Acilon projeta melhorias em mobilidade no Eusébio e traça metas do PL para 2022
Na série de entrevistas "O traçado da gestão", prefeito fala, ainda, sobre estratégias para manter o ritmo de crescimento
A frente da Prefeitura do Eusébio, um município que teve um 'boom' de crescimento nas últimas duas décadas, o prefeito Acilon Gonçalves (PL) projeta a retomada econômica nos próximos meses e diz que o município está se preparando para o futuro com "um Plano Diretor rígido", projetos de intervenções em mobilidade e infraestrutura urbana.
Os impactos de queda na arrecadação, que chegaram a 8% no ano passado, vêm reduzindo. Em entrevista à série "O Traçado da Gestão", Acilon detalha que há um plano de recuperação para os empreendedores neste momento pós-pandemia.
Além da abordagem da gestão, o prefeito é líder de um grupo político que soma seis prefeituras na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Ele ainda observa o cenário eleitoral de 2022 com cautela, mas projeta que o PL tentará eleger "dois ou três deputados federais" e outros "três ou quatro estaduais".
Nas eleição do ano passado, o grupo político venceu em municípios importantes como Aquiraz, Itaitinga, Beberibe, Pindoretama e Cascavel.
Além de prefeito do Eusébio, Acilon comandou a Câmara Municipal de Fortaleza, a secretaria de Saúde do Ceará e exerceu mandato de deputado estadual.
Na entrevista, Acilon falou sobre o combate à pandemia no município, o aumento da pobreza no País, os esforços para manter o ritmo de crescimento do Eusébio e as estratégias para fortalecer seu grupo político em 2022.
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Confira a entrevista completa:
Como a Prefeitura do Eusébio vem atuando no combate à pandemia da Covid-19?
Nós fizemos um grande trabalho junto à atenção básica. Adotamos o trabalho contínuo, inclusive aos sábados, com exames para toda a população que precisa. Também disponibilizamos os medicamentos sintomáticos para reforço da imunidade.
Com tudo isso, nós enfrentamos a pandemia e tivemos a adesão da população, que passou a procurar os postos já no primeiro dia.
Nós criamos a unidade Covid na UPA, para atendimento emergencial, inauguramos dez leitos de UTI e dez de UCI, que atenderam a população do Eusébio e de cidades vizinhas.
Hoje, já fechamos a unidade porque passamos 15 dias com zero casos de internamento.
Em meio a este cenário de pandemia, o quanto a arrecadação do município foi impactada?
Em 2020, tivemos uma queda brutal de cerca de 8% na arrecadação, depois, compensado, a queda ficou em 6%.
Em 2021, com um grande trabalho da Secretaria das Finanças e com uma grande colaboração dos investidores dos setores imobiliário, industrial e comercial, que recuaram durante o lockdown e agora estão reabrindo gradualmente, vamos fechar o ano com um aumento na arrecadação.
Quais os planos para amenizar a crise econômica na população do Eusébio?
Esse é o grande problema da pandemia, porque ela afetou fortemente os pequenos comerciantes, principalmente os autônomos. Por isso, a Prefeitura já assistiu mais de 1,6 mil pessoas e ainda está assistindo com distribuição de renda para que não cheguem à situação de extrema pobreza e consigam manter o poder aquisitivo mínimo.
Vamos agora fazer um programa de acompanhamento individual dos comerciantes da nossa cidade, principalmente dos que estão com dificuldade de recomeçar seu negócio.
Vamos começar, no próximo dia 12, com feirantes e ambulantes, depois vamos partir para os comércios de médio porte, até que a economia da cidade esteja restabelecida.
O Eusébio recebeu muitos investimentos na última década. Qual o planejamento para manter esse ritmo de crescimento?
Um Plano Diretor muito bem estruturado, para que a cidade cresça com sustentabilidade, e um programa de desenvolvimento econômico feito pela nossa Secretaria de Desenvolvimento Econômico que busque os investimentos na cidade proporcionais e adequados ao desenvolvimento imobiliário.
Com isso, a cidade vai crescer com sustentabilidade e desenvolvimento econômico próprio para o desenvolvimento imobiliário.
Há novos investimentos já previstos, como no setor de mobilidade?
A mobilidade urbana faz parte do nosso acompanhamento do dia a dia. E, principalmente no setor imobiliário, cada investimento imobiliário e comercial terá que apresentar o impacto de trânsito. Com isso, a mobilidade estará garantida.
O senhor lidera um grupo político com vários prefeitos na RMF. O que o seu partido, o PL, pretende em 2022? Há pretensão de disputar vaga no Legislativo?
Nosso planejamento, até março do próximo ano, é fazer a estruturação interna do partido. Até lá, vamos trabalhar as forças internas para viabilizar as candidaturas daquelas pessoas que têm potencial em suas cidades.
A partir de março, vamos mostrar para as pessoas que é importante investir no nosso partido, se filiando, porque terão uma chance de se elegerem.
Em sendo eleitas, terão um modelo político-administrativo para mostrar ao Ceará e ao Brasil. Ainda não temos nomes definidos. Todos que estão filiados hoje ao partido têm direito de pensar grande.
Mas existe algum plano de quantos parlamentares o PL pretende eleger no Ceará em 2022?
Estamos tentando de dois a três federais e de três a quatro estaduais. E é fundamental que tenhamos uma grande participação na chapa federal porque é através dessa participação que o partido fica forte nacionalmente.
E no Executivo, há pretensão de participar de uma chapa para o Executivo?
Não. O nosso partido não deverá participar das chapas majoritárias. Vamos apoiar o modelo que tenha grande desenvolvimento para o Estado, que é o que nós queremos.
Nacionalmente, o PL é próximo ao Governo Bolsonaro. Já no Ceará, o partido compõe a base do Governo Camilo. Para 2022 no Ceará, o PL tende a estar no palanque da situação ou da oposição?
Temos um nível de incerteza nacional muito grande, muitas coisas ainda vão acontecer, então é prematuro fazer qualquer conjectura a nível de Brasil.
O importante, agora, é que cada partido procure se fortalecer para que não haja fugas durante o período de mudança partidária. Essa é a nossa meta.