Lula oferece Brasil para mediar reuniões entre Venezuela e Guiana: 'não precisamos de guerra'
O presidente expressou preocupação e convocou países sul-americanos a se posicionarem
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ofereceu o Brasil para mediar, se necessário, o conflito entre Venezuela e Guiana, países que estão em tensão por uma disputa territorial. Durante reunião da cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (7), ele expressou preocupação e convocou outras nações para ajudar.
"Vamos tratar com muito carinho porque se uma coisa que não queremos aqui na América do Sul é guerra, nós não precisamos de guerra, não precisamos de conflito", disse o presidente.
Lula pediu a seus pares da Argentina, Uruguai e Paraguai uma declaração conjunta na cúpula. "O Mercosul não pode ficar alheio a essa situação", apontou.
Antes de oferecer o território brasileiro para ser palco das reuniões, ele solicitou uma mediação da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac): "Sugiro que o companheiro presidente da Celac possa tratar do tema com as duas partes. Caso considerado útil, o Brasil estará à disposição para sediar qualquer e quantas reuniões forem necessárias".
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Conflito
As tensões escalaram esta semana entre Venezuela e Guiana pela questão de Essequibo, região rica em petróleo e objeto de uma centenária disputa territorial entre esses países vizinhos. A área é administrada pelo território guianense, mas os venezuelanos afirmam que a região é deles.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, propôs uma lei para a "criação da Guiana Essequiba", uma província da região sob administração de Caracas, após o voto afirmativo dado por 95% dos participantes de um referendo consultivo realizado no domingo (3).
Nessa quarta-feira (6), porém, os dois países concordaram em manter "canais de comunicação", depois de uma conversa entre seus chanceleres por telefone.
Um helicóptero das Forças Armadas da Guiana chegou a desaparecer e cair a cerca de 45 quilômetros da fronteira com Venezuela, mas, até o momento, foi descartada ação criminosa.
O Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta sexta-feira (8) a portas fechadas e a pedido da Guiana para abordar as crescentes tensões entre Georgetown, capital guianense e Caracas, na Venezuela.