Saga de Delmiro Gouveia começa no CE
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Redação
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Natércia Rocha
Considerado um imperador no Nordeste, a vida de Delmiro Gouveia começa na cidade de Ipu, zona norte do Estado
Ipu. Era 10 de outubro de 1917. O relógio batia oito e meia da noite e o coronel Delmiro Gouveia se balançava numa cadeira de vime, no alpendre de casa, lendo jornais sob o clarão da recém-chegada luz elétrica. Naquele instante, três tiros, disparados da escuridão da rua, interromperam a vida de Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, o cearense que fez fortuna no sertão de Alagoas e entrou para a história como construtor da primeira usina hidrelétrica do Nordeste.
Noventa anos após sua morte, o Diário do Nordeste foi buscar as raízes desse sertanejo visionário, que nasceu na Fazenda Boa Vista, distante duas léguas da então Vila do Ipu, na Ibiapaba. Salvo algumas poucas tentativas escolares de manter acesa a lembrança do filho ilustre, nada mais dele existe por lá. Nem mesmo a casa de vaqueiro onde seu pai, Delmiro Porfírio de Farias (Belo de Farias), ficou escondido após “roubar” a menina Leonila Flora da Cruz (Dona Moça), de 14 anos, que viria ser a mãe do menino Delmiro. Nos sete anos que moraram por lá (1861-1868) foram condenados a viver à margem da sociedade: ele procurado pela polícia por “crime de sedução” e ela difamada por coabitar com um homem casado e pai de mais outros quatro filhos.
Afamado conquistador e popular pela “garbosidade”, quatro anos depois de instalado na zona norte do Ceará, Belo de Farias, que era tenente da Guarda Nacional do Ipu, se alistou no “26º Corpo de Voluntários da Pátria” e foi morrer na Guerra do Paraguai, em abril de 1867. No ano seguinte, quando ficou sabendo da morte do pai de seus filhos, Leonila Flora, que não pôde assumir o posto oficial de viúva do herói morto, criou coragem e voltou para Pernambuco.
No livro “Delmiro Gouveia – O Pioneiro de Paulo Afonso”, o escritor Tadeu Rocha narra as dificuldades atravessadas por Dona Moça nesse Estado. “Sua vida no Ceará não correspondeu à coisa alguma do que imaginara ao pensar em casamento(...) Teve seu segundo filho nascido a 5 de junho de 1863. Ao contrário da menina Maria Augusta, que se batizou na Matriz de Santa Quitéria, o menino Delmiro Augusto não pôde ser levado à pia da Igreja de S. Sebastião, no Ipu(...) Foi preciso esperar a passagem do Coadjutor dessa Paróquia, em viagem de desobriga, para batizar a criança numa capela ou numa fazenda próxima”, afirma. O pesquisador descreve, ainda, o destino da família. “No sertão do Ceará não havia lugar mais para a Curica do finado Belo de Farias(...) E a viúva bastarda não ficou. Pediu aos parentes do herói que a mandassem para sua terra”. Após longos dias e noites sertão adentro, Leonila Flora, aos 21 anos, carregando nos braços os filhos de quatro e dois anos, voltou para Itambé (PE).
Aos 30 anos, Leonila Flora casou-se novamente, falecendo no dia seguinte. Delmiro estava com 15 anos. Hoje, a Fazenda Boa Vista faz parte do distrito que leva o nome de Delmiro Gouveia, menino que saiu do Ceará sem nada, ficou sozinho no mundo aos 15 anos e que, aos 20, dava sinais de que iria construir um império no sertão brasileiro, nos primeiros anos do século XX.
NATÉRCIA ROCHA
Repórter
DO NORDESTE PARA O MUNDO
Delmiro tem rápida ascensão empresarial
Ipu. A ascensão de Delmiro Gouveia foi vertiginosa desde o início. Do primeiro emprego de bilheteiro, ainda adolescente, na Estação Ferroviária de Olinda, assumiu rapidamente cargo de chefia na Estação de Caxangá. De caixeiro viajante, que comercializava couros e peles pela província de Pernambuco, em poucos anos figurava entre os oito maiores comerciantes de peles no Nordeste.
