Novos leitos de UTI têm previsão de funcionamento adiado em Iguatu; taxa de ocupação é de 95%

A previsão era de que a unidade começasse a funcionar a partir desta sexta-feira (14). Agora não há novo prazo. Faltam insumos, segundo a direção do Hospital Agenor Araújo

Escrito por Honório Barbosa , regiao@svm.com.br

O funcionamento de mais dez leitos de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI) que estava previsto para esta sexta-feira (14), no Hospital Agenor Araújo, em Iguatu, foi adiado por tempo indeterminado. A direção da unidade de Saúde explicou que a falta de insumo, como sedativos, impossibilita as internações de pacientes com Covid-19. A expansão dos leitos era aguardada com expectativa, uma vez que dos outros 20 presentes em Iguatu, apenas um está desocupado. 

 

A diretora do hospital, Edeísa Ataliba, pontuou que toda a estrutura está pronta, com equipamentos e equipe de profissionais de saúde treinada e contratada, porém, não há insumos.

“A dificuldade por sedativos é geral, afeta todos os hospitais no Brasil, e ainda não compramos porque há falta entre as empresas fornecedoras. A qualquer dia podemos começar a funcionar"

Ocupação

Na manhã desta sexta-feira (14), a taxa de ocupação de leitos de UTI em Iguatu estava em 95%. De um total de 20 (10 Hospital Regional de Iguatu e 10 no Hospital São Vicente, credenciados pelo SUS), 19 estão com pacientes oriundos de Iguatu (6), Jucás (4), Mombaça (2), Cedro (2), Quixelô, Acopiara, Cariús, Orós e Jaguaribe, cada cidade, com um.

Só há um leito disponível no Hospital São Vicente. No mês passado, Iguatu por dois dias alternados registrou taxa de ocupação de 100%.

“A situação permanece crítica porque a qualquer hora pode chegar um paciente e o sistema ficar sem vaga, necessitando a transferência para a região do Cariri, explicou o assessor técnico da secretaria de Saúde de Iguatu, Rafael Rufino.

Na macrorregião do Cariri, onde Iguatu está inserido, a taxa de ocupação de leitos de UTI é de 78,8%. O Hospital Regional do Cariri que é referência na região oferece 79 leitos de UTI e 62 estão ocupados, ou seja, uma taxa de 78%.

O presidente da Associação dos Municípios do Ceará (Aprece), Nilson Diniz, destacou a importância da ampliação de 20 para 30 leitos de UTI em Iguatu. “Desde julho que a taxa de ocupação de leitos em Iguatu é de no mínimo 80%, ficando variando na maioria dos dias entre 85% e 95%, no limite”, pontuou. “Essa oferta precisa ser ampliada”.

O diretor do Hospital São Vicente, Márcio Rodrigues, unidade particular, que foi a primeira a oferecer leitos de UTI, credenciados pelo SUS, na região Centro-Sul, para tratar pacientes com Covid-19, mostrou preocupação com o quadro atual.

“A gente fica apreensivo porque só temos uma vaga disponível e quando lota é necessário transferir o paciente que precisa de internação urgente e terá de percorrer em uma ambulância a estrada por mais de duas horas”, observou.

“Estamos vivendo um momento delicado”.

Números

De acordo com boletim da Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do município de Iguatu, a cidade registrou, até a noite desta quinta-feira (13), 2.238 diagnósticos para Covid-19, um aumento de 45 casos em relação ao dia anterior (2.193).

O número de óbitos é de 56 e a taxa de letalidade é de 2,5%. O percentual de cura é de 89% (1.993 pacientes).

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