Pesquisa busca alternativas para agricultura

Barbalha (Sucursal/Crato) — A cana-de-açúcar, que reina absoluta como principal cultura da região, pode ser substituída por banana, que se adapta ao solo da cana e tem mercado granido. Com dois poços profundos com capacidade média de 30 mil litros por hora, Edísio irriga pelo sistema de micro-aspersão uma área de 50 hectares de hortifrutigranjeiros. São produtos orgânicos com grande aceitação no mercado. Os alimentos produzidos no sistema orgânico são reconhecidamente mais nutritivos e saudáveis. São os únicos com rastreabilidade garantida, pois todos eles têm selo orgânico que identifica a origem e as condições de produção. Estas qualidades do produto orgânico têm proporcionado o crescimento do consumo, aumentando assim a rentabilidade do produtor.
Mas esta alternativa agrícola tem um preço. Edísio junta todo o material em decomposição para servir de adubo. Uma das culturas mais promissoras é o café. A maioria das experiências feitas em cima da Serra do Araripe, não deu certo. Edísio explica que faltou o essencial: água para irrigar. No pé-da-serra, com água e adubação, o café apresenta um carrego surpreendente.
Mas a grande esperança do bancário aposentado é o maná-cubiu, uma planta silvestre da região amazônica. Apontada como a “fruta do século”, o maná, além de saboroso, contém um alto teor de niacina, (vitamina B 3) que combate o colesterol, triglicerides, anenia, diabetes, pressão alta, enxaqueca, depressão e funciona como tônico sexual. O maná é rico também em fósforo, vitamina C e pectina, substância utilizada para dar ponto em doces e geléias.
Fruteira tropical, originária da Amazônia, o cubiu (Solanum topiro) conta com uma nova variedade, desenvolvida para as regiões de clima subtropical, como Sudeste e Sul do Brasil. Trata-se do maná, uma homenagem a Manaus, de onde vieram as sementes, e uma alusão à passagem bíblica que cita maná, alimento abundante mandado por Deus para os judeus em forma de chuva.
O nome foi escolhido pela Associação Mundial dos Mercados Associativistas (AMA), por causa da alta produtividade: de 30 a 100 toneladas do fruto por hectare. Com base neste dado, no interesse do mercado internacional e no potencial do maná para a agroindústria e consumo in natura, a entidade resolveu cultivar as sementes, distribuídas pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa).