Médico é preso sem registro

Escrito por Redação ,

Baturité. Na tarde do último sábado (19), Ricardson Rolim Ricarte Júnior, 33, foi preso pela Polícia Civil da Regional de Baturité em flagrante. Segundo o apurado pela Polícia, desde abril de 2014 ele estava exercendo a Medicina ilegalmente no Hospital Municipal de Itapiúna como plantonista de Clínica Geral, utilizando o registro profissional (CRM) do pai, médico de mesmo nome, conhecido no município de Iguatu.

Formado em Medicina na Bolívia, Ricardson não teve o diploma aprovado no Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedido por Instituição de Educação Superior Estrangeira (Revalida). Ele responderá por falsidade ideológica e por exercício ilegal da Medicina e por falsidade ideológica.

Segundo Ricardo Pinheiro, titular da delegacia de Baturité, ele pode ter escolhido Itapiúna, um município mais distante de sua residência, para evitar suspeitas. Durante a abordagem da Polícia, quando solicitados os seus documentos, entregou apenas a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), depois disse que esqueceu o CRM, até confessar o uso do registro do pai.

A Prefeitura de Itapiúna lamentou publicamente o ocorrido. "Foi uma ação isolada dele, e o município não teve nenhum comprometimento com a irregularidade" disse Lígia Leão, titular da Secretaria de Saúde do Município. Segundo ela, Ricardson também trabalhava atendendo em outros municípios. Garantiu, ainda, que a Prefeitura está contratando um novo profissional e que o hospital não ficará sem médico.

Conforme a presidente do Sindicato dos Médicos do Estado do Ceará, Mayra Pinheiro, o exame, aplicado anualmente pelo Conselho Regional de Medicina do Estado do Ceará (Cremec), comprova a proficiência de estrangeiros e diplomados no exterior.

Após a institucionalização do programa Mais Médicos, entretanto, o Revalida deixou de ser obrigatório e por isso, não há um controle de quantas pessoas exercem a profissão sem estarem regularizados pelo Revalida. A médica ressalta que a maioria dos cursos de Medicina na América Latina não têm currículos semelhantes aos ofertados no Brasil e pecam pela falta de qualidade. Porém, essas faculdades são procuradas por brasileiros por conta da alta concorrência no vestibular para Medicina no País. Mayra destaca que o exercício irregular pode deixar vítimas. "Já recebemos ocorrências de pessoas que foram para a UTI por conta de tratamento errado", explica.