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Vereador de Campos dos Goytacazes faz discurso homofóbico em sessão: 'que pai ou mãe gostaria?'

Discurso foi feito durante votação de proposta que trata de acolhimento a pessoas LGBTQIA+ vítimas de violência

Escrito por Redação ,
Pastor Marcos Elias na tribuna da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes
Legenda: O vereador Pastor Marcos Elias votou contrário à proposta.
Foto: Reprodução/Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes

O vereador Pastor Marcos Elias (PSC), da Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, fez um discurso homofóbico, nessa terça-feira (2), durante a votação de um projeto de lei em apoio à comunidade LGBTQIA+.

Declarando voto contrário à proposta, o parlamentar disse que, embora estivesse na condição de vereador, era pastor, e que, apesar de "respeitar" as "opções" da comunidade LGBTQIA+, era preciso, em seu entendimento, cuidar das famílias dessas pessoas, porque: "qual pai ou mãe gostaria de ter um filho com outra opção sexual?". Assista:

Na tribuna, Marcos Elias também deu a entender que as famílias de pessoas LGBTQIA+ podem sofrer "violência doméstica". "Eu, como pastor, a gente atende às pessoas na igreja, conversa, tanto as pessoas que têm as opções sexuais delas, que a gente respeita, orienta, mas conversamos, também, com muitos pais que enfrentam isso", disse.

O vereador Bruno Vianna (PSD), que votou favoravelmente ao projeto, disse que o sentimento era de vergonha após ouvir o discurso do colega. "Em menos de 20 minutos de discussão, já se ouvia frases carregadas de preconceito, falta de respeito e ignorância. Posto esse vídeo com a consciência super tranquila do meu posicionamento. Não tenho medo de perder votos. Tenho medo de ficar marcado na história como um político que compactuou com a ignorância e o preconceito", escreveu em suas redes sociais.

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O projeto

O projeto de lei votado na ocasião é de autoria de Fred Machado (Cidadania) e Marquinho Bacellar. O texto trata do programa municipal de apoio e acolhimento a pessoas LGBTQIA+ em situação de violência e/ou vulnerabilidade social.

Por fim, o projeto foi aprovado pela maioria da Casa Legislativa.

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