A cada 4 cearenses que deveriam ter se vacinado contra gripe, apenas um foi imunizado no Ceará

A meta era vacinar, nesta segunda etapa, quase 1,3 milhão de cearenses. Mas, até agora, só foram aplicadas 24,5% das doses

Escrito por André Costa , andre.costa@svm.com.br
Legenda: Amanhã tem início a terceira e última fase da campanha de vacinação contra a gripe
Foto: Tânia Rêgo/Arquivo/Agência Brasil

Chega ao fim nesta terça-feira (8) a segunda fase da Campanha Nacional de vacinação contra o vírus Influenza. No Ceará, a meta estipulada pelo Ministério da Saúde era vacinar 1.293.488​ de pessoas. No entanto, até agora, só foram aplicadas 317.098  doses do imunizante contra o H1N1, o que corresponde a 24,5% do público-alvo desta etapa.

A segunda fase da campanha contempla idosos e professores. Até esta manhã, conforme dados do Ministério da Saúde, haviam sido vacinados 43.403 profissionais da educação (o que corresponde a 39% do total) e 273.695 idosos (23%).

Já a primeira fase foi encerrada em 10 de maio com apenas 32% das doses aplicadas do público-alvo: crianças a partir de seis meses a menores de seis anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), povos indígenas (crianças de 6 meses a 18 anos) e trabalhadores da saúde.

Diante dos baixos índices de cobertura ao fim de ambas as fases, a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará ( Sesa) ressaltou que "quem pertence às fases anteriores e ainda não se vacinou contra a gripe também pode procurar a unidade básica de saúde mais próxima". 

Meta ainda distante

A Campanha Nacional teve início em 12 de abril e foi divida em três fases, seguindo até o dia 9 de julho. A meta é vacinar 90% dos grupos prioritários (3.300.313 cearenses). Porém, a soma de todas as vacinas aplicadas (primeira e segunda fases), até agora, está aquém da meta. 

Dados do Ministério da Saúde mostram que o Ceará recebeu pouco mais de 2,5 milhões de doses e aplicou 900.162, o que corresponde a 27,3% da cobertura vacinal do público-alvo.

Vacina por grupo prioritário:

  • Crianças: 412.588 doses aplicadas (57,6% do público-alvo);
  • Idosos: 273.695 (23,1% do público-alvo);
  • Trabalhadores da saúde: 91.691 (40,7% do público-alvo);
  • Gestantes: 45.679 (47,1% do público-alvo);
  • Professores: 43.403 (39,3% do público-alvo);
  • Povos Indígenas: 24.812 (84,5% do público-alvo)

A média cearenses, ainda distante dos 90% preconizados pelo Ministério, está sensivelmente abaixo da média brasileira (28,6%). Em todo o País, foram aplicadas quase 22,9 milhões de doses e o público-alvo é composto de 79.744.770 brasileiros.

Para maximar esta cobertura, o orientador da célula de Imunização da Sesa, Roberto Wagner Júnior Freire de Freitas, disse que "o Estado tem feito uma força-tarefa para divulgar entre sua população e municípios a importância da vacinação contra a gripe".

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Ainda segunde ele, estratégias como o ‘Dia D’ estão em curso com o objetivo de  "de ampliar a cobertura vacinal e atualizar os calendários de vacinação, principalmente das crianças".

Ao ressaltar a importância da imunização contra a gripe, Freire destacou que dentre os benefícios que a vacinação gera, estão "redução de internações, complicações e óbitos decorrentes da Influenza”.

Quase 1 milhão de pessoas na 3ª fase

Amanhã, dia 9 de junho, começa a terceira fase da Campanha Nacional de imunização contra o vírus Influenza, cuja meta no Ceará é vacinar 922.591 pessoas.

Nesta etapa serão imunizados pessoas com comorbidades, com deficiência permanente, caminhoneiros, trabalhadores de transporte coletivo rodoviário, portuários, forças de segurança, salvamento e Forças Armadas, funcionários do sistema de privação de liberdade, população privada de liberdade e adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas. 

A Sesa informou que no ato da imunização, "serão exigidos documentos que comprovem a inserção das pessoas no grupo prioritário da 3ª etapa". Aos trabalhadores de segurança, de salvamento e das Forças Armadas, será solicitado documento que comprove sua vinculação ativa com o serviço.

Já pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, independentemente da idade, deverão apresentar um documento oficial com foto, exames, receitas, relatório médico ou prescrição médica. Para as pessoas com deficiência permanente, será considerado, no ato da vacinação, a deficiência autodeclarada.

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Para as pessoas com liberdade privada e funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, a vacinação e operacionalização nos estabelecimentos penais serão articulados pelas secretarias estaduais e municipais da Saúde e Secretaria da Justiça e Cidadania do Ceará (Sejus).

Legenda: Meta é vacinar 90% dos grupos prioritários, compostos por cerca de 3,3 milhões de cearenses

Vacina da Covid-19 priorizada

Com duas campanhas em andamento simultaneamente, o Ministério da Saúde recomendou que deve ser priorizado a vacina contra a Covid-19, caso a data de vacinação contra a gripe coincida.

Quando isso ocorrer, a orientação é remarcar a imunização contra a Influenza para, pelo menos, duas semanas depois ao dia que o paciente recebeu a vacina contra o novo coronavírus. 

É fundamental respeitar o intervalo de 14 dias, antes e depois, entre as vacinas da gripe e da Covid-19. 
Ricristhi Gonçalves
Coordenadora de Vigilância Epidemiológica e Prevenção da Sesa

SAIBA MAIS

Nesta 23ª campanha da vacinação contra o vírus da gripe, o Ministério da Saúde excluiu adultos de 55 a 59 anos dos grupos prioritários, dos quais eles faziam parte em 2020. Confira a composição do público-alvo:

  • Crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias);
  • Gestantes e puérperas;
  • Povos indígenas;
  • Trabalhadores da saúde;
  • Idosos com 60 anos ou mais;
  • Professores;
  • Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis;
  • Pessoas com deficiência permanente;
  • Forças de segurança, salvamento e funcionários do sistema prisional
  • Caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo;
  • Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade.  
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