Camilo Santana assume o Ministério da Educação no Governo Lula nesta segunda (2)
Primeiro discurso teve promessas que vão da educação básica ao ensino superior
O senador eleito Camilo Santana tomou posse, nesta segunda-feira (2), no Ministério da Educação (MEC). Um ato solene marcou a transmissão do cargo e o primeiro discurso oficial do novo ministro. O petista ressaltou os prejuízos que a educação sofreu no País diante da pandemia e citou o Ceará como exemplo de políticas a serem replicadas na educação básica durante sua gestão.
Em seu discurso, o ex-governador do Ceará reforçou ainda o foco em fortalecer a educação básica - prioridade apontada pelo presidente Lula (PT), além de aumentar recursos para universidades e institutos federais, recuperar a merenda escolar, retomar obras paradas de creches e escolar, restabelecer um pacto federativo pela educação, aportar mais investimentos para ciência e tecnologia, dentre outras.
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Camilo citou também uma frase do educador Paulo Freire, um dos mais importantes pedagogos do Brasil, reconhecido internacionalmente. "Ninguém liberta ninguém. Ninguém se liberta sozinho. Os homens só se libertam em comunhão", reproduziu o novo ministro no discurso.
Uma cerimônia solene de transmissão do cargo foi realizada na Esplanada dos Ministérios. O ato foi acompanhado por diversas lideranças políticas, como o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT), a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), a ministra do Esporte, Ana Moser, o senador e ex-ministro da Educação Cid Gomes (PDT) e o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT).
A transmissão do cargo foi simbolizada pela entrega de um bóton ao novo ministro por estudantes que integram a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes). Quem também participou da cerimônia foi a secretária-executiva do MEC, a ex-governadora do Ceará, Izolda Cela.
Uma comitiva de deputados também partiu na madrugada desta segunda-feira para prestigiar o evento. Entre os parlamentares estaduais, estão Júlio César Filho (PT), Osmar Baquit (PDT), Romeu Aldigueri (PDT), Agenor Neto (MDB), Antônio Granja (PDT) e Bruno Pedrosa (PDT). Entre os federais, estão: Luizianne Lins (PT), José Guimarães (PT), Idilvan Alencar (PDT), Eduardo Bismarck (PDT), Robério Monteiro (PDT) e Mauro Filho (PDT).
Familiares do novo ministro também estava na cerimônia, como a esposa e secretária de Proteção Social do Ceará, Onélia Santana, e o irmão Tiago Santana.
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No dia 22 de dezembro, o presidente Lula anunciou o nome de Camilo Santana para assumir o MEC. O cearense vai comandar a pasta ao lado da ex-governadora Izolda Cela, que será a secretária-executiva do Ministério.
Além deles, a ex-secretária da Fazenda do Ceará, Fernanda Pacobahyba será a presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (FNDE). O nome dela já consta em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU) do dia 1º de janeiro.
Prioridades do novo ministro
Logo após ser anunciado como novo ministro da Educação, no dia 22 de dezembro, Camilo Santana indicou as áreas e ações que serão prioridade no MEC em entrevista coletiva à imprensa. O cearense citou que o foco será na educação básica para reduzir os danos provocados pela pandemia, principalmente na evasão escolar.
Os planos de Camilo incluem, já no início dos trabalhos, uma aproximação com estados e municípios para “repactuar” a educação do Brasil. “Quero convocar, em um primeiro momento, todos os secretários estaduais de educação, levantar todas as obras paralisadas de escolas, creches, e vamos discutir. A minha ideia é que seja um ministério de diálogo, de pactuação social e pactuação federativa, acho que isso se quebrou nos últimos quatro anos”, disse o petista.
O futuro ministro ressaltou ainda que, na discussão sobre o regime colaborativo da educação com estados, municípios e União, pretende levar experiências implantadas no Ceará para o Governo Federal.
“É preciso travar um grande debate com o setor, com especialistas e com a sociedade, porque é uma determinação do presidente colocar a educação básica como prioridade. É preciso ter uma visão sistêmica da educação, da infância à pós-graduação, mas o foco do presidente é na educação básica, da educação infantil ao ensino médio”
Ministros de Lula
- Relações Institucionais: Alexandre Padilha (PT-SP) - Deputado federal;
- Secretaria-Geral da Presidência: Márcio Macêdo (PT-SE) - Deputado federal;
- Advocacia-Geral da União (AGU): Jorge Rodrigo Araújo Messias - Procurador e ex-assessor da ex-presidente Dilma Rousseff (PT);
- Saúde: Nísia Trindade - presidente da Fiocruz;
- Educação: Camilo Santana (PT-CE) - Senador eleito e ex-governador do Ceará;
- Gestão: Esther Dweck - Economista e professora universitária;
- Portos e Aeroportos: Márcio França (PSB - SP) - Ex-governador de São Paulo;
- Ciência e Tecnologia: Luciana Santos (PCdoB - PE) - Ex-vice-governadora de Pernambuco;
- Mulher: Aparecida Gonçalves - ex-secretária nacional do enfrentamento à violência contra mulher nos governos de Lula e Dilma;
- Desenvolvimento Social: Wellington Dias - Ex-governador do Piauí;
- Cultura: Margareth Menezes - cantora, compositora e atriz;
- Trabalho: Luiz Marinho (PT-SP) - Deputado feredal;
- Igualdade Racial: Anielle Franco - ativista brasileira e diretora do Instituto Marielle Franco;
- Direitos Humanos: Silvio Almeida - advogado e professor universitário, especialista na questão racial;
- Indústria e Comércio: Geraldo Alckmin (PSB-SP) - vice-presidente da República;
- Controladoria Geral da União (CGU): Vinícius Marques de Carvalho - Ex-presidente do Cade e ex- secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça no governo Dilma;
- Fazenda: Fernando Haddad (PT-SP) – Ex-prefeito de São Paulo;
- Casa Civil: Rui Costa (PT-BA) – Ex-governador da Bahia;
- Justiça: Flávio Dino (PSB-MA) – Ex-governador do Maranhão e senador eleito neste ano;
- Defesa: José Múcio Monteiro (PTB-PE) – Ex-deputado federal e ex-presidente do Tribunal de Contas da União (TCU);
- Relações Exteriores: Mauro Vieira – foi chanceler no governo de Dilma Rousseff, de 2015 a 2016;
- Gabinete de Segurança Institucional: Gonçalves Dias - atuou no comando da segurança pessoal de Lula no seu antigo governo;
- Secretaria de Comunicação: Paulo Pimenta (PT-RS) - deputado federal;
- Agricultura: Carlos Fávaro (PSD-MT) - Senador;
- Integração e Desenvolvimento Regional: Waldez Góes - Ex-governador do Amapá;
- Pesca: André de Paula (PSD-PE) - deputado federal;
- Previdência: Carlos Lupi - presidente nacional do PDT;
- Cidades: Jáder Filho - presidente do MDB do Pará;
- Comunicações: Juscelino Filho (União-MA) - deputado federal;
- Minas e Energia: Alexandre Silveira (PSD-MG) - senador;
- Desenvolvimento Agrário: Paulo Teixeira (PT-SP) - deputado federal;
- Esportes: Ana Moser - medalhista olímpica no vôlei;
- Meio Ambiente: Marina Silva (Rede-SP) - ex-ministra e deputada federal eleita;
- Planejamento: Simone Tebet (MDB-MS) - senadora;
- Turismo: Daniela do Waguinho (União-RJ) - deputada federal;
- Povos Indígenas: Sônia Guajajara (Psol-SP) - líder indígena;
- Transportes: Renan Filho (MDB-AL) - ex-governador e senador eleito.