Caps amplia estrutura e passa a atender pacientes infantis

Sobral. O Centro de Atenção Psicossocial (Caps), serviço de referência em Sobral no tratamento de transtornos mentais, teve sua estrutura ampliada com a instalação de três novos consultórios, num total de 9. O atendimento também foi estendido aos pacientes infantis, que contam agora com amplo espaço para as consultas. A nova casa tem ainda sala de enfermagem, sala de convivência, farmácia e biblioteca, que atende ao projeto Ponto de Leitura, um incentivo do governo Federal em parceria com o Município.

Dos quase 9.000 prontuários abertos, cerca de 2.000 estão em plena atividade. São pessoas que, pelo menos uma vez por mês, passam por algum tipo de atendimento no Caps, além da participação em algum grupo de convivência com terapias ocupacionais que vão do corte e costura, ao artesanato e marcenaria.

Socorro Ramos, 60, faz tratamento para combater a ansiedade que, segundo ela, desenvolveu durante os anos em que acompanhava a filha nas visitas ao Centro, em busca de atendimento para a esquizofrenia da jovem. Socorro perdeu a filha há alguns anos, mas as marcas emocionais e psicológicas a fizeram depender, não só de medicação, como de terapia.

"Uma vez por semana eu venho ao Caps. Aqui, tenho acompanhamento médico e participo das atividades que a convivência oferece. Isso ocupa meu tempo e me deixa menos agitada. Aqui é como se fosse uma família para mim", afirmou.

Enquanto aguardava por atendimento, Socorro foi surpreendida com um café da manhã organizado pela equipe de saúde, que reuniu os pacientes para comemorar a aquisição do novo espaço. De acordo com a secretária de Saúde Mônica Sousa, "esse novo imóvel deve ampliar nosso atendimento a quem sofre de algum tipo de transtorno mental. A Rede de Saúde Mental do Município continua com o trabalho de socialização dessas pessoas, priorizando a convivência com vizinhos, amigos e a família. Daí buscamos uma casa, no Centro da Cidade, que fugisse dessa imagem de hospital ou clínica", disse.

O Caps Geral Damião Ximenes Lopes conta com 48 profissionais de diversas áreas que dão suporte às 36 as unidades básicas de saúde municipal. Mas, é no posto do bairro que o paciente recebe o primeiro atendimento. Depois é encaminhado ao Centro de Atenção, onde será avaliado e receberá os primeiros cuidados. A partir daí, é feito o projeto terapêutico para o tratamento mais personalizado, incluindo atividades em grupo, se for necessário.

Gicélia Almeida, coordenadora da Rede de Atenção Integrada à Saúde Mental, reconhece que o número de multiprofissionais precisa ser ampliado para atender à demanda. Mas, o novo espaço, segundo ela, "já dá condições de atendimento mais abrangente, principalmente para os pacientes infantis que sofrem de Transtorno de Défict de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Eles receberam uma sala ampla para diversas atividades".

Recursos

Segundo a secretária, o Município, que conta com 27 leitos em clínica e hospitais para o atendimento de transtornos mentais, já solicitou ao Ministério da Saúde a liberação de recursos para a construção da sede permanente do Caps. "Nós também aguardamos a aprovação da construção de uma Casa de Convivência, espaço onde o paciente fica internado durante o dia, mas volta para casa à noite. O projeto já foi orçado em R$ 700 mil com R$ 200 mil de contrapartida do município. Aguardamos essa resposta do Ministério para que as obras sejam executadas ainda este ano", afirmou.

Marcelino Júnior
Colaborador