Ciro Gomes sobre condenação de Bolsonaro no TSE: 'fez-se justiça'; veja reações de ex-adversários
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação
O ex-ministro e ex-candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT), usou as redes sociais, nesta sexta-feira (30), para se manifestar sobre a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seu ex-adversário nas eleições, inelegível por oito anos por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. "Fez-se justiça", afirmou o pedetista no Twitter.
Com a decisão, Ciro disse que espera que seja possível cobrar do Governo "mudanças profundas na vida política e econômica" do País, "sem o oportunismo de a tudo termos que engolir" por receio de Bolsonaro voltar ao poder.
Outro ex-candidato que se manifestou sobre a condenação de Bolsonaro foi Léo Péricles (UP). "Vitória importante! Mas lembremos que é mais uma batalha vencida. A guerra contra o fascismo continua", escreveu o ex-candidato no Twitter.
Padre Kelmon, que se candidatou à Presidência pelo PTB e ficou conhecido por fazer "dobradinhas" com Bolsonaro nos debates presidenciais durante a campanha, criticou a decisão da Suprema Corte usando as palavras do próprio ex-chefe do Executivo. "Foi realmente uma facada, um soco no estômago de quase 60 milhões de brasileiros. Mas ainda cabe recurso. A luta do nosso presidente Bolsonaro continua", escreveu.
A senadora Soraya Thronicke (Podemos), por sua vez, afirmou que "ninguém está acima da lei" e disse que Bolsonaro "joga fora das tais quatro linhas [da Constituição]" e "mente e manipula pessoas de boa-fé". Além disso, a parlamentar disse entender que a reunião entre o ex-presidente e embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, ocasião responsável pela sua condenação no TSE, "foi também uma tentativa de encontrar apoio externo para o golpe".
"Não há perseguição política, o que existe é responsabilização pelos atos cometidos", concluiu ela.
Até o momento, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que venceu Bolsonaro no pleito do ano passado, e a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), que também concorreu às eleições presidenciais, não se manifestaram sobre a condenação do ex-adversário, assim como Felipe d'Avila, que concorreu pelo Novo.
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Condenação de Bolsonaro
Com cinco votos a favor e dois contra, o TSE decidiu, na tarde desta sexta-feira (30), que o ex-presidente Bolsonaro está inelegível por oito anos por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação.
O julgamento foi encerrado com a leitura do voto do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal, que acompanhou integralmente o entendimento do relator, o ministro Benedito Gonçalves, ressaltando a "gravidade ímpar" do caso. No entanto, o voto da ministra Cármen Lúcia, a primeira a falar nesta sexta, já havia sido suficiente para garantir que o TSE formasse maioria para condenar o ex-presidente.
Com a punição, Bolsonaro está inelegível até 2030 e não poderá se candidatar às eleições municipais de 2024 e 2028, nem às estaduais e nacionais de 2026. Como o processo não ocorre no âmbito penal, ele não será preso, apenas perde parte de seus poderes políticos.