Mudanças climáticas e uma nova gestão da cidade

Escrito por
Antônio Ferreira Lima Júnior producaodiario@svm.com.br
Antônio Ferreira Lima Júnior é pesquisador do Observatório das Metrópoles - UFC
Legenda: Antônio Ferreira Lima Júnior é pesquisador do Observatório das Metrópoles - UFC

De acordo com o Sexto Relatório de Avaliação (AR6) do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, 2023), o já constatado aumento de 1,1°C da temperatura terrestre, implica desde o aumento do nível do mar aos eventos extremos cada vez mais frequentes em todas as regiões do globo terrestre, sendo necessário progredir no planejamento e implementação de políticas climáticas eficientes.

O incidente trágico ocorrido entre o final de abril e início de maio de 2024 no Rio Grande do Sul, alerta para a emergência de priorizar as questões climáticas como parâmetros fundamentais no planejamento territorial, principalmente nos ambientes citadinos. As cidades são caracterizadas pelas baixas taxas de permeabilidade do solo e pelo elevado adensamento populacional, tornando-as ambientes mais frágeis frente aos eventos climáticos adversos.

Fortaleza, atualmente, é a capital brasileira mais adensada do país, com mais de 7 mil habitantes por quilômetro quadrado (IBGE, 2022), onde 81% da área total do município é urbanizada (IBGE, 2019), confirmando a cidade como a capital nordestina com maior proporção de área urbanizada. Essas características fazem com que a cidade esteja propensa a ser afetada pelos efeitos adversos do clima, como as ilhas de calor, inundações e alagamentos, comprovados por diversos estudos conduzidos na cidade.

Apesar dos relatórios e planos já elaborados para a cidade, percebe-se que há uma lacuna entre planejamento e ação, onde as ações ambientais/climáticas não são prioridade para a gestão do espaço urbano, resultando em cada vez mais problemas em decorrência das questões climáticas. Entre os dias 12 e 13 de maio de 2024, a Defesa Civil de Fortaleza registrou 40 ocorrências em diversos bairros da cidade, a maioria de alagamentos e inundações provocados por um evento de precipitação extrema.

A exemplo da iniciativa do Observatório das Metrópoles, é necessário que sejam abertas as discussões sobre a condução da política climática de Fortaleza, principalmente em ano eleitoral. É necessário compreender e discutir os planos de governo, visando dar ênfase à governança climática e às propostas para uma cidade socialmente e climaticamente mais justa.

Antônio Ferreira Lima Júnior é pesquisador do Observatório das Metrópoles - UFC

 
 
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