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Em discurso na Av. Paulista, Bolsonaro se defende e pede anistia ao Congresso

Ex-presidente da República utilizou ato em São Paulo para falar com apoiadores

Escrito por Luciano Rodrigues , luciano.rodrigues@svm.com.br
Michelle e Jair Bolsonaro
Legenda: Jair Bolsonaro discursa neste domingo (25) na Avenida Paulista ao lado da esposa, Michelle Bolsonaro
Foto: Nelson Almeida/AFP

O ex-presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), usou o ato com apoiadores neste domingo (25) na Avenida Paulista, em São Paulo, para se defender das acusações de tramar um golpe de Estado enquanto estava no poder, em 2022.

"Desde quando assumi, em 2019, eu ouvia, e parte da imprensa sempre reverberava isso. Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração, é trazer classes políticas e empresariais para o seu lado. Nada disso foi feito no Brasil, e fora isso, por que continuam me acusando de um golpe?", declarou o ex-presidente.

Na última quinta-feira (22), Bolsonaro e outros nomes ligados ao antigo Governo Federal compareceram à sede da Polícia Federal para prestar depoimentos por suposta tentativa de golpe de Estado no final do mandato do ex-mandatário. No depoimento, o ex-presidente da República ficou em silêncio.

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Na Avenida Paulista, Bolsonaro subiu ao palanque com uma bandeira de Israel e fez um discurso de pouco mais de 15 minutos. Em sua fala, disse que era necessário anistiar as pessoas que participaram dos atos por precedentes semelhantes no País. "Já anistiamos, no passado, quem fez barbaridades no Brasil", disse.

"Não queremos mais que os seus filhos sejam órfãos de pais vivos. Pedimos a todos os 513 deputados, 81 senadores, um projeto de anistia para que seja feita justiça no nosso Brasil. Quem, porventura, depredou o patrimônio, não concordamos com isso, que pague, mas essas penas fogem ao mínimo da razoabilidade. Não podemos entender o que levou poucas pessoas a apenarem tão drasticamente esses pobres coitados que estavam lá no 8 de janeiro de 2023", disse.

"Tenham santa paciência", diz Bolsonaro sobre investigação de golpe de Estado

Além de se defender da acusação de ter tentado um golpe de Estado para se manter no poder após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022, Bolsonaro ressaltou que o mecanismo utilizado para a elaboração de um documento de estado de sítio não desrespeitou a Constituição.

Golpe? Usando a constituição? Tenham santa paciência. Deixo claro: estado de sítio começa com o presidente convocando os Conselhos da República e da Defesa.
Jair Bolsonaro
Ex-presidente da República

"Apesar de não ser golpe o estado de sítio, não foi convocado ninguém da República e da Defesa para se tramar ou para se botar no papel o decreto do estado de sítio. O segundo passo, após o presidente decretar estado de sítio, é de o presidente mandar uma proposta para o Parlamento, que é analisada", completou.

"O parlamento é quem decide se o presidente pode ou não editar um decreto de estado de sítio. O estado de defesa é semelhante. Querem entubar a todos nós que um golpe, usando os dispositivos da Constituição, cuja palavra final quem dá é o parlamento brasileiro, estava em gestação. Creio que está explicada essa questão", completou.

O ex-presidente criticou, de forma indireta, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o deixou inelegível até 2030. Para Bolsonaro, o entendimento da justiça não foi "justo", retirando da disputa de poder um adversário direto nas eleições.

Bolsonaro no palanque
Legenda: Bolsonaro em discurso no palanque com a bandeira de Israel
Foto: Nelson Almeida/AFP

"Não podemos concordar que um poder tire do palco político quem quer que seja, a não ser que seja por um motivo extremamente justo. Não podemos pensar em ganhar as eleições afastando os opositores do cenário político", disparou.

Milhares de apoiadores do ex-presidente compareceram na Avenida Paulista em ato convocado para este domingo. Cerca de dois mil policiais militares participaram da segurança do evento. Não houve a divulgação do número de presentes.

Além de Bolsonaro, diversos políticos estiveram presentes neste domingo, com alguns discursos, dentre eles os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o senador Marcos Pontes (PL-SP) e a ex-primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro (PL). Também discursou Valdemar Costa Neto, presidente do PL.

 

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