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Pedido de lista de passageiros de aviões fretados pelo Governo Elmano provoca bate-boca na Alece

Parlamentar diz ter sido chamado de “moleque”, “lambe-botas” e “vereador sem pauta” por outro deputado

Escrito por Igor Cavalcante , igor.cavalcante@svm.com.br
Carmelo Neto e De Assis Diniz entraram em embate nesta quinta-feira (3)
Legenda: Carmelo Neto e De Assis Diniz entraram em embate nesta quinta-feira (3)
Foto: Divulgação/Alece

A apresentação de um requerimento do deputado estadual Cláudio Pinho (PDT) solicitando informações sobre o uso de aviões fretados pelo Governo do Ceará provocou um bate-boca acalorado na sessão desta quinta-feira (3) da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). Os deputados estaduais De Assis Diniz (PT) e Carmelo Neto (PL) chegaram a trocar ofensas no Plenário da Casa.

No fim, o pedido da informação foi rejeitado com amplo apoio da base governista. Usando da prerrogativa de fiscalizar o Poder Executivo, o deputado pedetista Cláudio Pinho apresentou o requerimento 9359/2023, destinado ao secretário-chefe da Casa Civil, Max Quintino. No documento, ele solicita o destino dos voos fretados pelo Governo do Ceará, além da lista de passageiros, das datas e horários das viagens, o número de passageiros e o valor gasto por voo. 

Veja também

“Precisamos saber de que forma está sendo empregado esse dinheiro para que a sociedade saiba de que forma e quem verdadeiramente está usando esse transporte com o dinheiro do contribuinte cearense"
Cláudio Pinho (PDT)
Deputado estadual

O parlamentar ainda lembrou de um episódio recente em que o sargento da Aeronáutica Manoel Silva Rodrigues foi preso com 37 kg de cocaína em um voo da comitiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Não vão interpretar que o avião fretado pelo Governo (do Ceará) está acontecendo, que fique bem claro”, ponderou.

Na votação, a bancada governista rejeitou o requerimento por 25 votos contrários e 7 votos a favor. O líder do Governo na Casa, Romeu Aldigueri (PDT), e o líder do PT, De Assis Diniz, encaminharam votação contrária. 

Votaram a favor do requerimento os parlamentares: Alcides Fernandes (PL), Antônio Henrique (PDT), Carmelo Neto (PL), Cláudio Pinho (PDT), Queiroz Filho (PDT), Sargento Reginauro (União) e Felipe Mora (União).

Bate-boca

Com a votação já decidida, o deputado Carmelo Neto apontou que o Governo Elmano teme a transparência. Ele relembrou ainda do episódio em que o ex-governador Cid Gomes (PDT) levou a sogra em viagem oficial. “O que o governador Elmano, do PT, tem a esconder, o que ele tem a esconder com a lista de passageiros dos voos oficiais fretados?”, questionou.

Em seguida, o deputado De Assis Diniz reclamou da “patifaria”, da “demagogia” e da “hipocrisia”.

“Quem tem relações com bandido, quem fez aliança com quadrilhas, quem transportou cocaína dentro de um avião está preso, mas foi dentro do Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro e tem que estar na cadeia porque é lugar de bandido”
De Assis Diniz (PT)
Líder do PT na Assembleia Legislativa

“Não dá para aceitar e permitir leviandade de um deputado fazer suspeição, conjectura de que pode estar sendo transportado cocaína. Quem anda com bandido são eles, respeite nosso governo, respeite o Elmano”, acrescentou o líder do PT.

Após a fala do petista, Carmelo Neto pediu direito de resposta, o que virou o estopim para o bate-boca entre os dois. Aos gritos, os dois parlamentares exigiram “respeito” um ao outro, com o líder do PT reforçando as acusações de “leviandade” e “patifaria”. Carmelo e De Assis precisaram ser acalmados pelos colegas da Casa.

Carmelo, que teve o direito de resposta concedido, relatou ainda ter sido chamado de “moleque”, “lambe-botas” e “vereador sem pauta” pelo colega parlamentar. 

“Jamais imaginei que iria ouvir de um parlamentar de quase 60 anos, experiente, maduro, que outro colega era um ‘moleque’, um ‘lambe-botas’, insinuando que usei um avião oficial de madeira irregular”
Carmelo Neto (PL)
Deputado estadual

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