Com fama de “O Rei das Peles”, a atividade abriu as porteiras do mundo para o jovem que tinha apenas o curso primário, mas que dominou as línguas inglesa e francesa para negociar de igual para igual. “De 1894 em diante, a amplitude e boa organização dos negócios permitiram-lhe acumular grande fortuna e tornar-se invejado self-made man, entre velhos senhores de engenho, novos usineiros de açúcar ou fabricantes de tecidos”. Relata o pesquisador Tadeu Rocha, no livro “Delmiro Gouveia – O Pioneiro de Paulo Afonso”. E continua. “O saldo de suas transações em peles e algodão, em 1896, alcançou a cifra de setecentos contos de réis e o lucro do ano imediato ultrapassou mil contos. Dilatando seu mercado de compra de “courinhos” até Minas Gerais e Piauí, Delmiro Gouveia chegou a exportar, em 1897, dez mil contos de réis em peles de bode e carneiro”, narra o escritor no livro.
Velho mundo
Com pouco mais de 30 anos, elegante, casado, prestigiado nas rodas da alta sociedade de Recife, Delmiro era conhecido, também, por ditar normas de elegância masculina com seus famosos “colarinhos altos e engomados”.
Mas foram as viagens pelo velho mundo que dotaram o cearense de ousadia moderna. Após temporada no exterior, Delmiro Gouveia construiu o primeiro grande estabelecimento luxuoso de Recife, o “Mercado do Derby”, com energia elétrica, produtos diversificados, preços baixos, funcionamento 24 horas, pista de ciclismo, hotel de luxo, parque de diversões, restaurante e outros.
Mas, quando o século XX chegou, a sorte virou e as divergências comerciais atraíram, para o casal sem filhos, a ira de inimigos poderosos. Seis meses após a inauguração do empreendimento, o Derby foi incendiado criminosamente, Delmiro preso e notícias de falência se espalharam Nordeste afora.
Para completar, aos 39 anos, com o casamento abalado, ele, que também era famosíssimo por casos extraconjugais, conheceu Carmela Eulina do Amaral Gusmão, de apenas 15 anos de idade, filha de um de seus desafetos.
Fugidos a bordo do vapor São Francisco, foi assim que Delmiro Gouveia foi parar no Estado de Alagoas, no final de outubro de 1902, e fixou residência nas proximidades da Estação Ferroviária de Pedra.
Nessa localidade, que hoje tem seu nome em homenagem, Eulina lhe deu três filhos: Noêmia (1904), Noé (1905) e Maria Augusta (1907).
HISTÓRIA DO MITO
Estudantes encenam vida e morte do “herói”
Pires Ferreira. Na pequena e pacata Delmiro Gouveia, hoje distrito de Pires Ferreira, distante cerca de 100 quilômetros de Sobral, pouco se sabe a respeito de seu filho mais ilustre. As ruínas da casa, demolida não se sabe quando, se perderam entre a jurema seca e os marmeleiros do sertão. Com a aproximação do aniversário dos 90 anos da morte do cearense, no próximo dia 10 de outubro, alunos da Escola de Ensino Fundamental e Médio Delmiro Gouveia, do vizinho município de Ipu, se preparam para encenar a peça teatral “Vida e Morte de um Herói”.
Delmiro Gouveia virou uma espécie de mito e o que as crianças sabem de cor é que o conterrâneo foi “um homem muito trabalhador”.
Memória do fundador
Ano passado, uma comitiva da Escola visitou a antiga cidade de Pedra, hoje, também, Delmiro Gouveia, no Estado de Alagoas. A diretora da Escola, Antônia Zulene Moreira ficou encantada com a organização, receptividade e beleza do lugar. “Tudo lá gira em torno da memória de seu fundador. Foi muito importante para nós, para nossa história, conhecer o lugar onde Delmiro Gouveia desenvolveu grandes projetos´, disse a professora.
Na viagem à Alagoas, realizada em 2006, a comitiva visitou o túmulo do industrial em companhia de parentes próximos do cearense. Entre eles, Frederico Gouveia, Michael Gouveia, Delmiro Gouveia, Sônia Gouveia e Bruna Gouveia, bisnetos, e Maria Helena Gouveia, neta do empresário. Todos atualmente morando no Rio de Janeiro.
