cresça ainda mais. A poda deve ser realizada na Lua minguante”, diz João Batista. O transplante deve ser realizado quando a Lua está na fase descendente. De acordo com o professor, a contribuição da Astronomia para o manejo da terra é imprescindível, uma vez que países estão empenhados em contribuir com mais pesquisas de divulgação e melhoria da agricultura orgânica. Um exemplo é o caso da Alemanha, considerado o país onde se estuda mais a Astronomia Agrícola. Atualmente, o país desenvolve um calendário anual em que pesquisadores e agricultores podem se basear para o trabalho no campo. Dependendo do dia e do movimento da Lua, é possível saber os momentos certos para a colheita e para as plantações.
A influência da Lua sobre as plantas acontece porque, segundo João Batista Freitas, a Lua possui sete impulsos. Estes impulsos são definidos de acordo com as sete fases da Lua: nova, crescente, minguante, cheia, ascendente, descendente e a fase em que a Lua se encontra em torno do zodíaco. O movimento realizado pelo satélite, num tempo estimado de 28 dias, é o responsável por boas plantações, colheitas, transplantes e diminuição de pragas. Diferente do Sol e da Terra, a Lua dispõe de menos tempo para realizar o mesmo movimento feito pelos outros astros.
Sabedoria popular
“Os homens do campo sabem muito bem como utilizar esses conhecimentos da astronomia. Eles têm o costume de observar a Lua e as influências dela sobre o campo. Eu aprendi esta técnica com a ajuda deles também”, diz, se referindo aos profetas das chuvas. Batista conta que seu interesse pela Astronomia Agrícola começou há mais de 40 anos, após ler artigo sobre o tema em revista especializada em agricultura.
SAIBA MAIS
Astronomia Agrícola
Ciência que estuda o comportamento dos astros em relação ao desenvolvimento das plantas. A influência que os planetas e a Lua desempenham nos vegetais.
Paleolítico
Durante o Paleolítico (Idade da Pedra Lascada), os povos antepassados já utilizavam a posição e o movimento dos corpos celestes para se orientar em relação aos pontos cardeais, estudar a duração do dia e da noite, marcar as estações do ano e o tempo.
Neolítico
Na Idade da Pedra Polida, a astronomia se presta à determinação da melhor época para as práticas agrícolas e, ainda, para a navegação.
Mais informações:
Astronomia Agrícola aplicada à Agricultura Orgânica
Professor João Batista Freitas
(85) 3366.9613 / 3366.9713
batistola@oi.com.br