Mais de 90% dos municípios já registraram óbitos pela Covid-19
Apenas 14 cidades do Ceará ainda não tiveram registro de mortes pela doença. Mas, apesar do crescimento das vítimas por território, a média de óbitos por semana no Estado tem caído
Das 184 cidades cearenses, 170 já registram óbitos causados pela Covid-19, segundo a plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará. Isso representa um total de 92,39% dos municípios do Estado. Apenas 14 localidades não apresentam mortes pela doença, no entanto, em três delas há pessoas que faleceram sob suspeita de ter contraído o novo coronavírus, mas ainda aguardam resultados dos exames.
Até agora, não há mortes registradas em Pires Ferreira, Poranga, Ipaporanga, Antonina do Norte, Potengi, Nova Olinda, Altaneira, Granjeiro, Umari, Potiretama e Fortim. Já em Baixio, Guaramiranga e Pereiro houve uma morte suspeita de Covid-19 em cada um dos municípios que estão sendo investigadas.
No último boletim epidemiológico de ontem (6), o Ceará acumulava 6.504 óbitos - mais da metade em Fortaleza (3.387). Em relação a semana passada, quando houve 6.350 mortes, o aumento foi de 2,42%. Do número total de vítimas da Covid-19, cerca de 77% são pessoas com 60 anos ou mais e 58,41% do sexo masculino. No interior do Estado, os municípios que apresentam mais óbitos são Sobral (247), Juazeiro do Norte (114) e Itapipoca (88).
Com 123.394 casos confirmado no Ceará, a taxa de letalidade, hoje, é de 5,3%. Já no interior, as macrorregiões de saúde que apresentam mais taxa de letalidade são: Cariri (3,3%), Sertão Central (3%), Sobral (2,9%) e Litoral Leste/Jaguaribe (2,7%).
A média é de 62,13 óbitos por dia. Porém, nos últimos sete dias, caiu para 18,71. Considerando a data do início dos sintomas e a data da morte, a média de 18,05 dias. Já entre a data do início dos sintomas e a internação é de 7,12 dias.
Sobral
Apesar de ter o maior quantitativo de óbitos no interior, Sobral tem visto o índice de crescimento cair a cada semana. Para se ter uma ideia, entre 22 e 27 de maio, o registro de mortes saiu de 50 para 83, representando um crescimento de 66%. Em números absolutos, a primeira semana de junho, entre os dias 1º e 6, as vítimas pela Covid-19 chegaram a 45, liderando este recorde negativo no Município. Já o último boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde aponta que entre 22 a 27 de junho as mortes cresceram apenas 11%, saindo de 205 para 228.
"A gente está percebendo que apesar da curva do óbito ser ascendente, houve uma queda no crescimento e também em outros municípios da macrorregião que estão fazendo o acompanhamento", conta o coordenador de Vigilância do Sistema de Saúde de Sobral, Marcos Aguiar Ribeiro.
No último domingo (5), apenas uma pessoa morreu pela doença no Município. "O declínio só acontece depois que estabilizar o número de casos. Como costumam evoluir depois de 14 dias das manifestações clínicas, só teremos esta queda mais à frente", prevê o gestor de Saúde de Sobral.
Sem óbito
Duas cidades do Ceará que ainda não registraram óbitos, Altaneira e Nova Olinda, ambas na região do Cariri, têm 2 e 20 casos confirmados da doença, respectivamente.
Para evitar que o quadro se agrave, as secretarias de Saúde destes municípios têm apostado na atenção primária e no monitoramento de pessoas acima de 60 ou com alguma comorbidade.
A secretária de Saúde de Nova Olinda, Kaline Cavalcante, comemora que, apesar de 20 casos confirmados, nenhum evoluiu para quadro grave, até agora. "A maioria apresentou sintomas leves. Apenas um teve que ficar hospitalizado, mas por 24 horas", descreve Cavalcante.
Já em Altaneira, os dois moradores que foram infectados já estão recuperados, enquanto ainda há três casos suspeitos. "Os agentes têm esse olhar cuidadoso com os grupos de risco e pessoas com comorbidade. Nosso plano de contingência foi direcionado e todos com sintomas respiratórios vão para os hospitais para não cruzar com atendimento nos postos de saúde. Até as pessoas com sintomas gripais são poucas", enumera.
O presidente da Associação dos Municípios do Ceará (Aprece), Nilson Diniz, enfatiza que não basta olhar a quantidade de casos, é preciso estar atento onde o aumento de óbitos acontece com mais intensidade. "O mais importante é que conseguimos criar condições no interior para atender a população. Criar estrutura nos municípios que não tinham. É muito angustiante atender um paciente e não ter para onde mandar", acredita o presidente.