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939 pessoas ainda seguem presas no DF um mês após ataques antidemocráticos

No último dia 8 de janeiro, Brasília foi alvo de vandalismos por apoiadores do ex-presidente Bolsonaro

Escrito por Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo ,
Atos Terroristas
Legenda: Mais de 650 pessoas já foram denunciadas por atos terroristas em Brasília no último dia 8 de janeiro
Foto: Agência Brasil

Os ataques terroristas aos Três Poderes em Brasília completaram um mês nesta quarta-feira (8), e um total de 939 pessoas seguem presas no Distrito Federal (DF). A invasão e depredação dos prédios públicos da democracia brasileira marcaram a história do País, deixando destruição e 1.398 detidos. Dos cearenses presos, 15 ainda estão detidos e 11 são monitorados. 

Estão encarceradas 920 pessoas em penitenciárias e 19 no 19º Batalhão de Polícia Militar. Dos presos desde o ataque, 459 já foram liberados, porém ainda são monitoradas por tornozeleiras eletrônicas.

A Procuradoria-Geral da República (PGR), apenas entre os dias 31 de janeiro e 2 de fevereiro, denunciou mais 152 pessoas pelos atos terroristas do último dia 8 de janeiro, quando o Palácio do Planalto e as sedes do Supremo Tribunal Federal (STF) e Congresso Nacional foram invadidas e depredadas. Ao todo, 653 pessoas foram denunciadas pelos ataques.

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Divisão de presos

As mulheres estão na Penitenciária Feminina do DF, a Colmeia, e os homens no Complexo Penitenciário da Papuda. Todos possuem os mesmos privilégios: quatro refeições diárias, duas horas de banho de sol, e visitas limitadas. 

Conforme a Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), todos também têm kits de higiene pessoal e coletiva. Mensalmente os objetos são renovados. 

Os presos contam ainda com colchões e outros materiais. Detentos têm a opção também de receber itens de higiene da família.

Relembre como foram os ataques 

Há um mês, Brasília era palco de um cenário de terror e de violência. Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro depredaram os prédios públicos do Congresso Nacional, do Superior Tribunal Federal (STF) e do Palácio do Planalto. Os vândalos marcharam do Quartel-General do Exército até a Esplanada e furaram, sem resistência da Polícia Militar, um bloqueio e invadiram os edifícios dos Três Poderes.

Relatórios de inteligência em poder do governo indicaram que 100 ônibus com 3.900 pessoas chegaram a Brasília com disposição de retomar protestos de rua contra a eleição do presidente Lula no dia 8 de janeiro, um domingo.

A invasão vinha sendo preparada por extremistas leais ao ex-presidente Bolsonaro desde o dia 3 de janeiro, quando radicais começaram a divulgar com grande intensidade mensagens em aplicativos como o Telegram e o WhatsApp para trazer manifestantes de todo o País para a capital federal, com todas as despesas pagas.

Segurança 

A segurança em Brasília foi reforçada e o governo passou a falar em endurecer o tratamento contra quem adotasse discurso golpista, mas o cenário visto no dia dos ataques foi diferente.

Vídeos captados pelas câmeras externas do STF flagraram o momento em que a Tropa de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) desmontou um bloqueio tático posicionado próximo ao Congresso Nacional que impedia a invasão dos golpistas aos demais prédios públicos localizados na praça dos Três Poderes.

Mesmo com a crise instalada, a Política Militar do Distrito Federal continuou permitindo que manifestantes transitassem livremente pela área, sem nenhum tipo de restrição. Após extremistas furarem o bloqueio, parte dos policiais abandonaram as barreiras e foram comprar água de coco em frente à Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida.

Poucos dias após os ataques, os primeiros vândalos envolvidos no episódio começaram a ser presos. A Política Militar do Distrito Federal prendeu tanto aqueles que estavam presentes quanto aqueles que estavam acampados em frente ao Quartel-General do Exército. 

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