Para a professora de arte e diretora da peça encenada pelos alunos, Francisca Ferreira do Nascimento, através do teatro as crianças conseguem apreender muitas informações históricas. “Fica claro que, uma vez encenada determinada história, nunca mais eles esquecem. O objetivo da peça é mostrar a história desse homem que deixou o Ceará e foi plantar a semente do progresso em outros estados”, disse a professora de arte.
Quem guiou a reportagem em busca das ruínas da casa perdida de Delmiro Gouveia, na antiga Fazenda Boa Vista, conhecida também como Lagoa do Mato, foi a vereadora e presidente da Câmara Municipal, Lindalmira Castro de Farias. Segundo ela, os moradores da localidade, que hoje tem o nome de seu filho mais famoso, são carentes de informações da história do industrial.
“Dizem que foi por aqui (mostra com a mão), onde só restaram cacos de telhas e pedaços de tijolos, que a família de Delmiro teria morado. Mas não se sabe ao certo. Precisamos saber mais da história desse cearense visionário”, disse a vereadora. Durante toda semana, a escola realizará atividades para relembrar a memória de Delmiro Gouveia, que tem aniversário de morte no próximo dia 10 de outubro.
Mais informações:
Escola Delmiro Gouveia
(88) 3683.3917
Distrito de Delmiro Gouveia, em Pires Ferreira
(88) 9615.3027
PROTAGONISTAS
Resgatar a memória do cearense visionário
Antônia Zulene Moreira
´Na cidade alagoana de Delmiro Gouveia, tudo gira em torno da memória de seu fundador. Foi muito importante para nós, para nossa história, conhecer o lugar onde o empreendedor desenvolveu grandes projetos´.
Francisca Ferreira do Nascimento
´Fica claro que, uma vez encenada determinada história, nunca mais os alunos esquecem. O objetivo da peça é mostrar a história desse homem que deixou o Ceará e foi plantar a semente do progresso em outros estados´.
Lindalmira Castro Farias
´Dizem que foi por aqui, onde só restaram cacos de telhas e pedaços de tijolos, que a família de Delmiro teria morado. Mas não se sabe ao certo. Todos queremos ficar próximos da história desse cearense visionário´.
Ipu. Era 10 de outubro de 1917. O relógio batia oito e meia da noite e o coronel Delmiro Gouveia se balançava numa cadeira de vime, no alpendre de casa, lendo jornais sob o clarão da recém-chegada luz elétrica. Naquele instante, três tiros, disparados da escuridão da rua, interromperam a vida de Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, o cearense que fez fortuna no sertão de Alagoas e entrou para a história como construtor da primeira usina hidrelétrica do Nordeste.
Noventa anos após sua morte, o Diário do Nordeste foi buscar as raízes desse sertanejo visionário, que nasceu na Fazenda Boa Vista, distante duas léguas da então Vila do Ipu, na Ibiapaba. Salvo algumas poucas tentativas escolares de manter acesa a lembrança do filho ilustre, nada mais dele existe por lá. Nem mesmo a casa de vaqueiro onde seu pai, Delmiro Porfírio de Farias (Belo de Farias), ficou escondido após “roubar” a menina Leonila Flora da Cruz (Dona Moça), de 14 anos, que viria ser a mãe do menino Delmiro. Nos sete anos que moraram por lá (1861-1868) foram condenados a viver à margem da sociedade: ele procurado pela polícia por “crime de sedução” e ela difamada por coabitar com um homem casado e pai de mais outros quatro filhos.
Afamado conquistador e popular pela “garbosidade”, quatro anos depois de instalado na zona norte do Ceará, Belo de Farias, que era tenente da Guarda Nacional do Ipu, se alistou no “26º Corpo de Voluntários da Pátria” e foi morrer na Guerra do Paraguai, em abril de 1867. No ano seguinte, quando ficou sabendo da morte do pai de seus filhos, Leonila Flora, que não pôde assumir o posto oficial de viúva do herói morto, criou coragem e voltou para Pernambuco.
