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Bolsonaro é criticado após disseminar fake news relacionando vacina contra Covid-19 a HIV

A falsa informação, já comentada anteriormente pelo presidente, foi revisitada em live semanal na última quinta-feira (21)

Escrito por Redação ,
Bolsonaro lendo uma espécie de jornal ao lado de uma tradutora de libras, durante a live
Legenda: Bolsonaro leu a notícia falsa em uma espécie de jornal durante live, no dia 21 de outubro de 2021
Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vem sendo alvo de críticas de políticos e cientistas, após disseminar uma nova fake news, relacionando as vacinas contra a Covid-19 à aids.

Conforme o presidente, relatórios oficiais do Governo do Reino Unido sugeririam que as pessoas totalmente vacinadas, portanto, imunizadas com as duas doses da vacina, "estariam desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida [a Aids] muito mais rápido que o previsto".

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A falsa informação foi lida pelo presidente durante live semanal na última quinta-feira (21). Antes de ler a suposta matéria, Bolsonaro reconheceu que já havia falado sobre o assunto antes, mas "apanhei muito", disse. Ao fim, recomendou a leitura da matéria, endossando ainda que prioriza "dar informações concretas" em sua live. 

A fake news foi revisitada por Bolsonaro, um dia após o relatório final da CPI da Covid ser lido no Senado e pedir o indiciamento do presidente, devido à sua postura e condução durante a pandemia de Covid-19.

"Não existe nenhuma possibilidade"

Após ter conhecimento da fake news, o médico e pesquisador de saúde Daniel Dourado se manifestou no Twitter, alertando que nenhuma das vacinas contra o coronavírus pode ser associada à aids. 

"Não existe nenhuma possibilidade de a vacina causar aids, zero. Qualquer que seja a vacina", escreveu.

"Bolsonaro mais uma vez usou documento falso para atacar as vacinas e associá-las a aids. Lamentável que essa seja a prioridade do presidente de um país com mais de 600 mil mortos, 20 milhões de famintos e 14 milhões de desempregados", disse no Twitter o deputado federal e pré-candidato ao governo do Rio, Marcelo Freixo (PSB-RJ).

O vice-presidente da CPI da Pandemia, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), também usou o Twitter para criticar a fala de Bolsonaro. "As vacinas disponíveis contra a COVID-19 são seguras e eficazes. Elas salvam vidas! Não acreditem em quem estava negociando propina ao invés de vacina", afirmou o líder da oposição no Senado.

A microbiologista Natalia Pasternak garantiu que nenhuma vacina leva pessoas a desenvolverem aids, independentemente se são contra Covid-19 ou não. "Vacinas nao causam AIDS!!!! Nenhuma vacina!", endossou a especialista.

Coordenador da Frente de Enfrentamento ao HIV/aids/hepatites virais no Congresso Nacional, o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP), declarou que a fake news requentada por Bolsonaro se trata de um "absurdo"."Entrarei com todas as medidas jurídicas contra o presidente e sua fala negacionista", acrescentou o parlamentar. 

Para a ex-deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB), o presidente "segue com seu projeto de morte" ao propagar fake news.

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