Cratenses revivem os 188 anos da Revolução Pernambucana de 1817

Escrito por Redação ,
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Foto: Antônio Vicelmo
Crato (Sucursal) — Com uma palestra do jornalista Huberto Cabral, no Colégio Estadual Wilson Gonçalves, e a apresentação da bandeira revolucionária, foi comemorado ontem o aniversário da Revolução Pernambucana de 1817, que foi liderada, no Crato, pela heroína Bárbara de Alencar — o movimento foi precursor da Confederação do Equador, em 1824. No dia 3 de maio de 1817, o diácono José Martiniano de Alencar, filho de Bárbara e emissário do Governo Revolucionário de Pernambuco, subiu ao púlpito, de batina e roquete, na Matriz de Nossa Senhora da Penha, e proclamou a Independência e a República do Brasil. A bandeira revolucionária foi hasteada sob uma rajada de tiros. Com esse ato, o Crato se antecipava ao Grito da Independência e a Proclamação da República.

Ontem, o presidente do Instituto Cultural do Cariri, Manoel Patrício de Aquino, e o jornalista Huberto Cabral apresentaram a bandeira revolucionária, que foi feita em Fortaleza, com base em informações colhidas na Internet. “É uma forma de lembrar que o Crato foi o berço dos ideais libertários”, disse o jornalista Huberto Cabral. Na palestra, Cabral fez um histórico da Revolução Pernambucana.

Em 1817, durante o Império, fatores econômicos, políticos e sociais foram responsáveis pela Revolução Pernambucana: A crise na produção do açúcar e algodão e a luta dos senhores rurais e homens livres contra o domínio comercial dos portugueses e para diminuir os preços dos gêneros de primeira necessidade que eles vendiam. O desejo de substituir a Monarquia Absoluta pela República, forma mais liberal de governo, já adotada nos Estados Unidos da América.

Os revolucionários queriam eliminar as grandes desigualdades sociais e raciais existentes. As idéias de liberdade e emancipação espalharam-se rapidamente pelas sociedades secretas, pelos quartéis, entre o clero, e cada vez mais pelo seio da população. O estopim da revolta foi a ordem de prisão dada pelo governador de Pernambuco aos principais suspeitos de liderar o movimento. Estava iniciada a revolução. Os revolucionários venceram as forças do governador e organizaram um governo provisório. Enviaram emissários para o exterior e capitanias do Nordeste, recebendo adesão da Paraíba, do Rio Grande do Norte e de Alagoas.

Os revolucionários ainda venceram algumas lutas contra as forças militares, mas acabaram sendo vencidos, e seus principais líderes executados no Recife. A Revolução Pernambucana de 1817 conseguiu congregar religiosos, militares, intelectuais e populares em torno do ideal comum da emancipação política e do estabelecimento do governo republicano. No Nordeste, após a Independência, continuaram a existir os problemas econômicos e sociais contra os quais haviam lutado os revolucionários de 1817.