No livro “Delmiro Gouveia – O Pioneiro de Paulo Afonso”, o escritor Tadeu Rocha narra as dificuldades atravessadas por Dona Moça nesse Estado. “Sua vida no Ceará não correspondeu à coisa alguma do que imaginara ao pensar em casamento(...) Teve seu segundo filho nascido a 5 de junho de 1863. Ao contrário da menina Maria Augusta, que se batizou na Matriz de Santa Quitéria, o menino Delmiro Augusto não pôde ser levado à pia da Igreja de S. Sebastião, no Ipu(...) Foi preciso esperar a passagem do Coadjutor dessa Paróquia, em viagem de desobriga, para batizar a criança numa capela ou numa fazenda próxima”, afirma. O pesquisador descreve, ainda, o destino da família. “No sertão do Ceará não havia lugar mais para a Curica do finado Belo de Farias(...) E a viúva bastarda não ficou. Pediu aos parentes do herói que a mandassem para sua terra”. Após longos dias e noites sertão adentro, Leonila Flora, aos 21 anos, carregando nos braços os filhos de quatro e dois anos, voltou para Itambé (PE).
Aos 30 anos, Leonila Flora casou-se novamente, falecendo no dia seguinte. Delmiro estava com 15 anos. Hoje, a Fazenda Boa Vista faz parte do distrito que leva o nome de Delmiro Gouveia, menino que saiu do Ceará sem nada, ficou sozinho no mundo aos 15 anos e que, aos 20, dava sinais de que iria construir um império no sertão brasileiro, nos primeiros anos do século XX.
NATÉRCIA ROCHA
Repórter
DO NORDESTE PARA O MUNDO
Delmiro tem rápida ascensão empresarial
Ipu. A ascensão de Delmiro Gouveia foi vertiginosa desde o início. Do primeiro emprego de bilheteiro, ainda adolescente, na Estação Ferroviária de Olinda, assumiu rapidamente cargo de chefia na Estação de Caxangá. De caixeiro viajante, que comercializava couros e peles pela província de Pernambuco, em poucos anos figurava entre os oito maiores comerciantes de peles no Nordeste.
Com fama de “O Rei das Peles”, a atividade abriu as porteiras do mundo para o jovem que tinha apenas o curso primário, mas que dominou as línguas inglesa e francesa para negociar de igual para igual. “De 1894 em diante, a amplitude e boa organização dos negócios permitiram-lhe acumular grande fortuna e tornar-se invejado self-made man, entre velhos senhores de engenho, novos usineiros de açúcar ou fabricantes de tecidos”. Relata o pesquisador Tadeu Rocha, no livro “Delmiro Gouveia – O Pioneiro de Paulo Afonso”. E continua. “O saldo de suas transações em peles e algodão, em 1896, alcançou a cifra de setecentos contos de réis e o lucro do ano imediato ultrapassou mil contos. Dilatando seu mercado de compra de “courinhos” até Minas Gerais e Piauí, Delmiro Gouveia chegou a exportar, em 1897, dez mil contos de réis em peles de bode e carneiro”, narra o escritor no livro.
Velho mundo
Com pouco mais de 30 anos, elegante, casado, prestigiado nas rodas da alta sociedade de Recife, Delmiro era conhecido, também, por ditar normas de elegância masculina com seus famosos “colarinhos altos e engomados”.
Mas foram as viagens pelo velho mundo que dotaram o cearense de ousadia moderna. Após temporada no exterior, Delmiro Gouveia construiu o primeiro grande estabelecimento luxuoso de Recife, o “Mercado do Derby”, com energia elétrica, produtos diversificados, preços baixos, funcionamento 24 horas, pista de ciclismo, hotel de luxo, parque de diversões, restaurante e outros.
Mas, quando o século XX chegou, a sorte virou e as divergências comerciais atraíram, para o casal sem filhos, a ira de inimigos poderosos. Seis meses após a inauguração do empreendimento, o Derby foi incendiado criminosamente, Delmiro preso e notícias de falência se espalharam Nordeste afora.
Para completar, aos 39 anos, com o casamento abalado, ele, que também era famosíssimo por casos extraconjugais, conheceu Carmela Eulina do Amaral Gusmão, de apenas 15 anos de idade, filha de um de seus desafetos.
Fugidos a bordo do vapor São Francisco, foi assim que Delmiro Gouveia foi parar no Estado de Alagoas, no final de outubro de 1902, e fixou residência nas proximidades da Estação Ferroviária de Pedra.
