Mauro Cid está proibido de contatar Bolsonaro ou Michelle, decide Moraes
A restrição também atinge a esposa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Gabriela Cid
Após depoimento de Mauro Cid à Polícia Federal, na sexta-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), proibiu-o de entrar em contato com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) e outros investigados.
A restrição também atinge a esposa do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Gabriela Cid, e outros assistentes da família que são alvos do Supremo.
Veja também
A medida, avalia o ministro, é essencial para o andamento dos trabalhos de investigação.
“Evidentemente, neste caso, a incomunicabilidade entre os investigados alvos das medidas é absolutamente necessaria à conveniência da instrução criminal, pois existem diversos fatos cujos esclarecimentos dependem da finalização das medidas investigativas, notadamente no que diz respeito à análise do material apreendido e realização da oitiva de todos os agentes envolvidos”, observou.
Mauro Cid está preso por um suposto envolvimento em esquema de falsificação de cartões de vacinação da família Bolsonaro, incluindo o próprio ex-presidente. Já o depoimento dado à PF na sexta ocorreu no âmbito de um inquérito sobre a invasão do hacker Walter Delgatti Neto contra sistemas da Justiça.
Novos indícios
A investigação sobre Cid segue por diversas segmentações e avança com novos indícios e personagens que podem estar envolvidos em casos como as investidas em golpes pré-8 de janeiro e o desvio de caros presentes oficiais enviados por governos estrangeiros.
Na primeira situação, por exemplo, o Supremo recebeu da PF a informação de que “foram identificadas, nos telefones celulares de Mauro Cesar Cid e Gabriela Santiago Cid, várias mensagens postadas em grupos e chats privados do aplicativo WhatsApp, em que os interlocutores, incluindo militares da ativa, incentivam a continuidade das manifestações antidemocráticas e a execução de um golpe de estado após o pleito eleitoral de 2022, inclusive com financiamento aos atos ilícitos”.
Para a Polícia Federal, até o momento, tudo indica que os investigados têm participação nos atos golpistas de 8 de janeiro, em Brasília.
“Apesar de não terem obtido êxito na tentativa de golpe de Estado, a atuação dos investigados, possivelmente, foi um dos elementos que contribuiu para os atos criminosos ocorridos no dia 08 de janeiro de 2023”, avalia.
Isso porque “a milícia digital reverberou e amplificou por multicanais a ideia de que as eleições presidenciais foram fraudadas, estimulando aos seus seguidores 'resistirem' na frente de quartéis e instalações das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para uma intervenção federal comandada pelas forças militares, sob o pretexto de aturarem como um Poder Moderador, com base em uma interpretação peculiar do art. 142 da Constituição Federal”.