Entenda por que posse de Lula não terá 21 tiros de canhão e o que significa
Ideia veio da futura primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja
A cerimônia de posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que acontece neste domingo, 1° de janeiro de 2023, não terá a tradicional salva de 21 tiros de canhão.
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Conforme a futura primeira-dama e coordenadora de equipe do novo governo responsável pelo evento, Rosângela da Silva, a Janja, a ideia de dispensar o costume se deu após diálogo com instituições da sociedade civil para não causar transtorno a pessoas com deficiência e animais, que podem se incomodar com o barulho.
O que significa
Segundo informado pela Agência Senado em parceria com o Centro de Comunicação Social do Exército, a tradição dos 21 tiros de canhão remonta ao fim da Idade Média quando, ao se aproximarem de fortificações, as tropas militares descarregavam todos os seus canhões e mosquetes para assegurar estar em missão de paz.
O número ímpar de tiros surgiu da necessidade de não se deixar dúvida na hora de contar os disparos. Na Inglaterra, a salva real era de 100 tiros, ou de cem mais um, como margem de segurança. Com o passar do tempo, o número de tiros disparados pelos canhões e mosquetes caracterizou a consideração que merecia o estrangeiro que chegasse para visitar uma instalação militar.
O Centro de Comunicação Social do Exército também informa que, no Brasil, durante o Império, assim como na Inglaterra, o imperador fazia jus à salva de 101 tiros. A salva de 21 tiros, a maior depois da oferecida ao imperador, era destinada à imperatriz, à família real e aos arcebispos e bispos em suas dioceses.
Com o advento da República, a salva de 21 tiros passou a ser privativa dos presidentes da República, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF). Foi em 1983, no governo de João Baptista Figueiredo, que a execução das salvas de gala tomou a forma atual.
Quantidade de tiros
Entenda como funciona a quantidade de tiros de uma salva de gala seguindo a precedência hierárquica:
21 tiros: o presidente da República, chefe de Estado estrangeiro, na sua chegada à capital federal, e os presidentes do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, por ocasião das sessões de abertura e de encerramento de seus trabalhos;
19 tiros: vice-presidente da República, ministros de Estado, embaixadores de nações estrangeiras, governadores de estados e do Distrito Federal (quando em visita de caráter oficial a organizações militares, respectivamente, no seu estado e no Distrito Federal). Também para almirante, marechal e marechal-do-ar e comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica;
17 tiros: os chefes dos Estados-Maiores de cada uma das Forças Armadas, almirante-de-esquadra, general-de-exército, tenente-brigadeiro, ministros plenipotenciários de nações estrangeiras, enviados especiais e o Superior Tribunal Militar, por ocasião das sessões de abertura e de encerramento de seus trabalhos;
15 tiros: vice-almirante, general-de-divisão, major-brigadeiro, ministros residentes de nações estrangeiras;
13 tiros: contra-almirante, general-de-brigada, brigadeiro-do-ar e encarregado de negócios de nações estrangeiras.
No caso de comparecimento de várias autoridades a ato público ou oficial, é realizada somente a salva que corresponde ao de maior precedência (ou hierarquia).