Nessa localidade, que hoje tem seu nome em homenagem, Eulina lhe deu três filhos: Noêmia (1904), Noé (1905) e Maria Augusta (1907).
HISTÓRIA DO MITO
Estudantes encenam vida e morte do “herói”
Pires Ferreira. Na pequena e pacata Delmiro Gouveia, hoje distrito de Pires Ferreira, distante cerca de 100 quilômetros de Sobral, pouco se sabe a respeito de seu filho mais ilustre. As ruínas da casa, demolida não se sabe quando, se perderam entre a jurema seca e os marmeleiros do sertão. Com a aproximação do aniversário dos 90 anos da morte do cearense, no próximo dia 10 de outubro, alunos da Escola de Ensino Fundamental e Médio Delmiro Gouveia, do vizinho município de Ipu, se preparam para encenar a peça teatral “Vida e Morte de um Herói”.
Delmiro Gouveia virou uma espécie de mito e o que as crianças sabem de cor é que o conterrâneo foi “um homem muito trabalhador”.
Memória do fundador
Ano passado, uma comitiva da Escola visitou a antiga cidade de Pedra, hoje, também, Delmiro Gouveia, no Estado de Alagoas. A diretora da Escola, Antônia Zulene Moreira ficou encantada com a organização, receptividade e beleza do lugar. “Tudo lá gira em torno da memória de seu fundador. Foi muito importante para nós, para nossa história, conhecer o lugar onde Delmiro Gouveia desenvolveu grandes projetos´, disse a professora.
Na viagem à Alagoas, realizada em 2006, a comitiva visitou o túmulo do industrial em companhia de parentes próximos do cearense. Entre eles, Frederico Gouveia, Michael Gouveia, Delmiro Gouveia, Sônia Gouveia e Bruna Gouveia, bisnetos, e Maria Helena Gouveia, neta do empresário. Todos atualmente morando no Rio de Janeiro.
Para a professora de arte e diretora da peça encenada pelos alunos, Francisca Ferreira do Nascimento, através do teatro as crianças conseguem apreender muitas informações históricas. “Fica claro que, uma vez encenada determinada história, nunca mais eles esquecem. O objetivo da peça é mostrar a história desse homem que deixou o Ceará e foi plantar a semente do progresso em outros estados”, disse a professora de arte.
Quem guiou a reportagem em busca das ruínas da casa perdida de Delmiro Gouveia, na antiga Fazenda Boa Vista, conhecida também como Lagoa do Mato, foi a vereadora e presidente da Câmara Municipal, Lindalmira Castro de Farias. Segundo ela, os moradores da localidade, que hoje tem o nome de seu filho mais famoso, são carentes de informações da história do industrial.
“Dizem que foi por aqui (mostra com a mão), onde só restaram cacos de telhas e pedaços de tijolos, que a família de Delmiro teria morado. Mas não se sabe ao certo. Precisamos saber mais da história desse cearense visionário”, disse a vereadora. Durante toda semana, a escola realizará atividades para relembrar a memória de Delmiro Gouveia, que tem aniversário de morte no próximo dia 10 de outubro.
Mais informações:
Escola Delmiro Gouveia
(88) 3683.3917
Distrito de Delmiro Gouveia, em Pires Ferreira
(88) 9615.3027
PROTAGONISTAS
Resgatar a memória do cearense visionário
Antônia Zulene Moreira
´Na cidade alagoana de Delmiro Gouveia, tudo gira em torno da memória de seu fundador. Foi muito importante para nós, para nossa história, conhecer o lugar onde o empreendedor desenvolveu grandes projetos´.
Francisca Ferreira do Nascimento
´Fica claro que, uma vez encenada determinada história, nunca mais os alunos esquecem. O objetivo da peça é mostrar a história desse homem que deixou o Ceará e foi plantar a semente do progresso em outros estados´.
Lindalmira Castro Farias
´Dizem que foi por aqui, onde só restaram cacos de telhas e pedaços de tijolos, que a família de Delmiro teria morado. Mas não se sabe ao certo. Todos queremos ficar próximos da história desse cearense visionário´.