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Vice-prefeito, sobrinho de Carlomano, assume a Prefeitura de Pacatuba em clima de celebração

Rafael Marques agradeceu o apoio de populares, mas foi cauteloso ao comentar as detenções

Escrito por Luana Barros, Ingrid Campos ,
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Legenda: Rafael Marques, prefeito interino, ficará no cargo por 180 dias.
Foto: Thiago Gadelha

O vice-prefeito de Pacatuba, Rafael Marques (MDB), foi empossado como prefeito interino na tarde desta quarta-feira (19), em cerimônia na Câmara Municipal. O ato ocorreu após a prisão do seu companheiro de gestão, o prefeito Carlomano Marques (MDB), no âmbito da Operação Polímata, do Ministério Público do Ceará (MPCE). Os promotores apuram possíveis irregularidades em contratos de R$ 19 milhões, celebrados sem exigência de licitação, em suposto esquema de lavagem de dinheiro. 

O novo prefeito foi recebido na sede do Legislativo em clima de festa, com direito a gritos em sua homenagem, selfies, aplausos e acolhida de apoiadores. Ele agradeceu o apoio, mas foi cauteloso ao comentar as detenções.

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"Não tem nada concreto, mas a Justiça é para isso, é para investigar. Enfim, este não é um momento muito oportuno, mas chegou o dia, nós estamos aqui para assumir, tentar dar uma organizada na casa e dar continuidade", disse à imprensa.

Rafael é sobrinho de Carlomano. "Ele é meu tio, as investigações são em cima dele e de alguns secretários, vamos esperar a decisão da Justiça, mas por ora não tem ninguém culpado, é só investigação", completou.

"Lamentamos o ocorrido em Pacatuba. Ninguém tem o papel de julgar, ninguém é juiz. Ninguem pode fazer julgamento de forma precipitada, existe presunção de inocência também", disse também o vereador Edileno Matos. 

O lídero do prefeito afastado, Paulo Neto (MDB), se disse incomodado com a circunstância da posse. "Eu não me sinto confortável em estar empossando o Rafael mediante as circunstâncias. Eu sei que tudo será esclarecido", pontuou. 

No discurso de posse, reforçou esse ponto. "Eu não esperava por esse momento agora, mas como tudo é no tempo de deus, nós temos que esperar a Justiça de deus e dos homens. Então devido a uma decisão judicial, nós estamos acatando, sabendo que ninguém foi entregue a julgado, tudo é investigação", afirmou.

Ele pediu, ainda, a ajuda dos vereadores para que as decisões sejam tomadas com calma, a fim de não prejudicar ninguém. 

Posse do vice-prefeito de Pacatuba
Legenda: Prefeito interino ficará no cargo por 180 dias, conforme determinação do Judiciário que atende a pedido do MPCE
Foto: Thiago Gadelha

Gestão de seis meses

O prefeito interino ficará no cargo por 180 dias, conforme determinação do Judiciário que atende a pedido do MPCE. Segundo ele, durante esse período, terá atenção especial às ações de amparo durante a quadra chuvosa, que causou estragos em toda a cidade.

É atribuição dele, também, nomear novos secretários para as pastas que estão sem chefia após os seus titulares serem presos na mesma operação. Rafael garante que tomará as decisões com "calma", a partir de quinta-feira (20). 

Quanto ao pedido dos professores da rede municipal pela revogação de um projeto de lei que trata da redução do auxílio deslocamento, o novo prefeito assegura que atenderá ao pleito. Na terça-feira (18), representantes da categoria protestaram contra a medida em frente ao prédio da Câmara Municipal.

Plenário da Câmara de Pacatuba
Legenda: O novo prefeito foi recebido na sede do Legislativo em clima de festa, com direito a gritos em sua homenagem
Foto: Thiago Gadelha

Prefeito afastado

Após o cumprimento dos mandados, Carlomano passou mal e precisou ser hospitalizado. Ele segue assim até o momento, de acordo com a sua defesa. Ele está internado em um hospital particular em Fortaleza sob escolta policial. 

Ex-vereador de Fortaleza e ex-deputado estadual, ele tem 69 anos, tem problemas cardíacos e comorbidades, também segundo a defesa sob comando do advogado Leandro Vasques. “Ele tem cardiopatia, insuficiência cardíaca grave, já teve AVC (Acidente Vascular Cerebral). Além da hipertensão arterial”, informou.

A defesa o orientou, no momento, a não se pronunciar nos depoimentos. O Diário do Nordeste questinou ao Ministério Público se o gestor e os secretários presos já foram ouvidos, mas não recebeu retorno até a publicação desta matéria.

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