Prefeito e vice-prefeito eleitos em Choró, no Ceará, não são empossados após decisão da Justiça
Ambos são investigados pela Polícia. Bebeto Queiroz é considerado foragido da Justiça.
Eleitos em Choró, cidade do Interior do Ceará, o prefeito Carlos Alberto de Queiroz (Bebeto Queiroz), do PSB, e o vice-prefeito Bruno Jucá Bandeira, do PRD, não foram empossados durante cerimônia na Câmara Municipal da cidade, na manhã desta quarta-feira (1º). Contra Bebeto há um mandado de prisão em aberto e ele está na condição de foragido.
A cerimônia contou com a presença de oficial de Justiça que cumpriu determinação expedida pela 6ª Zona Eleitoral de Quixadá. O Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu a cassação do registro de candidatura alegando que ambos os políticos foram beneficiados pela prática de abuso de poder econômico, incluindo a suposta participação de Bebeto em atos ilícitos durante as eleições.
Foi empossado como prefeito interino o vereador Paulo George Saraiva, o 'Paulinho', do PSB. A cerimônia foi transmitida ao vivo nas redes sociais da Câmara de Choró.
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Ainda em dezembro, a assessoria de Bebeto se posicionou nas redes sociais dizendo ter recebido com serenidade a informação que ele era investigado e disse ser inocente com relação aos fatos investigados.
ALVO DE OPERAÇÃO
Bebeto foi alvo das operações 'Vis Occulta', da Polícia Federal (PF) e da 'Ad Manus', do Ministério Público. A Polícia Federal instaurou inquérito em 30 de setembro para apurar possível esquema eleitoral envolvendo um grupo criminoso supostamente liderado por Carlos Alberto.
Ele teria articulado compra de voto em Canindé com o apoio de Cleide Queiroz, adotando práticas de lavagem de dinheiro, corrupção eleitoral e associação criminosa. Em novembro, Bebeto se entregou à Polícia.
Na época, a Polícia Civil do Ceará disse que o prefeito eleito tem antecedentes por porte ilegal de arma de fogo. Bebeto se apresentou espontaneamente na sede da delegacia. Ele chegou a ficar 10 dias detido, mas foi solto após expirar o prazo da prisão temporária.
Ainda durante as buscas, celulares, computadores e documentos foram apreendidos. A Polícia chegou a cumprir mandado no Centro Administrativo onde fica a Prefeitura de Choró.
A Justiça ainda ordenou o encerramento de todos os contratos ilícitos identificados pelos investigadores.
No último dia 5 de dezembro, o político foi alvo de um mandado de prisão preventiva, mas não foi localizado. Desde então ele é considerado foragido.
O caso foi remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF). O Juízo da 3ª Zona Eleitoral de Fortaleza constatou que um dos suspeitos tem foro privilegiado, após indicação de relatório da Polícia Federal (PF).