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Jornalistas são agredidos em passeio de Bolsonaro ao fim da cúpula do G20 na Itália

Segundo o G1, correspondente da Globo recebeu um soco no estômago e foi empurrado por segurança. Globo repudiou ataque a jornalistas

Escrito por Redação ,
segurança empurrando profissionais da imprensa
Legenda: Seguranças italianos e brasileiros agiram com violência contra jornalistas
Foto: Reprodução/Jamil Chade/UOL.

Jornalistas que cobriam a visita de Jair Bolsonaro (sem partido) a Roma foram agredidos durante caminhada improvisada pelo presidente no centro da capital italiana, na noite deste domingo (31).

Conforme o portal de notícias G1, o presidente chegou a tratar com hostilidade jornalistas que o tentaram entrevistar ao fim da cúpula do G20. Seguranças ao redor dele teriam usado até mesmo da violência contra quem tentasse fazer perguntas. 

O presidente realizava o encontro com apoiadores próximo à embaixada brasileira, quando o correspondente da Globo, Leonardo Monteiro, perguntou-lhe o motivo de não ter participado de alguns eventos do G20 com outros líderes.

Na sequência, teria recebido um soco no estômago e foi empurrado com violência  por um segurança.

O G1 afirma que a imagem não mostra o momento do soco, devido à confusão no momento, mas que o presidente já havia hostilizado o repórter.  

"Por que o senhor não foi de manhã no encontro do G20?”, perguntou o repórter. "É a Globo? Você não tem vergonha na cara.... Vocês não têm vergonha na cara, rapaz”, disparou Bolsonaro. Logo depois, Leonardo foi empurrado.

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Outras violências

Jamil Chade, repórter do UOL, declarou que tentou filmar a violência sofrida pelos colegas para, assim, buscar identificar o agressor, mas o segurança o empurrou, o agarrou pelo braço para torcê-lo, e tomou o celular. Pouco depois, o segurança jogou o aparelho num canto da rua.

Segundo o G1, o segurança seguiu em direção ao presidente após as agressões, contudo, não é possível precisar se Bolsonaro assistiu às agressões ou mesmo identificar se os agressores eram policiais ou seguranças particulares.

Uma profissional da Folha chegou a ser alvo de truculência de seguranças e policiais italianos.

Uma assistente da Globo também foi socorrida por uma jornalista da BBC que esperava para gravar imagens do presidente ao chegar à embaixada. Mas a mesma foi intimidada e denunciada como “infiltrada” por apoiadores dele. 

Repúdio

Em editorial publicado na tarde deste domingo (31), a Globo repudiou o ataque a jornalistas em Roma e cobrou uma punição. A empresa ainda atribuiu a violência contra os profissionais à retórica contínua de Bolsonaro contra a imprensa.

"Quem contratou os seguranças? Quem deu a eles a orientação para afastar jornalistas com o uso da força? Os responsáveis serão punidos? A Globo está buscando informações sobre os procedimentos necessários para solicitar uma investigação às autoridades italianas", diz trecho do editorial.

"No momento, fica o repúdio, a solidariedade e uma constatação: é a retórica beligerante do presidente Jair Bolsonaro contra jornalistas que está na raiz desse tipo de ataque. Essa retórica não impedirá o trabalho legítimo da imprensa. Perguntas continuarão a ser feitas, os atos do presidente continuarão a ser acompanhados e registrados. É o dever do jornalismo profissional. Mas essa retórica pode ter consequências ainda mais graves. E o responsável será o presidente", finaliza.

 

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