Governo atualiza plano de contingência para combater uma possível segunda onda de Covid no Ceará

O documento, intitulado "Plano Estadual de Contingência contra a Doença pelo Coronavírus (Covid-19)", foi publicado nesta quarta-feira (9) e traz orientações aos profissionais da saúde e à população sobre como proceder no atual momento

Escrito por Redação ,
paciente covid
Foto: Helene Santos

A Secretaria Estadual da Saúde (Sesa) lançou, nesta quarta-feira (9), uma nova versão do Plano de Contingência de combate à pandemia no Ceará. O documento, intitulado  "Plano Estadual de Contingência contra a Doença pelo Coronavírus (Covid-19)", traz recomendações técnicas para o enfrentamento de uma possível segunda onda no Estado. No plano há um resumo das ações executadas pela gestão da saúde desde o início da crise sanitária, e também orientações aos profissionais da saúde e à população sobre como proceder no atual momento e nos próximos períodos. 

A apresentação do documento, assinada pelo titular da Sesa, Carlos Roberto Martins Rodrigues Sobrinho, Dr. Cabeto, reforça que "a vigilância em todo o Estado, no atual cenário epidemiológico, não pode prescindir da notificação e da investigação imediata de todos os casos suspeitos e contatos, identificar e interromper surtos da Doença pelo Coronavírus para que as medidas de prevenção e controle possam ser desencadeadas oportunamente".

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O texto também destaca que o Ceará "soube suportar a primeira onda com estratégias bem definidas e com ações oportunas". Além disso, reforça que é fundamental que as estruturas de Estado estejam preparadas e orientadas para o enfrentamento, "do que outros países já vêm enfrentando e chamando de segunda onda". O objetivo é organizar as ações para que o setor da saúde tenha capacidade de resposta, caso haja a consolidação de uma segunda onda. 

No plano, as ações necessárias em diversos setores do acompanhamento e atendimento aos pacientes com Covid são reorganizadas e redirecionadas, conforme os critérios mais adequados para o atual contexto. Na prática, o documento estabelece como devem proceder a vigilância epidemiológica, sanitária, laboratorial e a imunização, atenção primária à saúde e as ações de comunicação e divulgação. 

Imunização de grupos prioritários

O documento também confirma a informação que havia sido divulgada, esta semana, de forma preliminar, sobre os grupos prioritários de vacinação da Covid no Ceará. Tão logo esteja disponível, o imunizante será aplicado primeiramente em trabalhadores da saúde e pessoas com mais de 75 anos. Um total de 1.794.076 pessoas devem serão vacinados nos grupos prioritários. A meta é imunizar pelo menos 95% desse público

A primeira fase terá trabalhadores da saúde, idosos a partir de 75 anos de idade, pessoas com 60 anos ou mais que vivem em instituições de longa permanência (como asilos e instituições psiquiátricas) e população indígena. Na segunda serão as pessoas de 60 a 74 anos.

Já a terceira fase inclui as pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (pessoas com doenças renais crônicas, cardiovasculares, entre outras) e a quarta os professores, os integrantes das forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade.

No Ceará serão necessárias 4.485.190 doses da vacina, considerando as duas aplicações do esquema de imunização. Na logística para a operacionalização da vacinação no Estado, o plano  menciona, dentre outros, a aquisição  de 147 câmaras refrigeradas de 200 e 300 litros que serão destinadas aos municípios com até 100 mil habitantes, e outros 22 refrigeradores de 400 litros que irão para cidades que têm  acima de 100 mil habitantes.

 

Plano traz divisão em fases

Na segunda fase do novo plano, o Ceará se prepara para enfrentar uma possível nova onda. O documento da Sesa informa ainda que os níveis de alerta devem ser considerados como flexíveis e mutáveis, de acordo com o cenário epidemiológico vigente, e apresenta 5 fases para a reativação deste Plano de Contingência. O Diário do Nordeste aguarda informações da Secretaria sobre como será a implementação dessas fases. São elas: 

Fase 1- Nível de resposta de Reativação: Corresponde à articulação
e envolvimento multisetorial em medidas conjuntas de prevenção e
controle da Covid-19, visto o aumento do número de casos novos.
Promovendo a reorganização da capacidade instalada e
reabastecimento do estoque de insumos. Reforçando as estratégias de
biossegurança dos profissionais da Atenção Pré-Hospitalar (APH) e
hospitalar. Assim como, o fortalecimento da vigilância epidemiológica,
especialmente no que diz respeito à sua capacidade de detecção
precoce, testagem em massa, rastreamento e monitoramento de
contatos.


Fase 2 - Estado de atenção: Nesta fase ocorre a ampliação da
comunicação com a população e profissionais de saúde. Aprimorando
a articulação entre os órgãos encarregados pela APS e a Vigilância.
Os equipamentos e suprimentos médicos devem ser alocados
coordenadamente, acompanhados pela monitorização da taxa de
ocupação de leitos e equipamentos. As ações da vigilância
epidemiológica dedicam-se ao aperfeiçoamento da identificação de
contatos (rastreamento e monitorização), testagem em massa e o
isolamento de casos confirmados e casos suspeitos. Para controlar a
disseminação se faz necessário a reativação da epidemiologia de
campo (investigação de surtos), realinhamento da atuação nas
regionais de saúde junto ao EpiSUS fundamental e articulação com
Superintendências Regionais de Saúde;

Fase 3- Emergência em Saúde Pública: Diz respeito as ações
decididas pelo COE que visem a redução da mortalidade. Deve-se
reativar de hospitais de campanha e Postos de Atendimento Médico
nas regiões de saúde, ampliação de leitos de UTIs, aquisição dos
fármacos indicados, monitoramento e atualização de protocolo clínico
e de testes diagnósticos para Covid-19. Nessa fase serão restringidas
as atividades econômicas e comportamentais, fazer o uso de barreiras
sanitárias e fechamento de fronteiras. Garantindo também o
fornecimento estável de mercadorias e seus preços para garantir o
bom funcionamento da sociedade.

Fase 4- Recuperação: Nesta fase a desaceleração do crescimento de
casos é constatada, os protocolos de retorno das atividades serão
atualizados, de acordo com o monitoramento dos indicadores definidos
pelo COE. Faz-se necessário fortalecimento das ações da vigilância
epidemiológica, pesquisa, testagem em massa e rastreamento e
monitoramento de contatos; 

Fase 5- Desativação do plano: O plano será desativado quando a
emergência for declarada encerrada

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