Saiba tudo sobre a campanha de vacinação contra a gripe que começa nesta segunda-feira (12) no Ceará

Ao todo, mais de um milhão de pessoas devem ser vacinadas. Postos de saúde de todos os 184 municípios cearenses serão utilizados para aplicar o imunizante contra a Influenza

Escrito por André Costa , andre.costa@svm.com.br
Legenda: Vacinação será realizada nos postos de saúde das 184 cidades cearenses
Foto: Fabiane de Paula

A campanha nacional de vacinação contra o vírus influenza começa nesta segunda-feira (12). O processo será dividido em três fases e segue até o dia 9 de julho. A imunização, neste ano, ocorre de forma simultânea à vacinação contra a Covid-19. Por isso, o Ministério da Saúde (MS) fez uma série de recomendações específicas. Saiba o que muda, quem deve se vacinar e os locais de vacinação no Ceará.

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Mais de 1 milhão de cearenses

A primeira fase da campanha começa amanhã (12) e se estende até o dia 10 de maio. Fazem parte deste grupo crianças a partir de seis meses a menores de seis anos, gestantes, puérperas (até 45 dias após o parto), povos indígenas (crianças de 6 meses a 18 anos) e trabalhadores da saúde.

Segundo a Secretaria da Saúde (Sesa) do Ceará, 1.082.438 de pessoas integram o grupo-alvo dessa primeira fase. A meta é vacinar 90%. Até agora, ainda segundo a Pasta, o Estado já recebeu do Ministério da Saúde 313.600 doses. O restante deve ser enviado ao passo em que vacinação avance. 

A segunda fase começa no dia 11 de maio e segue até 8 de junho. Nesta etapa, serão vacinados idosos e professores

A terceira e última etapa da vacinação contra a gripe começa em 9 de junho e segue até 9 de julho. Serão imunizadas as pessoas com comorbidades; pessoas com deficiência permanente; caminhoneiros; trabalhadores do transporte coletivo; trabalhadores portuários; forças de segurança e salvamento; forças armadas; funcionários do sistema de privação de liberdade, população privada de liberdade e adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas.

A Sesa não especificou quantas pessoas devem ser imunizadas ao fim das três fases. No ano passado, no entanto, foram mais de 2,3 milhões de cearenses vacinados. O número representou 97% do público-alvo. Já em todo o País, a campanha deste ano estima que 79.744.470 milhões de pessoas sejam vacinadas contra a Influenza.  

Vacina contra a Covid-19 priorizada 

Uma das recomendações emitidas pelo Ministério da Saúde foi priorizar a vacina contra a Covid-19 caso a data de vacinação contra a gripe coincida. Quando isso ocorrer, a orientação é remarcar a imunização contra a Influenza para, pelo menos, duas semanas depois ao dia que o paciente recebeu a vacina contra o novo coronavírus.  

A mesma recomendação é feita a quem já tomou a primeira dose da vacina contra a Covid-19. O recomendado é esperar a segunda dose e, após duas semanas, se vacinar contra o vírus da Influenza. A virologista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Caroline Gurgel, explica que esse procedimento trata-se de uma medida de segurança.

A gente não sabe a interação entre a covid e as demais vacinas. Por isso, é recomendado esperar entre duas semanas a 21 dias. É sempre importante ressaltar que o conhecimento que temos em outras vacinas, inexiste no âmbito da vacina contra a Covid, portanto, temos que ter algumas medidas de segurança
Caroline Gurgel
Virologista

O Ministério também recomendou o adiamento da vacinação contra a Influenza nas pessoas com quadro sugestivo de infecção pela Covid-19 . A orientação tem por objetivo "evitar confusão com outros diagnósticos diferenciais".

Como a piora clínica pode ocorrer até duas semanas após a infecção, acrescenta o Ministério da Saúde, o ideal "é que a vacinação seja adiada até a recuperação clínica total e pelo menos quatro semanas após o início dos sintomas ou quatro semanas a partir da primeira amostra de PCR positiva em pessoas assintomáticas".

Logística e locais de aplicação 

Para garantir o andamento das duas vacinações, o vice-presidente do Conselho das Secretárias Municipais de Saúde do Ceará (Cosems-CE), Rilson Andrade, avalia que será preciso um esquema especial. Diante do "volume muito alto de pessoas a serem vacinadas", o representante pontua a importância de reforço nos locais de imunização. 

"O ideal é um posto de saúde, por exemplo, para vacinar contra a Covid, e outro para imunização contra a Influenza. Isso evitará erros na hora da aplicação". 

