Positividade de testes para Covid-19 em Fortaleza é a menor desde março

Infectologista alerta que, mesmo com redução e vacinação acelerada, ainda não se pode abrir mão de protocolos sanitários.

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Legenda: Segundo a SMS, o último repique de casos ocorreu entre os dias 8 e 15 de maio.
Foto: José Leomar

A positividade de testes RT-PCR diagnósticos para Covid-19, analisadas pelos laboratórios da rede pública em Fortaleza, atingiu 13,8% entre os dias 18 e 24 de junho. Esse é o menor percentual desde o início de março, quando a cidade passou a ter aumento de casos, internações e óbitos.

A informação é do boletim epidemiológico mais recente da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O último resultado confirma uma diminuição vivenciada nos três balanços anteriores, que apresentaram positividade de 18,4%, 20,2% e 26,7%. 

Nos meses anteriores, a média de positividade ficou em torno de 33%. Os maiores registros ocorreram entre 19 e 25 de março, com 45,5%, e de 30 de abril a 6 de maio, com 46,9%. Ou seja, quase metade dos testes no período comprovaram a infecção.

Evolução da positividade:

  • 25 de fevereiro a 4 de março - 32,9%
  • 5 a 11 de março - 38,3%
  • 19 a 25 de março - 45,5%
  • 4 a 8 de abril - 39,6%
  • 11 a 16 de abril de 2021 - 38,1%
  • 16 e 22 de abril - 38,7%
  • 23 a 29 de abril - 32,3%
  • 30 de abril a 6 de maio - 46,9%
  • 7 a 13 de maio - 28,7%
  • 14 a 20 de maio - 30,5%
  • 21 a 27 de maio - 26,7%
  • 4 a 10 de junho - 20,2%
  • 11 a 17 de junho - 18,4%
  • 18 a 24 de junho - 13,8%

Segundo a Secretaria, a média móvel estimada hoje, com 41,4 casos, é 90% menor do que a registrada há duas semanas, com 419,7 casos. “Salienta-se que a magnitude da redução relaciona-se ao retardo na confirmação dos casos mais recentes”, explica.

Ainda estamos em um patamar relativamente elevado de casos, apesar da diminuição consistente e significativa observada desde meados de maio. Por essa razão, considerando as oscilações da média móvel, a incidência deve ser rigorosamente monitorada.
Boletim da SMS

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Geolocalização de casos

Desde o início da pandemia, o maior número de casos (2.251) e a maior média móvel (1.624,3 casos) foram registrados, respectivamente, nos dias 1 e 6 de março de 2021.

Ainda conforme a Pasta, depois de dois picos (6 de março e 10 de abril), a queda de casos continua acompanhada por oscilações ascendentes e platôs. O último repique de casos ocorreu entre os dias 8 e 15 de maio. 

“Não se pode afirmar, no entanto, que, após essa data, o decaimento não esteja influenciado, em alguma medida, pelo atraso da confirmação das notificações”, destaca.

O documento da SMS informa ainda que, a partir de dados preliminares de junho, permanece um aglomerado de casos nos bairros de alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), como Aldeota e Meireles, assim como aquele que percorre pontos entre o Conjunto Ceará e Caucaia, e alguma concentração em bairros do Grande Pirambu.

Vacinação e cuidados

No fim de semana, a Capital ultrapassou um milhão de maiores de 18 anos vacinados contra a Covid-19. Isso significa 40,3% de imunização da população de Fortaleza, segundo a Prefeitura. Além disso, foi batido o recorde de aplicações num único dia: 58 mil.

Porém, apesar da redução de casos e do ritmo acelerado de vacinação, especialistas em saúde pública explicam que o momento ainda não permite descuidos.

A infectologista e professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mônica Façanha, afirma que as populações que já tomaram as duas doses dos imunizantes já vivenciam redução de casos e de internações, embora ainda possam se contaminar e transmitir a doença.

Por isso, ressalta a importância de as pessoas continuarem seguindo os protocolos de proteção contra a Covid-19 - mesmo as que já estão vacinadas. "A gente ainda não deve desprezar o uso das máscaras, o distanciamento social e a higienização das mãos”, defende Façanha.

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