Cid Gomes chama operação da PF de 'molecagem' e acusa força-tarefa de ter sido vazada e aparelhada
O ex-governador, que é alvo de investigação por fraudes nas obras do Castelão, acusou ainda Bolsonaro de armar contra ele e sua família
O senador Cid Gomes (PDT-CE) chamou a Operação Colosseum, deflagrada pela Polícia Federal (PF) contra ele e o seu irmão Ciro Gomes (PDT) de "molecagem". A declaração foi feita em coletiva realizada na noite desta quarta-feira (15), na Assembleia Legislativa do Ceará.
A força-tarefa cumpriu mandados de busca e apreensão no Ceará e em outros três estados para apurar suspeitas de fraudes e corrupção nas obras da Arena Castelão, entre 2010 e 2013, em Fortaleza, na época em que Cid era governador do Estado.
Cid defendeu que todos os trâmites para as intervenções no estádio não desviaram "um centavo do valor original" e inclusive foram acompanhados de perto por ele. Conforme o pedetista, foram economizados inclusive R$ 139 milhões. O ex-governador cearense acusou a PF de ser uma instituição "comandada por um medíocre", a mando do "moloque maior", que seria o presidente Jair Bolsonaro.
Vou ser mais duro no meu desabafo e dizer que eu considero isso uma molecagem. Tem toda uma narrativa por trás. A PF é uma instituição ultra-respeitada e ultra-reconhecida, mas lamentavelmente ela está sendo completamente aparelhada pela direção
Suposto vazamento de operação
Durante a coletiva, o senador ainda compartilhou, sem citar nomes, que um "vereador ligado ao grupo político adversário disse que hoje ia ter uma bomba". Isso, segundo Cid, mostrou que a operação havia vazado. Ele teceu duras críticas à PF e a Bolsonaro. "Claros objetivos politiqueiros de desgastar a nossa imagem e a do Ciro para que possa servir ao interesse nacional do moleque Bolsonaro", pontuou.
O ex-governador denunciou ainda uma suposta perseguição. "Eles são falastrões demais. Uma vez a direção da PF encontrou um deputado federal do Ceará e disseram a ele que estariam prontas uma série de operações 'para pegar os Ferreira Gomes'.
"O juiz responsável pela decisão é no mínimo um juiz polêmico e extravagante", definiu Cid, que garantiu que essa "investigação politiqueira" e todos os "abusos cometidos nela" serão retrucados por ele e por Ciro.
Na busca e apreensão, o senador informou que levaram R$ 55 mil em dinheiro de uma residência dele em Meruoca, além de três celulares, pen-drives e um iPad.
Veja também
Operação Colosseum
A Operação Colosseum investiga suposto pagamento de propina por membros da Galvão Engenharia e agentes públicos envolvidos na obra de reforma da Arena Castelão, no governo Cid Gomes, às vésperas da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
Na decisão, o magistrado autorizou uma série de procedimentos policiais contra os envolvidos na operação, inclusive atos de busca e apreensão em diversos endereços, inclusive ligados a Cid e Ciro Gomes em Fortaleza e na Serra da Meruoca, na região Norte do Estado. As ações foram autorizadas no último dia 25 de novembro, mas cumpridas apenas na manhã desta quarta-feira, dia 15.
O presidenciável Ciro Gomes, por meio das redes sociais ainda na manhã desta quarta-feira (15), fez duras críticas à operação. Ele destacou tratar-se de uma operação política para desgastar sua pré-candidatura à Presidência da República. Ciro Gomes destacou que já está preparando os recursos cabíveis à decisão.