Caso o cronograma seja mantido, o vice-presidente destaca que será preciso uma ampla mobilização. Segundo ele, não será uma tarefa simplória montar esse quebra-cabeça. "A logística é muito, muito difícil. Tem o transporte das doses, os locais de vacinação, profissionais, enfim, unificar as duas campanhas em um só vai ser complicado", acrescenta Andrade.

A epidemiologista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Caroline Gurgel, compartilha do mesmo pensamento. Ela concorda que "a maior dificuldade vai ser na logística" e sugere que os locais de vacinação sejam distintos.

"O ideal é um posto de saúde, por exemplo, para vacinar contra a Covid, e outro para imunização contra a Influenza. Isso evitará erros na hora da aplicação", ressalta Caroline. Os equívocos a que se refere dizem respeito, por exemplo, à duplicação da vacina contra o novo coronavírus em um idoso que já tenha tomado as duas doses.

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No entanto, como nem todos os municípios possuem número adequado de postos para fazer tal distinção, o Ministério da Saúde recomenda que ao menos uma sala seja separada para aplicar exclusivamente uma das vacinas.

No Ceará, a imunização contra a Influenza ocorrerá nos postos de saúde dos 184 municípios e, em Fortaleza, também no Centro de Saúde Meireles, equipamento situado na Avenida Antônio Justa, 3113. 

Legenda: A meta é imunizar 90% do público-alvo. No ano passado, foram mais de 2,3 milhões de pessoas vacinadas
Foto: Marcelino Jr

Cronograma da vacinação contra a Covid-19 mantido 

Apesar da recomendação de não sobrepor as duas vacinas e de separar locais exclusivos para cada uma delas, o cronograma atual da vacinação contra a Covid-19 não será alterado. Uma das estratégias adotadas pelo Ministério da Saúde foi colocar os idosos na segunda fase da campanha, em maio.

Deste modo, espera-se que até lá idosos já estejam imunizados contra o novo coronavírus e, assim, não ocorra sobrecarga nos postos e formação de filas nas unidades que aplicarão o imunizante. Ainda segundo o Ministério, a produção da vacina contra a Covid-19, feita pelo Instituto Butantan, não sofrerá qualquer impacto diante da fabricação contra o vírus da gripo por se tratar de dois laboratórios distintos. 

Importância da vacina contra a gripe

A coordenadora de Vigilância Epidemiológica e Prevenção da Sesa, Ricristhi Gonçalves, destaca a importância da campanha contra a gripe ao analisar que a imunização pode trazer resultados positivos à rede de saúde. “É fundamental que a vacinação contra a gripe seja feita. Com a população imunizada contra os vírus, reduziremos o número de casos de internação e óbitos pelas complicações da Influenza”. 

A virologista Caroline Gurgel acrescenta que o vírus da Influenza pode ser potencialmente tão mortal em idosos quanto ao Sars-CoV-2. 

Tem o mesmo padrão de mortalidade. O que tem controlado é a vacina. Por isso é imprescindível que ocorra a manutenção dessa imunização.
Caroline Gurgel
Virologista

Outro ponto destacado por Caroline é o risco de sobreposição de pandemias."Lidar com a pandemia da Covid já está sendo muito desafiador. Agora imagine se estivéssemos enfrentando outras doenças em grande volume, seria um caos. Por isso reforço sempre a importância de todas as campanhas", conclui. 

Saiba mais

Nesta 23ª campanha da vacinação contra o vírus da gripe, o Ministério da Saúde excluiu adultos de 55 a 59 anos dos grupos prioritários, dos quais eles faziam parte em 2020. Confira a composição do público-alvo:

  • Crianças de 6 meses a menores de 6 anos de idade (5anos, 11 meses e 29 dias);
  • Gestantes e puérperas;
  • Povos indígenas;
  • Trabalhadores da saúde;
  • Idosos com 60 anos ou mais;
  • Professores;
  • Pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis;
  • Pessoas com deficiência permanente;
  • Forças de segurança, salvamento e funcionários do sistema prisional
  • Caminhoneiros e trabalhadores de transporte coletivo;
  • Adolescentes e jovens de 12 a 21 anos sob medidas socioeducativas e população privada de liberdade. 

O Ministério da Saúde orientou municípios e estados a, se possível, disponibilizar sistema de agendamento para evitar aglomeração de pessoas na fila de espera, tal qual já vem ocorrendo no processo de imunização contra o novo coronavírus. 

 

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