Legislativo Judiciário Executivo

Hackers tentam aplicar golpe de R$ 20 mil em Luís Miranda e saem com R$ 50 de prejuízo

Após receber a transferência, deputado enviou áudio zombando dos criminosos: "Bandido, comigo não"

Escrito por Redação ,
Luís Miranda
Legenda: Parlamentar explicou que manteve a conversa com o criminoso e coletou informações para auxiliar investigação
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

O deputado Luis Miranda (DEM-DF) aplicou um contragolpe em criminosos que invadiram o celular do ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia e tentaram extrair R$ 20 mil de Miranda.

Na sexta-feira (30), Maia informou que o chip do seu celular havia sido hackeado, assim como a conta no aplicativo Telegram. 

Rodrigo Maia tweet
Foto: reprodução

Conforme a coluna Painel, do jornal Folha de S.Paulo, os criminosos usaram o perfil do ex-presidente da casa legislativa no aplicativo de mensagens para tentar aplicar o golpe de R$ 20 mil em Miranda.

Ao perceber que se tratava de um estelionatário, o deputado disse aos criminosos que precisava de R$ 50 para pagar a taxa bancária e realizar a transferência.

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O criminoso, que se passava por Maia, concordou com a proposta do deputado e se dispôs pagar o montante para liberar a transação. Em seguida, o político explicou ao golpista que só poderia transferir o montante na segunda-feira (2).

Após receber a transferência de R$ 50, Miranda enviou um áudio ao hacker zombando dele: "Bandido, comigo não". 

À coluna, o parlamentar explicou que manteve a conversa com o criminoso e coletou informações, as quais repassou para Maia para que ele as enviasse aos investigadores. 

“Sou muito tranquilo e frio. O cara pediu R$ 20 mil, fui levando ele, dizendo que por causa dos R$ 50 não conseguiria, só na segunda. Estava tentando me livrar dele, aí ele pressionou e mandei depositar. Aí ele depositou” 
Luis Miranda (DEM-DF)
deputado federal

Governadores tem celulares clonados 

Em 15 dias, três governadores e um ex-vice-governador tiveram o telefone clonado ou hackeado no Brasil. As vítimas mais recentes são cearenses.

Nesta quarta-feira (4), criminosos usaram o nome – e o número de telefone – do governador Camilo Santana (PT) e do ex-vice-governador Domingos Filho (PSD) para tentar aplicar golpes cibernéticos usando o aplicativo Whatsapp. 

Essas denúncias se juntam a uma lista que só cresce de políticos alvos desse tipo de fraude. Especialistas em segurança digital explicam haver diversas categorias de golpe e que as imagens públicas desses políticos facilitam na hora de enganar as vítimas.

Por outro lado, há formas simples de prevenir esses crimes, apenas com configurações rápidas no aparelho celular. 

Como funciona os golpes

De acordo com Renato Marinho, especialista em segurança da informação, há dois tipos mais comuns de golpes. No primeiro, o fraudador liga para o proprietário do número de telefone e cria uma história para induzir a vítima a repassar o código de verificação do Whatsapp. 

“Eles usam esse código para acessar o aplicativo por outro aparelho. É como se eles roubassem o Whatsapp, o dono da conta fica sem acesso. Depois disso, os atacantes se passam pela vítima para pedir dinheiro a amigos, familiares e colegas”, explica. 

De acordo com Marinho, outro método comum é o que golpistas usam um número novo de telefone, mas copiam a foto da vítima.

“Eles tentam se passar pela pessoa. Esse método é até mais fácil de ser aplicado em políticos e celebridades, que têm muitas fotos públicas. Neste caso, o atacante precisa ter, na verdade, o telefone de familiares e amigos da vítima, para conseguir aplicar o golpe” 
Renato Marinho
Especialista em segurança da informação

Denunciar

Os especialistas em segurança digital ressaltam a importância de denunciar os golpes. Segundo eles, o próprio aplicativo Whatsapp tem a opção de indicar um contato suspeito. A denúncia é analisada em até 48 horas pela plataforma. 

No Ceará, a denúncia pode ser feita ao Departamento de Inteligência Policial (DIP), através do número (85) 3101-2511.

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