Legislativo Judiciário Executivo

Disputa pela presidência da Câmara Municipal de Fortaleza tem acusações e racha nos bastidores

Dois parlamentares disputam os votos dos colegas na corrida pelo comando da Casa. Ainda não há, no entanto, chapas registradas para eleição

Escrito por Felipe Azevedo , felipe.azevedo@svm.com.br
Montagem com vereadores Léo Couto e Gardel Rolim
Legenda: Vereadores Léo Couto e Gardel Rolim disputam os votos dos colegas vereadores na disputa pela presidência da Câmara
Foto: Reprodução/CMFor

A três semanas da votação, a disputa pela sucessão na presidência da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor) expõe o acirramento entre membros do PDT ligados à Prefeitura e figuras do PT que integram o núcleo mais próximo do Governo do Estado.

Os dois grupos têm interesse em indicar um nome para ocupar o cargo, e as tratativas de bastidores ocorrem em modo acelerado, dando continuidade ao antagonismo entre os dois partidos que, nas últimas eleições, romperam em âmbito estadual após 16 anos de aliança.

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Nas últimas horas, a disputa interna passou a ser permeada de acusações sobre supostas interferências na escolha do vereador que irá ocupar o cargo. Rompidos desde 2012 em Fortaleza, PT e PDT foram adversários na ultima disputa pelo Governo do Estado. 

Essa divisão agora está exposta na corrida pela Presidência da Câmara, que nas últimas duas legislaturas é comandada por pedetistas. 

O indicado do prefeito José Sarto (PDT) e que tem apoio do atual presidente Antônio Henrique (PDT) é o vereador Gardel Rolim, do mesmo partido. Quem também pleiteia o cargo é Léo Couto (PSB), que faz parte do núcleo próximo do governador eleito Elmano de Freitas e do ex-governador Camilo Santana, ambos do PT. 

Nos bastidores, vereadores reconhecem o interesse de Camilo Santana em indicar um nome para disputar a presidência da Casa. Em paralelo, o prefeito José Sarto deixou claro a sua preferência pela indicação do membro do seu grupo.

Membro da base de Sarto, Léo Couto, nas últimas eleições, decidiu apoiar Elmano de Freitas ao Governo do Estado, indo de encontro ao que orientou o prefeito, que declarou apoio a Roberto Cláudio (PDT). 

Troca de acusações

Integrante da base do prefeito, a vereadora Enfermeira Ana Paula (PDT) usou a tribuna da Câmara durante a sessão desta quarta-feira (9) para denunciar o que chamou de intervenção do Executivo na escolha do próximo presidente. 

“O Paço Municipal já marcou uma reunião com o prefeito para orientar a bancada do PDT para votar num candidato específico, não concordo. O prefeito está chamando os vereadores para pedir voto. A eleição da mesa diretora tem que ser pactuada com os vereadores”, disse a parlamentar. 

De acordo com ela, um almoço com vereadores para tratar da votação foi marcado através de convite vindo de um membro do Executivo, que faz parte da gestão municipal.

Almoço do vereador Gardel Rolim com vereadore
Legenda: Almoço reuniu vereadores que apoiam a eleição de Gardel Rolim à presidência da Casa
Foto: Divulgação

Através da assessoria, a Prefeitura rebateu as afirmações e diz que “não tem conhecimento sobre nenhum almoço” articulado por alguém da Prefeitura. O encontro ocorreu em um restaurante da Capital na tarde dessa quarta-feira. Na ocasião, ao menos 25 vereadores entre titulares e suplentes estiveram presentes. 

Também durante a sessão desta quarta-feira, Antônio Henrique, logo após a fala da vereadora, afirmou que também recebeu o convite para a reunião, mas que ele não partiu de um membro do Executivo. 

“Eu não sei quem enviou, mas eu recebi o mesmo convite, esse convite está sendo feito pelo vereador Gardel Rolim que está se colocando como candidato à nossa sucessão, com o aval do nosso partido”, afirmou o atual presidente.

Procurada, a assessoria do vereador Gardel reiterou que o convite aos parlamentares foi feito por ele, e não por um membro da prefeitura. 

Atual presidente

Eleito deputado estadual, Antônio Henrique deixará a Câmara no final do ano para assumir a vaga na Assembleia Legislativa do Ceará. Nas duas vezes que presidiu a Casa, o parlamentar foi consenso entre os colegas, e não houve uma segunda candidatura registrada. 

A disputa pela Mesa Diretora da Câmara exige a formação de uma chapa completa. Além do presidente, compõem o comando primeiro, segundo e terceiro vice-presidente, três secretários e três suplentes.

 

 

 

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