Missas seguem apenas de modo virtual, determina Arquidiocese de Fortaleza
Decisão foi informada nesta segunda-feira (5), mesmo com chancela do STF e do Governo do Estado
A Arquidiocese de Fortaleza informou, nesta segunda-feira (5), que continuará seguindo o mesmo protocolo que já vinha adotando contra a Covid-19. Com isso, as celebrações, transmitidas ou não, seguem sem a presença de público e não sofrem alterações.
"Vendo os desdobramentos do quadro sanitário em nível estadual e concorde com real bem comum do nosso povo, Dom José antônio não fez nenhuma alteração nas orientações para este período", afirmou a Arquidiocese em nota.
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A decisão vem mesmo com chancela do ministro Kássio Nunes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a liberação de cultos presenciais em instituições religiosas durante a pandemia de Covid-19, e a autorização do funcionamento de atividades do tipo em novo decreto do Governo do Estado — a única alteração no lockdown em vigor no Ceará.
Apesar da autorização, a gestão estadual recomendou que as celebrações sigam de forma remota.
A Arquidiocese de Fortaleza acrescentou, no texto, que "confiemos na ação divina, por nada limitada a não ser por causa de nossos pecados, que nos fecham ao amor de Deus e continuemos firmes nas preces dirigidas ao Pai, pelo Filho, no Espírito do ressuscitado".
Iguatu mantém celebrações remotas
Também com base nas recomendações do governo do Ceará e considerando o quadro atual da pandemia, a arquidiocese de Iguatu, no Centro-Sul do Estado, também orientou que as paróquias da região mantenham as celebrações com transmissão online.
"Não é uma situação desejada por nenhum de nós. Tudo isto tem nos causado dor e sofrimento. Porém, considerando o elevado número de casos de contaminados e até de óbitos no território de nossa Diocese, vemos a necessidade de colaborar com as providências cabíveis de combate ao Covid 19", disse o comunicado, assinado pelo padre João Batista Moreira Gonçalves.
Protocolos do STF
Embora tenha respaldado o funcionamento de templos religiosos, o ministro Kássio Nunes elencou medidas que devem ser executadas pelas instituições para que o contágio pelo novo coronavírus seja evitado. São elas:
- Limitar a ocupação a 25% da capacidade do local;
- Manter espaço entre assentos com ocupação alternada entre fileiras de cadeiras ou bancos;
- Deixar o espaço arejado, com janelas e portas abertas sempre que possível;
- Exigir que as pessoas usem máscaras;
- Disponibilizar álcool em gel nas entradas dos templos;
- Aferir a temperatura de quem entra nos templos.
Posicionamentos de outras instituições
Antes da divulgação do decreto, o Ministério Canaã, que reúne entre 40 a 50 mil fiéis em 90 templos, havia decidido pela continuidade dos ritos de forma virtual.
A Igreja Universal, por sua vez, anunciou o retorno dos cultos presenciais com 25% da capacidade do templo.
A Igreja do Senhor Jesus também retoma as atividades, com dois cultos presenciais. "Faremos tudo com decência, ordem e prudência, em um tempo como esse o povo está precisando ser alimentado na fé e ninguém pode proibir. No decorrer da semana, também serão realizados dois cultos”, afirma o pastor e deputado estadual Apóstolo Luiz Henrique (Progressistas), fundador da igreja.
A Rede Nacional de Religiões Afro-brasileiras e Saúde (Renafro-CE) informou que mantém o posicionamento atual. “Ainda não é o momento de reabrir. As pessoas podem dialogar com o sagrado em suas casas. Não há níveis de segurança para isso ainda”.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias disse à reportagem que aguardaria o posicionamento do Governo do Estado. O presidente Alan Feitosa, da Igreja de Jesus, da estaca Fortaleza — Brasil, garante que a preocupação é, primeiramente, com o bem-estar físico dos membros e, caso haja a retomada, serão seguidos protocolos sanitários.