Santa Quitéria é referência em criação de moda no Ceará

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As diversas fábricas de confecção de roupas estão contribuindo para o crescimento econômico do Município

Santa Quitéria. Este Município tem se tornado uma referência quando o assunto é tendência na confecção de peças para vestuário. As fábricas se espalham pela cidade, gerando oportunidades de emprego e renda. Entre essas fábricas de criação de moda, destaca-se a Lamanda, voltado exclusivamente para a moda feminina.

A conquista desse mercado concorrido surgiu pela força empreendedora de um casal, Egberto e Fernanda Lôbo, que acreditando na realização dos sonhos por meio da força do trabalho. O casal iniciou o empreendimento neste Município em 1993. Com o passar dos anos, o trabalho foi se consolidando e graças ao empenho e dedicação de seus funcionários se expandiu e conquistou o mercado de boa parte do Estado.

No início eram apenas duas costureiras, segundo conta o proprietário e empresário Egberto Lobo. O sonho de se tornar um confeccionista de moda veio no momento em que viu a mãe, Marli Hugo, iniciar uma pequena confecção para atender a um público que costumava ir a sua residência procurar novidades no mundo da moda. "Quando iniciei lembro muito bem, eram apenas duas costureiras, num pequeno quarto da nossa casa situada na Rua Antônio Ernesto. Depois disso veio a primeira ampliação, a construção de um galpão no fundo da casa, que a cada ano aumentava de tamanho", reforça o empresário, que no início teve que romper barreiras, na busca de novas conquistas.

O casamento e a união profissional com a consultora de moda Fernanda Lôbo ajudaram na ampliação do negócio. Como estilista da marca e responsável por praticamente por tudo que acontece dentro da Lamanda, Fernanda busca se manter atualizada sobre todas as tendências de moda lançadas nos principais polos industriais do Brasil.

Ela acompanha o marido na compra de maquinários, nas consultas de moda, cores, estilo, tecidos, silhuetas etc. Trabalha ao lado do estilista Kallil Nepomuceno, e juntos desenvolvem coleções marcantes, com estilo e personalidade próprios à delicadeza e qualidade da marca, buscando sempre atender aos desejos e anseios da mulher contemporânea. "O cliente tem que ter segurança de como se vestir de um modo que realmente expresse quem ele é, de acordo com seu estilo e personalidade", diz Fernanda.

Dificuldade

No início, Egberto lembra a dificuldade que era conseguir um empréstimo financeiro. "Os investimentos eram muito difíceis. A burocracia atrapalhava na hora de conseguir um capital de giro. A gente trabalhava com capital próprio, tentando desenvolver e aumentar o faturamento. Hoje tudo mudou. Agora, para a gente angariar recursos é muito mais fácil", destaca ele.

Na opinião do empresário, a burocracia acabou atrasando o crescimento do seu empreendimento. "O processo de crescimento da nossa empresa foi lento demais. Depois de praticamente uma década, foi que conquistamos o mercado que pretendíamos conquistar em cinco anos de atividade".

A Lamanda trabalha exclusivamente a moda feminina, visando a jovem senhora. "Minhas coleções são resultados da minha liberdade de criação", disse Egberto.

A Branquela Moda é outra indústria que nasceu em Santa Quitéria. Atuando há pouco mais de dois anos, já ganha espaço no mercado de moda feminina no Estado e em outras regiões do País. Presente na II Feira do Comércio e Indústria de Santa Quitéria (Fecoisq), encerrada na noite de ontem, a empresa pôde apresentar a sua última coleção de verão e alto verão. "As nossas coleções também têm uma boa aceitação no mercado regional e, quando estamos presentes nesses eventos, seja no interior ou em Fortaleza, a visitação ao nosso estande é sempre satisfatória", comentou Fabíola Paiva, sócia-proprietária da Branquela Moda.

Wilson Gomes
Colaborador

MAIS INFORMAÇÕES
Lamanda - Confecções femininas/ Sede da Fábrica - Rua Almirante Rufino, 1265, Bairro Vila União
Fortaleza/ http://www.lamanda.com.br

RENDA
Empresas contribuem para crescimento de empregos

Santa Quitéria. A indústria da confecção tem grande peso na produção do Estado do Ceará, tendo lançado marcas como a Vilejack de Jeans. Mas por trás dessas empresas que movimentam o setor têxtil do Estado existem profissionais que se dedicam de corpo e alma. No Ceará, o setor de confecções tem crescido bastante, com aproximadamente 2 mil indústrias, empregando cerca de 80 mil trabalhadores, direta e indiretamente. Em Santa Quitéria, cada indústria chega a empregar, em média, 50 trabalhadores, direta e indiretamente.

Durante os últimos anos, o Ceará tem se destacado pela exportação de confecções para o exterior e criações elogiadas em todo cenário da moda nacional. É também um dos Estados que tem a característica de revelar talentos da moda brasileira, como Lino Villaventura.

O dono da Lamanda, Egberto Lôbo, acrescenta que metade do que produzido pela empresa e que chega ao mercado consumidor ainda é fabricado em Santa Quitéria. Produção que deve perdurar ainda por muito tempo. A mão-de-obra no Município, segundo Egberto Lôbo, é bastante qualificada.

Potencialidade

"Quando ampliamos nossa empresa para a Capital, a equipe de Santa Quitéria nos acompanhou, não se desfez. Por isso não pretendemos jamais abandonar o mercado local, que tem suas potencialidades. A nossa tendência é aumentar a nossa equipe", reforça o empresário. Para fugir da pirataria, a Lamanda procura usar tecidos exclusivos, além de estilos próprios, com aviamentos ou acessórios que dificultem a falsificação.

Moda íntima

Outro ponto em destaque no Estado é a produção de moda íntima. O setor produz cerca de 500 milhões de peças anualmente. A cidade de Frecheirinha, na região Norte do Estado, é referência neste tipo de mercado, que basicamente movimenta a economia local. Em quase toda esquina desta cidade, é fácil encontrar uma loja especializada na fabricação e venda deste tipo de vestuário.

O ramo de peças íntimas começou a ser explorado no Município há cerca de 20 anos. Atualmente, 15 confecções mantêm esse mercado que não para de crescer e emprega 20% da população ativa da cidade.

Costureiros

Entre esses empregados se encontra João Paulo de Lima, que trocou o cabo da enxada pela máquina de costura. E ele não é o único. A maioria dos funcionários que trabalha na fabricação das peças íntimas é do sexo masculino "Foi uma troca muito boa. Antes na roça a gente trabalha no sol. Uma profissão bastante cansativa, sem falar no salário que era bem menos do que o que ganho aqui", comparou João Paulo.

Na cidade de Frecheirinha as empresas chegam a produzir cerca de 4 mil peças por dia. 80% do que é produzido atende à classe feminina, que ajuda a expandir o negócio e a produção que, a cada ano, apresenta um crescimento de cerca de 40%. Quem produz este tipo de moda em Frecheirinha acredita que a localização geográfica do Município favoreceu para esse desenvolvimento.

Trabalhadores

50 Pessoas, direta e indiretamente são beneficiadas com o trabalho nas indústrias de confecções em Santa Quitéria. No Estado do Ceará o setor emprega cerca de 80 mil trabalhadores