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Lula critica fala de Maduro sobre 'banho de sangue' e venezuelano rebate: 'Que tome chá de camomila'

Venezuelano reagiu a comentário de Lula

Escrito por Diário do Nordeste/AFP ,
lula e maduro lado a lado
Legenda: Lula reagiu à declaração de Maduro, que rebateu fala do brasileiro
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um dia após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressar preocupação com as advertências de Nicolás Maduro sobre um "banho de sangue" se a oposição vencer as eleições presidenciais de domingo, o venezuelano se manifestou.

"Eu não disse mentiras. Apenas fiz uma reflexão. Quem se assustou que tome um chá de camomila", declarou Maduro, nessa terça-feira (23), sem mencionar Lula. "Na Venezuela vai triunfar a paz, o poder popular, a união cívico-militar-policial perfeita".

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O governante socialista fez referência ao "Caracazo", levante social de fevereiro de 1989 que deixou milhares de mortos, segundo denúncias, embora o balanço oficial tenha sido de cerca de 300 vítimas. O antecessor de Maduro, Hugo Chávez (1999-2013), justificou com isso a insurreição fracassada que liderou em 4 de fevereiro de 1992 e que marcaria a ascensão de sua popularidade.

"Eu disse que se, negado e transmutado, a direita extremista [...] chegasse ao poder político na Venezuela haveria um banho de sangue. E não é que eu esteja inventando, é que já vivemos um banho de sangue, em 27 e 28 de fevereiro", manifestou Maduro.

Reação de Lula

Na segunda-feira (22), Lula demonstrou preocupação com as palavras do venezuelano. "Fiquei assustado com a declaração do Maduro dizendo que se ele perder as eleições vai ter um banho de sangue. Quem perde as eleições toma um banho de voto, não de sangue", afirmou Lula.

"O Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica, quando você perde, você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição", acrescentou durante uma coletiva de imprensa com agências internacionais, em Brasília.

Eleições na Venezuela

"Eu prevejo para aqueles que se assustaram que na Venezuela vamos ter a maior vitória eleitoral da história", insistiu o presidente venezuelano, que aspira a um terceiro mandato que o projetaria a 18 anos no poder.

O diplomata Edmundo González Urrutia é o candidato da principal aliança opositora, que o respaldou devido à impossibilidade de apresentar a ex-deputada María Corina Machado, favorita nas pesquisas, mas impedida de exercer cargos públicos por uma sanção administrativa.

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