Legislativo Judiciário Executivo

General Theophilo presta depoimento por suposta tentativa de golpe na sede da PF, em Fortaleza

Conversas no celular de Mauro Cid mostram que Theophilo se reuniu com Bolsonaro e supostamente consentiu com o ato antidemocrático, desde que o ex-presidente assinasse a minuta do golpe

Escrito por Redação ,
general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira
Legenda: Minuta do golpe determinava a realização de novas eleições, por supostas fraudes no pleito, e a prisão do ministro Alexandre de Moraes
Foto: Divulgação/Alberto César Araújo/Assembleia do Amazonas

O general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira, que integrou o Alto Comando do Exército, presta depoimento nesta sexta-feira (23) na sede da Polícia Federal (PF), em Fortaleza. O militar foi alvo de busca e apreensão na operação "Tempus Veritatis" da PF por supostamente ter concordado com a tentativa de golpe de Estado orquestrada em 2022 para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, impedindo a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

Procurada pelo Diário do Nordeste, a Polícia Federal informou que não se manifesta sobre eventuais tomadas de depoimentos.

De acordo com informações da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, conversas obtidas pela Polícia no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, mostram que Theophilo se reuniu com o então presidente no Palácio da Alvorada e supostamente consentiu com o ato antidemocrático, desde que Bolsonaro assinasse a minuta do golpe.

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Ainda segundo a colunista, a PF descobriu que o documento determinava a realização de novas eleições, por supostas fraudes no pleito, e a prisão do ministro Alexandre de Moraes.

Em uma das conversas, ocorrida no dia 2 de janeiro de 2023, Mauro Cid encaminhou uma notícia a Theophilo com a informação de que poderia ser preso, e o general respondeu: "Fique tranquilo, Cid. Vou conversar com o Arruda hoje. Nada lhe acontecerá", escreveu.

Segundo a PF, os envolvidos tinham o objetivo de se manter em postos estratégicos de alta patente militar mesmo depois do início do novo governo para ter "o controle da força operacional militar e a garantia de superiores hierárquicos que supostamente exerceriam o poder do cargo para afastar medidas de responsabilização criminal que pudessem advir das condutas praticadas pela organização criminosa".

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