Seca Extrema no Ceará mais que dobrou de agosto a setembro

O último mapa do Monitor de Secas do Nordeste divulgado pela Agência Nacional das Águas (Ana) e por institutos de meteorologia dos estados da região, relativo ao mês de setembro de 2018, mostra que houve uma piora no cenário do Ceará em relação ao último mês de agosto. Os sinais de seca extrema no Estado passaram de 8,17% para 19,36% do território neste período. Além disso, a única região cearense que não apresentava indícios de seca no mês passado, o Litoral Norte, agora se encontra em situação de seca fraca.

De acordo com a Ana, o agravamento do quadro climático se deve às poucas chuvas registradas, historicamente, no mês de setembro no Ceará. A seca extrema, segundo a classificação da Agência, é caracterizada por grandes perdas de cultura e pastagem, e escassez de água generalizada. 

No entanto, ainda de acordo com o mais recente levantamento, em relação a setembro de 2017, o quadro climático geral do Estado melhorou, visto que em 2017 o Sertão dos Inhamus e o Cariri estavam em situação de seca excepcional - a pior classificação da Ana. Agora, ambas as áreas apresentam seca extrema. 

A condição de seca moderada foi a única que aumentou entre setembro de 2017 e de 2018, passando de 15,49% para 37,54% no Ceará. “Isso é normal e inclusive esperado, porque nessa época do ano até mesmo a evolução para um quadro intenso de seca não é incomum dada a pequena quantidade de chuva no período, com precipitação a quase zero em alguns dias”, explica o meteorologista da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), Raul Fritz.

Reservatórios

Os dados também demonstram melhorias na porcentagem de seca excepcional, que não atinge regiões do Estado desde fevereiro de 2018. “O cenário terminou bom mas a população deve fazer o uso cuidadoso da água sempre, até que venha a próxima estação chuvosa e tenhamos segurança hídrica. As reservas ainda estão pequenas”, destaca o meteorologista.

As reservas de açude, segundo a resenha diária da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH), são, de fato, baixas. Os dados revelam que 95 açudes cearenses estão com o volume abaixo de 30%. Somente dois deles têm volume acima de 90%: Germinal e Jenipapo. 25 estão com o volume morto e nenhum deles sangrou.